capítulo 9

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No dia seguinte

Acordo e olho para o lado, Sebastian ainda dormia, a conversa que tivemos na madrugada foi boa, três anos já se passaram desde que ele foi embora, e eu ainda guardava aquele rancor, mas já estava na hora de superar, e depois daquela conversa, vejo tudo com mais clareza, eu precisava perdoá-lo, me sentiria melhor comigo mesma.

Olho no relógio.

—Mas que merda!

Digo quase dando um pulo da cama.

Começo a vestir a roupa, quando Sebastian acorda.

—Bom dia!

—Bom dia e tchau!

—Não vai ficar para tomar café comigo?

—Não vai dar, estou atrasadíssima para o trabalho, ainda preciso ir em casa, tomar banho e vestir minha farda.

—Você tem uma arma?

Pergunta ele sentando na cama.

—Eu sou policial, é claro que eu tenho.

—E já usou ela alguma vez?

—Óbvio né, Sebastian!

—Já matou alguém?

—Sim, mas isso não é frequente, não saio matando todos os bandidos que eu encontro, vontade não falta, mas da última vez, eu e meu parceiro, trocamos tiro com quatro bandidos, e eu matei três dele, a minha mira é perfeita.

—Eu não consigo imaginar aquela garota mimadinha, que cursava Medicina, era cobiçada por metade dos calouros da Universidade, popular, filha do diretor do hospital mais famoso de Bolonha, como uma policial fodona, que sai correndo atrás dos bandidos, você não se encaixa no perfil.

—E tem um perfil, de como uma policial deveria ser?

—Não é que, não tem nada a ver com você, você é a típica garota rica, que qualquer um diria que é uma influencer, blogueira, ou uma cirurgiã plástica ou qualquer outra coisa do tipo.

—Obrigada pelo garota, mas eu gosto de quebrar os padrões, quem odiou a minha mudança de profissão, foi meu pai, ele queria que eu seguisse os passos dele, aliás, falando em seguir os passos, o que faz da vida em Portugal?

—Sou garoto de programa!

Fala ele com ar divertido.

—Putz, você me superou em quebrar os padrões, quanto ficou a nossa noite, me manda a conta!

—Pra você é de graça.

—Ótimo, porque eu vou querer repetir, obrigada pela noite.

Falo indo até ele, e dando um beijo em sua bochecha.

—Vou puxar a sua ficha, ver se não tem nenhuma passagem pela polícia, caso tenha, vou ter que te prender, mas se não tiver, mesmo assim, a noite eu trago as minhas algemas.

Ele ri.

—Traga mesmo, porque eu vou te algemar, e te fazer gemer a noite toda.

—Estou contando os minutos pra isso, tchau, a gente se vê depois.

Ele me acompanha até a porta.

—Vou preparar um jantar pra gente, tudo bem?

—Vai fazer aquele Tiramisù, que eu amo?

—Vou!

—Então tá bom, já estou sedenta para comer.

—Eu também estou sedento, mas não para comer a comida.

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora