capítulo 91

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Maggie

A imagem de Jasmine, não saia da minha cabeça, outra mulher vítima de um homem nojento.

Aquilo sempre era um gatilho pra mim, eu posso fazer a terapia que for, mas a imagem de Giulia sempre vai estar comigo, e ver Jasmine morta daquele jeito tão cruel, nua, e dentro de um saco, como se fosse lixo, acionava esse gatilho bem forte, eu posso lutar em uma guerra, mas ver mulheres mortas vítimas de estupro ou qualquer coisa relacionada, sempre vai ser meu maior pesadelo.

Depois de encontrarmos o homem que é o suspeito de ter matado Jasmine, Nikolai agradece, vamos para o estacionamento e logo estamos no carro, voltando para a mansão.

—Me desculpa por ter falado daquele jeito, fui tão ríspida ao dizer que Jasmine está morta, nem sei se você ia falar pra eles sobre isso.

—Não, tudo bem, foi melhor ter falado, não tem como sair com um corpo daqui, sem pelo menos o Jonny ver, e obviamente que não vou mandar colocar ela em uma mala, eles iam começar a especular se vissem uma movimentação estranha, aí iriam perguntar pra um e pra outro, e o caos se instalaria, pelo menos eles sabendo, já sabem como agir, e vão tentar despistar os outros funcionários, e você mandou muito bem, dando uma de hacker.

—A única coisa que eu posso fazer para pegar esse desgraçado, é mesmo um dos caras do bordel?

—Provavelmente, mas só vou ter a confirmação, depois que Will confessar.

—Eu quero estar junto quando o pegar, vai matar ele, não vai?

—Com certeza, mas não quero que esteja junto.

—Por que?

—Isso te deixa sensível.

—Ver mulheres mortas por homens nojentos que me deixa sensível, agora matar um homem nojento, me faz bem, é revigorante matar um homem.

—Depois dessa, vou começar a dormir de olhos abertos.

—Mas é só homens maus, você não é mal.

—Só quando eu quero.

—Eu sei, vai me deixar ir junto?

—Não vou te levar pra casa.

—Nik, por favor!

—Maggie, não, não quero que se arrisque, e nem que se meta nisso, além do mais, ainda tem seu disfarce, não pode correr o risco de te descobrirem, e tem o filho do Christoff, que está na nossa cola, não quero que ele use você pra chegar a mim, como ele vem tentando, as coisas podem sair do controle, não posso me concentrar em pegar ele, se estiver preocupado com você, ficando aqui, sei que estará segura, eu cuido disso, tá?

—Ah, tá legal.

—Nossa, foi mais fácil do que eu pensei.

Fala ele com ar divertido.

—Há há, só não vou insistir, porque eu tô com preguiça, só aquele tiroteio foi demais pra mim, mas por favor, toma muito cuidado, tá?

—Sim senhora.

Logo chegamos a mansão, ele nem ia descer do carro.

—Volta logo, e sem nenhum arranhão, por favor, você promete?

—Prometo, e você não ouse sair daqui.

—Nem que eu quisesse, você triplicou a segurança.

—Como se isso fosse um empecilho para você, que já fugiu duas vezes e driblou a segurança com maestria.

—Aquilo foi uma necessidade.

—Promete que vai ficar segura?

—Só se prometer também.

—Eu prometo, volto logo, será coisa rápida.

—Tá bom, então vai, eu te amo, volta logo.

Falo beijando ele.

—Eu te amo mais, volto rapidinho.

—Tá, vou esperar.

Desço do carro.

—Sem nenhuma arranhão.

—Tudo bem.

Ele sai cantando pneu, vejo ele atravessar os portões, e fico com um leve aperto no peito, entro na mansão, converso com a Annie, depois subo para o quarto, e ligo para saber se Dianna está bem.

Ela estava bem, fora de perigo, resolvo tomar um banho, e depois disso fico apreensiva com a demora de Nikolai, já se passaram horas e nenhuma notícia dele, a noite caí e a preocupação só aumenta, tento o celular dele, mas só caía na caixa postal, Serguei estava com ele, ficamos eu e Annie preocupadas.

Se antes eu tinha dúvidas, agora não resta mais nenhuma, eu estou perdidamente apaixonada por Nikolai, só de imaginar ficar sem ele, meu coração já aperta, a preocupação tava me matando, não sei o que faço se acontecer algo com ele.

—Querida, já é a quarta caixa de chocolate que você come, se acalme.

—Annie, sabe que quando fico nervosa, eu não paro de comer.

—Isso agora, porque antes, quando estava nervosa ou triste com algo, você fazia greve de fome.

—Meus nervos estão a flor da pele Annie, TPM, nervosismo, tudo juntos, já passa das nove e nenhum notícia, e se...

—E se nada, está tudo bem, logo eles estão aí, sobe, tome outro banho e relaxa.

—Tá bom, farei isso, estou mesmo precisando de outro banho.

Deixo a caixa de chocolate de lado e subo, tomo um banho, termino, visto meu roupão, saio e vou me trocar, quando ouço um barulho na porta, saio do closet e vejo Nikolai entrar.

—Ah, graças a Deus você chegou, eu fiquei tão preocupada, meu amor...ah meu Deus, o que houve, você tá machucado, o que é todo esse sangue?

—Não é meu, quer dizer nem todo sangue é meu.

—Você está ferido?

—Não muito, foi só um tiro de raspão aqui no braço, só isso, o resto de sangue não é meu, relaxa, eu tô bem.

A camisa dele está toda machada de sangue e rasgada no braço, deixando evidente um ferimento aberto e que saia um pouco de sangue.

—Vem, sente-se aqui, eu vou cuidar disso pra você.

—Na cama não, vamos no banheiro, eu estou todo sujo.

—Vamos.

Vamos pro banheiro, ele se senta na tampa do vaso, e tira a blusa, pego o kit de primeiros socorros e coloco na pia.

Lavo o ferimento, não foi profundo, mas também não era tão superficial, teria que dar uns pontinhos, coisa pouca.

—O que aconteceu, me conta, por que demoraram tanto, fiquei tão preocupada.

—Pegamos o Will, ele tentou fugir, mas fomos mais rápidos, ele confirmou que o cara que matou Jasmine, era um dos que frequentava o bordel.

—E porque ele a matou, qual foi a motivação?

—Ela estava esperando um filho dele, ele achou que ela iria contar pra esposa dele, e não permitiu, resolveu silenciá-la.

—Ah meu Deus, ela estava a grávida?

—Estava.

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora