capítulo 8

2.3K 270 12
                                    

Depois de tomarmos um banho, e transarmos pela terceira vez, deitamos na cama e apagamos, acordo quase 05:00 da manhã, assustada com um pesadelo, me sento na cama ofegante e suando.

—Maggie, você está bem?

Pergunta Sebastian se sentando na cama e tocando meu ombro.

—Eu estou bem, não é nada.

—Você estava gritando, era um pesadelo?

—Era, já passou, desculpa ter te acordado.

—Tudo bem, eles são constantes?

—Eram há um tempo atrás, aí parou, e agora voltou de novo.

—Acha que é por conta da mulher, que encontrou, de alguma forma, a morte dela e a da Giulia, são parecidas.

—É, deve ser por isso.

—Ei, sabe que pode conversar comigo, sobre qualquer coisa.

—Eu acho que não, mas obrigada por se oferecer.

Digo me deitando, ele se deita também e fica me olhando, enquanto eu olhava pro teto.

—Você é tão linda!

—Eu sei!

Ele ri.

—Me perdoe.

Fala ele, eu sabia ao que ele se referia.

—Tá perdoado.

—Isso foi de coração?

—Se seu arrependimento foi de coração, então o meu perdão também é.

—Eu fui um idiota.

—Você ainda é.

—Não deveria ter se aproveitado de você da forma que eu fiz.

—É, você só se aproveitou que eu era uma garota ingênua, e apaixonada por você, desde que me entendo por gente, zombou do meu amor, dizia para seus amigos o quanto eu era uma tonta, que achava que você estava apaixonado por mim, disse que eu nunca seria boa o bastante pra você, mas tá tudo bem, sem rancor.

—Eu fui um idiota, você era a pessoa mais incrível do mundo comigo, me tratava como se eu fosse um deus, e eu só fui reconhecer isso, depois que te perdi, eu sinto muito pelas coisas horríveis que te disse.

—Quais coisas, a que eu ficava me oferecendo para seus amigos, ou que eu não era boa suficiente pra você?

—Tudo, todas as coisas que eu te disse, a verdade, é que eu gostava muito de você, só não queria demonstrar.

—Sabe, o que eu não entendo, é, por que levou tudo adiante, disse que não me suportava, porque eu te sufocava, o que era mentira, porque apesar de gostar muito de você, eu não ficava no seu pé, sabia se colocar no meu lugar, mas ainda assim, você preferiu levar adiante, poderia ter dito que não queria nada mais comigo, que era só um capricho seu, ia partir meu coração, mas eu ia superar, mas você estendeu essa palhaçada por três anos, se só tivesse me usado pro sexo, e logo depois me largado, eu ia superar mais rápido, mas você foi alimentando em mim, uma falsa esperança de que nosso relacionamento poderia dar certo, e como se não bastasse, foi embora, no momento em que todos mais precisavam de você, era a pessoa mais forte de nós, poderíamos ter passado pelo luto da Giulia juntos, mas você quis passar por isso sozinho, me deixou pior do que eu estava, e a sua mãe coitada, era a que mais precisava de você no momento, mas não se importou com isso, porque você sempre só se importou com você mesmo, era sobre isso que queria falar, sobre como não deu a mínima para ninguém, e foi embora?

Pergunto olhando pra ele, que ouvia tudo atentamente.

—Era, me perdoe, eu...

—Foi um idiota, é eu sei, tudo bem, já podemos superar isso.

—Você nem me deixou falar.

—Já sei o que vai dizer, então, vamos pular essa parte, você se arrepende, gostaria de ter feito tudo diferente, e blá blá blá, eu li todas as mensagens que me enviou.

—Mas não respondeu nenhuma, nem minhas ligações, nada.

—Não, eu não estava pronta pra falar com você, mas você não é o único culpado por isso, eu sabia que ia partir meu coração, e Giulia me disse para tomar cuidado com você, mas eu não queria ouvir ninguém, eu estava cega de paixão, mas tudo bem, o sexo foi bom.

—Só o sexo?

—As partes que você fingia que me amava também, o jeito que me tratava quando estávamos sozinhos, nossas conversas sobre coisas bobas e aleatórias, nós tivemos nossos momentos.

—Todos os meus momentos com você foram bons.

—Todos, até os que você me desprezava, na frente dos seus amigos?

—Não, mas eu só fazia aquilo, porque eu estava apaixonado por você, mas não queria que ninguém percebesse, eu era muito imaturo, achava que ririam de mim, se soubesse que eu estava apaixonado, não sabe como me arrependo, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, me contagiava com sua alegria, com sua risada, com suas piadas engraçadas, no começo sim, eu só pensava em te usar, mas aí, vi o quanto você fazia bem pra mim, eu não fingia ser alguém que não era com você, foi tudo real, eu te amei de verdade, mesmo que não acredite, mesmo que eu tenha feito você sofrer, você me amou com seu jeito inocente e despretensioso, me perdoe, de coração Maggie.

Fala ele segurando minha mão.

Sorrio.

—Eu te perdoo, já disse.

—Sinto muito por ter ido embora também, justo quando mais precisava de mim, eu não era uma pessoa forte, e não queria que você ou minha mãe, visse isso, a morte da Giulia, foi a pior coisa do mundo, eu não queria acreditar, e comecei a beber, a ponto de não lembrar nem meu próprio nome, a ponto de dormir na rua, como um mendigo, se eu ficasse aqui, só deixaria minha mãe ou você pior do que já estavam, mas eu estava tranquilo, porque sabia que tinham uma a outra, você é como uma filha pra minha mãe, e deu todo o apoio e todo amor que ela precisava no momento, e juntas as duas superaram o luto, assim como meu pai, eu só ia piorar tudo.

—Me desculpe, por dizer que você só se importava com você mesmo, eu achava que você queria fugir de tudo, mas você só não sabia como lidar com a perda da Giulia.

—Ninguém sabia como lidar, você foi a pessoa mais forte de todos nós, segurou a barra por todo mundo.

—Mas foi por pouco, como você disse, quando ela se foi, uma parte minha foi com ela, e aí você foi embora, e levou mais uma parte minha, eu só aguentei tudo, por meus pais, pelos meus padrinhos e porque prometi a Giulia que faria qualquer coisa, para que outras mulheres, não passassem pelo que ela passou, mas eu tô falhando nisso também.

—Não tá não, eu tenho certeza que ela está orgulhosa de você, não vai conseguir salvar todo mundo, ninguém consegue.

—É, eu sei, mas ver que eu poderia ter feito algo por aquela mulher e não fiz, me deixa muito mal.

—A culpa não é sua, você mesmo disse que a família dele tem influência, e a menos que ele confesse que matou a noiva, nada vai acontecer, você mais do que ninguém, sabe que as leis desse país, é uma merda.

—É, eu sei, mas de agora em diante, as coisas vão mudar, farei o que for preciso, para proteger quem quer que seja.

—Eu sei que vai, agora, nós podemos falar sobre aquilo?

—Aquilo o que?

—O bebê!

—Não, não quero falar sobre isso, nem agora, nem nunca.

—Você nunca vai me perdoar, pelo que eu fiz, não é?

—Esquece isso, já foi, é passado.

—Eu gostaria muito de...

—Seba, não, por favor, é doloroso pra mim, tocar nesse assunto.

—Me perdoe, me perdoe, você tem razão, não vamos mais falar sobre isso.

—Obrigada!

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora