Capítulo 65

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O chão some debaixo dos meus pés.

—Que brincadeira é essa Nikolai?

—Não tem brincadeira nenhuma, só quero que você continue cavando.

—Por que me chamou assim?

—Assim como, Maggie, mas esse não é seu verdadeiro nome, Maggie Giordanna Lancelloti, nascida e criada em Bolonha, Itália, filha única, se formou com louvor em medicina, na melhor universidade da Itália, trabalhou para a policia local, e foi recrutada pela CIA.

—É uma pegadinha né?

—Maggie, já deu com o teatro, já mostrou o quanto é boa, a CIA te treinou bem, muito bem.

Não tem mais pra onde fugir, ele já sabe, é isso, é o fim.

—É, eu fui a melhor agente que já treinaram em anos.

Digo indo até a pá, a cova já estava praticamente aberta, eu só teria que cavar mais um pouco.

—Por que não disse que iria me matar, ou me enterrar viva, seja lá o que pense em fazer, eu teria vindo de pijama, é mais confortável, esse salto está me matando.

Falo tirando o salto, ele ri.

—Você não perde o bom humor, devo te parabenizar, realmente seu disfarce foi impecável, conseguiu me enganar por quase três meses, acho que ninguém nunca foi tão longe, se dedicou muito a isso.

—Eu sempre me proponho a fazer o melhor, por isso que sou boa em tudo que faço, e você já sabe disso.

Pego a pá e começo a cavar, se vou morrer, pelo menos, será do meu jeito, de cabeça erguida.

—É, eu sei, como eu sei.

—Você escondeu meu celular, para eu não comunicar a CIA.

—É, eu escondi.

—A quanto tempo sabe?

—Uma semana, eu acho, você invadiu o computador do Ivan, naquele dia na festa, você que me mandou as provas de que ele roubou a empresa do meu pai.

—Na verdade, não fui eu que mandei, mas outra pessoa fez isso por mim.

—Caterinna Salvattore, claro que foi ela, ela sabia quem você era esse tempo todo.

—Sabia, mas não a culpe, eu obriguei ela a não dizer nada, na verdade, nós temos um acordo, eu salvei a vida dela e dos bebês, e ela se sente em divida comigo, eu disse que se ela não contasse pra você, estaríamos quites, mas foi por pouco, Giovanni quase me entrega.

—Por isso ele vivia me perguntando se eu realmente confiava em você, ele tentou me alertar.

—É, ele tentou.

—Por que os alertou sobre a CIA?

—Por que acha que eu fiz isso?

—Salvou a vida da Caterinna uma vez, não deixaria que levassem ela.

—Talvez eu tenha me solidarizado por ela, e pelos bebês, jamais permitiria que tirassem eles dela a força.

—Ah, olha só, você pensa nos outros também, e não só em você mesma.

—As vezes eu penso sim.

Apesar de tentar parecer forte, eu quase não me aguentava, queria gritar e chorar, e pedir pra ele me perdoar, mas óbvio que seria em vão.

—Como pode ser tão fria, tão fingida, eu confiei em você, e você planejou tudo isso, me fez ficar caidinho por você, foi para minha cama, disse que gostava de mim.

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora