Capítulo 34

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Olá, meu sol, continuem fortes. Eu sempre buscarei o caminho de volta para vocês.
                          Harry S. C

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- Não me olhe como se eu fosse o vilão, Emery. - Cantarolou Noah. - Eu permiti que ele a escrevesse. Devia ao menos ser grata pela minha boa ação. - Ele diz, seu cenho se franzino levemente enquanto me encarava.

- Deve ser tão tedioso para você, não é mesmo? - Indago enojada, limpando uma lágrima que escorria sobre a bochecha.
- Passar os dias presos aqui dentro. Ao ponto de se divertir com o sofrimento dos outros. - Ele apenas dá de ombros antes de dizer, sua voz em uma calma irritante:

- Não me divirto com o seu sofrimento, Mery. - Noah responde baixinho, seu rosto impassível.

- Peço que me perdoe por não está inclinada a acreditar nisso. - Uma pausa. - E meu nome é Emery, não me trate como se fôssemos íntimos. - Eu disparo para ele.

- Pois bem - Noah se acomoda na poltrona -, tem algo que queira me contar? - Ele pergunta depois de um tempo. Quando eu não o respondo, Noah diz novamente:

- Você não respondeu a minha pergunta. - Noah Divaga, sua mão repousando sob o rosto. - Me conte o que perdi enquanto estive com seu querido pai.

- Você não tinha o direito de contar nada para ele. - Eu digo, minha voz sai embargada. Eu ainda estava  tentando por os pensamentos em ordem.

- Ele estava a tanto tempo sem notícias de Cirta. - Noah começa a dizer, como se verdadeiramente acreditasse em cada palavra que saia de sua boca. - Eu só quis ser solícito e contar alguns acontecimentos.

- Você é um monstro, Noah. - Eu digo, enquanto tento afundar a raiva e a dor em um canto escuro do peito.

- Não, Emery. Eu sou um homem de negócios e sacrifícios precisam ser feitos para manter as coisas sob controle. - Noah responde. Um silêncio perturbador se seguiu por algum tempo, antes dele exigir, sua voz fria e controlada:

- Agora me conte o que eu quero saber.

- Fomos levados até o acampamento deles ontem a noite. - Eu digo um pouco hesitante.

- Fomos...?

- Eu e o Jonathan. - Respondo.

- Ah claro, Jonathan. - Disse ele, sua expresão mudando ligeiramente.
- E onde fica esse acampamento?

- Eu não sei.

- Não sabe? - Ele arqueia uma sobrancelha para mim.

- Eles nos vendaram, não conseguimos mapear o caminho até o acampamento.

- Como era esse caminho? - Noah pergunta interessado. Eu hesito um pouco mas começo a dizer mesmo assim:

- Pedregoso e provavelmente próximo à fronteira elétrica, pelo tempo que levamos até o local.

- O acampamento era ao ar livre ou dentro de alguma caverna? - Ele pergunta.

- Caverna.

- Provavelmente eles estão entre o leste de Cirta ou norte da fronteira. - Noah indaga a si mesmo.

- Por que diz isso? - Pergunto com cautela, estudando seu rosto.

- Por que seria o lugar perfeito - ele começa a explicar -, levando em consideração que há dezenas de entradas que se assemelhariam a labirintos. Você poderia se perder em menos de uma hora entre as cavernas e nunca mais encontraria o caminho de volta. Eles foram espertos em montar acampamento próximo à fronteira, ninguém se incomodaria em verificar os túneis esquecidos. Mantenha seus inimigos por perto é o que dizem. - Noah conclui.

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