Capítulo 50

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- O Isaque é seu pai? - Estou completamente chocada e não tento amenizar isso.

- Isso é uma história complicada. - Jonathan diz baixinho para mim. - Agora que já temos o que vinhemos achar, podemos dá o fora daqui? - Indaga ele para o Kira.

- Não podemos levá-la. - Kira afirma, analisando a caixa de metal trancada em suas mãos. - Ninguém sabe que estamos na cidade, se levarmos a caixa, o Isaque associa-rá isso a Emery e ao Noah.

- Claramente o Noah não se importa nem um pouco com isso. - Jonathan deixa escapar. - E nós também não.

- Não é com ele que devemos nos preocupar, Jotha. Não podemos simplesmente levá-la embora e sairmos como fugitivos a essa hora da madrugada.

- Nós podemos sim. - Jonathan afirma, um pouco contrariado. - Já temos a caixa e os mapas, o que estamos esperando?

- Ele tem razão, Jonathan. - Digo. - Não podemos sair da cidade e fugir desse jeito.

- Estou curioso tanto quanto qualquer um de vocês, mas temos que ser inteligentes agora. - Kira nos diz. - Se isso aqui é valioso tanto para o Noah quanto para o Isaque, também nos interessa.

- O que quer dizer, exatamente? - Jonathan pergunta. Kira devolve a caixa ao esconderijo na parede, fechando-a dentro da fenda feita exatamente na medida exata da caixa, recolocando a madeira no lugar de origem, como se nada tivesse sido mexido.

- Vamos embora. - Diz ele, levantando-se da beirada da cama. - Estamos tempo demais aqui. - Kira guarda em seu bolso o canivete e segue até a janela de onde havíamos entrado.

- Vamos embora...? Como assim, vamos embora? - Jonathan expõe confuso. Ele franze o cenho. Kira para de frente para ele, então o pergunta:

- Você confia em mim, não confia? - Jonathan faz que sim com a cabeça. - Então, vamos embora. - Kira diz para ele, já próximo da janela fechada. - Eu explicarei tudo a vocês. - Não temos tempo de dizer mais nada, pois ele já havia sumido de vista.

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- Se me dizer no que está pensando, deixo você comer um dos meus bolinhos. - Jonathan me oferece, ele estica suas pernas cruzando os tornozelos e se inclina levemente, atirando um bolinho certeiro até sua boca.

- Não estou com fome. - Digo. A bandeja estava no centro da cama, enquanto nos separamos em cada ponta dela. Eu nem ao menos havia tocado na comida desde que ele havia entrado no quarto com a bandeja em mãos e sem o Kira, a apenas minutos atrás. A porta ainda estava aberta e supus que a qualquer momento o Kira apareceria e nos explicaria finalmente o seu plano.

- Kira deve saber o que está fazendo, Emery. - Ele me diz, quando volto a encarar a porta aberta. - Eu confio nele.

- Eu sei. - Sussurro encarando a bandeja, eu sinto quando Jonathan quebra a distância entre nós dois, mas não deixo de encarar a bandeja e brincar com os bolinhos que ainda estão sobre ela quando começo: - A questão não é essa. Tenho medo a quem isso pode respingar quando ele descobrir que o enganamos. O Noah não se importa com ninguém além dos próprios interesses.

- Daremos um jeito nisso. - Ele assegura. Sinto sua mão apertar a minha próxima a bandeja em um gesto suave. A sensação era como se eu precisasse naquele momento do seu toque, e é estranho como sou pega de surpresa com esse sentimento. Olho involuntariamente para a minha mão junto a sua. Jonathan não diz nada, mas seus olhos verdes são como um milhão de palavras a serem formadas e a profundidade dos seus olhos junto aos meus eram como se eu precisasse ouvir todas as um milhão de palavras que estavam o atingindo agora.
- Daremos um jeito nisso. - Ele repete baixinho, apertando nossas mãos com um pouco mais de intensidade, apenas aceno devagar em concordância. Levo a outra mão próxima ao seu rosto. Jonathan congela, quando meus dedos param próximos demais dos seus lábios. Seus olhos mal piscam enquanto me encaram.

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