Capítulo 41

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- O que aconteceu com o "pegue a caixa do Isaque Emery e descubra se meus homens estão me roubando?" - Eu faço pouco para esconder minha raiva.

- Eu sei o que estou fazendo. - Ele me responde.

- Eu não sou uma porcaria de uma acompanhante ou seja lá o que você insista em dizer para esses idiotas lá dentro. - Eu disparo, minhas mãos gesticulando para o prédio a poucos metros de distância. - Eu não serei usada por você como uma vadia de beco.

- É melhor falar baixo, meu docinho. Podem existir ouvidos por perto. - Sua voz está calma e provocativa, o que só servi de combustível para a minha raiva aumentar cada vez mais.

- Eu não farei o seu jogo sujo, Noah. - Digo entredentes.

- Ah, fará sim, querida. Fará exatamente o que eu quiser que você faça. - Ele replica. - Agora deixe de histeria e vamos embora. - Noah diz antes de começar a caminhar. As ruas estavam cheias e a música já fazia parte da noite da cidade de ferro. - Amanhã você sairá em missão com a Equipe do Isaque.

- O que?! - Exclamo às suas costas.

- Quero que seja meus olhos e ouvidos  enquanto estivermos aqui. - Noah diz. - Quanto mais rápido se enturmar, mais rápido encontrará a caixa e mais rápido sairemos dessa cidade patética. - Noah faz uma pausa. - Você ainda quer os meus mapas não quer? - Indaga baixinho.

- Você sabe que sim. - Digo.

- Então não me faça perder tempo. - Noah volta a caminhar e estávamos cada vez mais nos distanciando do Coliseu. - Estou estragando meus calçados nesse chão coberto de excremento e lixo. - Ele diz enojado, após desviar de uma poça escura que tomava metade da calçada, o líquido escuro e mal cheiroso impregnando em nossas narinas.

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Uma batida na porta e meu sono se esvai completamente. Uma, duas, três impacientes batidas na porta e já estou de pé indo em direção ao pequeno banheiro do quarto. O quarto estava completamente escuro, embora fosse possível ter um vislumbre da cidade e das vãs que já seguiam em direção aos distritos de trabalho em Cirta, pela minha pequena janela gradeada. Eu levo poucos minutos para está apresentável. Eu lavo meu rosto e troco minhas roupas, minhas adagas e pistola bem escondidas. As batidas se tornam mais insistentes.

- Eu não tenho todo o tempo do mundo, garota. - É a voz do Ethan que ouço atrás da porta ou talvez eu esteja permeada de sono. A noite não foi das melhores. Eu caminho até a porta e viro as chaves duas vezes, arrastando-a para abri-lá.

- Por um momento cogitei a ideia de arracá-la da cama. - Ethan diz me avaliando de cima a  baixo, uma mão apoiada na porta de ferro, antes de pegar o caminho até as escadas. - Vamos. - Diz sobre os ombros. - Você me fez perder o café da manhã.

- Que horas são? - Eu pergunto.

- Hora de trabalhar. - É a sua resposta. Nós descemos as escadas em espiral e cruzamos um corredor próximo a sala de estar, Ethan abre um pequeno armário e retira de dentro uma mochila preta, jogando-a para mim. - Tome, você levará as nossas coisas. - Eu tenho que segura-lá com as duas mãos antes de colocá-la nas costas. Ela é muito pesada e ele nada faz para me ajudar.
- Como a princesa dormiu demais - ele começa a dizer -, terá que comer no caminho.

- Para onde vamos?

- O Scountt disse que você é uma ladrazinha espetacular. - Há sarcasmo e incredulidade banhando sua voz quando ele fala o sobrenome do Noah. - Quero ver o quanto é verdade. - Seus olhos azuis se demoram em mim mais do que julgaria ser correto, era quase como se eu estivesse completamente despida em sua frente. Eu me afasto alguns passos dele. Ethan dá de ombros e volta a caminhar  para a sala. - Não se preocupe, não pretendo agará-la. - Ele diz. - Pelo menos não a essa hora da manhã. Droga!
- Praguejou ele, lembrando-se de alguma coisa. - não saia daí. - Ethan sobe novamente as escadas até o segundo andar e alguns minutos depois está de volta, uma arma e três adagas em suas mãos. Ele afivela a arma em seu cinto e esconde duas adagas em suas botas.
- Tome. - Oferece a última adaga para mim.

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