Capítulo 76

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Depois da noite intensa, tomamos um banho e pegamos no sono, mas sonho que estava me afogando, e começo me debater na cama, até ser acordada por Nikolai.

—Maggie, Maggie, acorda.

Abro os olhos e me sento na cama praticamente sem fôlego.

—Ei, ei, respira, respira, fica calma.

Ele consegue me acalmar, e aos poucos vou recuperando o fôlego.

—Isso, devagar, respira, já passou.

—Fo...foi horrível, Nik, eu...eu...

—Tudo bem, tudo bem, fica calma, vem aqui.

Ele me abraça e se deita comigo, me aconchego mais nele e o abraço bem forte.

—Tudo bem meu amor, está segura agora.

—E pensar que se...se não fosse você, eu...eu teria morrido, e...

—Não pense mais nisso, tá bom, eu iria até o fim do mundo para te encontrar.

—Eu deveria ter te ouvido, deveria ter ficado aqui, mesmo que estivesse com raiva da forma que estava me tratando, mesmo eu não tendo o direito de estar com raiva, eu deveria...

—Não, tudo bem sentir raiva de mim, eu realmente queria te proteger, mas como também estava com raiva, fiz parecer que ia te manter como uma prisioneira, a culpa foi minha por ter mantido você aqui contra sua vontade.

—Sua intenção foi boa.

—E você foi incrível ao burlar a segurança, sons de tiro, para parecer que alguém estava atacando a casa, sério, foi genial, eu jamais teria pensado nisso.

—Porém foi arriscado, seus seguranças revidaram, e alguém poderia ter se ferido.

—É, meio imprudente, mas genial, mas promete que não vai mais fugir assim?

—Depende, se tentar me manter como uma prisioneira de novo, não, eu estou brincando, prometo não fugir mais.

—Boa garota, agora tente dormir, já está quase amanhecendo.

—Não sei se consigo.

—Quer que eu cante uma musiquinha?

—Que tipo de música?

—Eu gosto do hino da federação russa.

—O que, não, por Deus, apesar de eu achar muito sexy, quando fala em russo, eu passo.

—Acha sexy quando eu falo em russo?

—Sim, quando diz adeus em russo, então, minha nossa, eu fico maluca.

Dasvidaniya.

—Ah meu Deus, isso é muito sexy.

Ele ri.

—Você tem uma queda pelo meu sotaque.

—Uma queda não, uma quedona, deveria falar mais em russo do que inglês.

—São tantos anos morando na américa, que meu sotaque russo, está quase sumindo.

—Ah não, isso é uma pena.

—Sim, eu só não perdi ele todo, porque as vezes me comunico com Annie e Serguei em russo, para não perder o jeito, eles conversam em russo, entre eles.

—Devem sentir falta da Rússia, eles não tem filhos, acho que nunca cheguei a perguntar.

—Eles tem um, Andrei, que é um tremendo de um otário.

—Ela nunca falou sobre ele.

—Ela não gosta de tocar no assunto, porque é doloroso pra ela, Andrei nunca foi um bom filho, rejeitava os pais, por serem pobres, e por dedicarem a vida a servir a minha família, bom, antes de morrer, meus pais deixou uma boa quantia de dinheiro para Annie e Serguei, e uma linda casa que mandou construir para eles, pelos anos que dedicaram a nós, Andrei tentou roubar os pais, e os internar em uma casa de repouso, nessa época, eu já estava morando aqui, e fiquei sabendo do ocorrido, pelo advogado que cuidava das coisas do meu pai, eu fui para a Rússia, dei uma surra em Andrei, e trouxe os dois para morar comigo, Annie estava arrasada pelo filho ter feito aquilo, apesar de ser um idiota, ainda é filho dela, mas ela aceitou vir pra cá comigo, e deu todo o dinheiro para ele, ele nunca mais ligou, só se importava com o dinheiro, aí mandei matá-lo.

Levando a cabeça e olho pra ele.

—Sério?

—Não, eu tô brincando.

—Se eu estivesse no seu lugar, teria feito exatamente isso.

Falo me deitando novamente.

—Teria?

—Ele foi um idiota com os pais, merecia morrer por isso, os dois são pessoas tão incríveis, como alguém tem coragem de tratá-los assim?

—Eu sempre me pergunto isso, eles sempre fizeram de tudo para que Andrei tivesse uma boa educação, e para que nada faltasse, não sei porque ele é assim, tão ganancioso, eu disse que se ele gastasse todo o dinheiro, e viesse atrás dos pais querendo mais, eu ia fazer ele se arrepender de ter nascido, até agora não apareceu, e por Deus que não apareça, em todos esses anos, ele nunca ligou, é como se os pais tivesse morrido pra ele, eu daria tudo para ter meus pais comigo, e quem tem, não valoriza.

—Te entendo, confesso que não via a hora de sair da casa dos meus pais, mas não por não amá-los, mas é que eu queria viver minha própria vida, por ser filha única, eles ainda me tratavam como uma criança, e isso era um pouco cansativo, viviam preocupados comigo o tempo todo, me ligavam direto para saber se eu estava bem, ainda mais porque trabalhava na policia, eles não podiam ver um tiroteio na TV, que me ligavam perguntando se eu estava no meio, confesso que as vezes sinto falta disso, eu sinto muito a falta deles, e nem imagino como é pra você, saber que nunca mais vai ver seus pais de novo, ou sua irmãzinha.

—Eu achei que com o passar dos anos ficaria mais fácil, mas não fica, Anika, faria 15 anos no mês que vem, eu sinto a falta deles todos os dias.

—Mas eles ainda estão aqui.

Falo me apoiando nele, e colocando a mão em seu coração.

—Sempre vão estar com você, onde quer que esteja.

Uma lágrima escorre pelo olho dele, passo meu dedo, e a limpo.

—Acha que eles se orgulham de mim?

—Olha, pra ser sincera, não acho que se orgulham do caminho que tomou, sei que a vingança é uma coisa muito boa, quer dizer, não é boa, mas é boa, não sei se me me entende, mas não sei se era isso que queriam de você, acho que iam querer que se tornasse um homem de bem, tocasse a empresa da sua família, e deixasse tudo isso de vingança de lado, mas pra isso, você precisaria de uma empresa, acho que não sou a pessoa mais indicada para te falar sobre isso, mas eu tenho certeza, que se orgulham do homem que se tornou, um homem com um caráter impecável, que sabe como tratar as mulheres, lindo, romântico, eles com certeza se orgulham de você, já de quem se tornou, não sei.

—Olha, você é péssima em tentar me animar.

Rimos.

—Eu sou né, mas eu sou boa em outro jeito de te animar, e não preciso dizer uma palavra pra isso, até porque, minha boca, estará ocupada.

—Que baixaria, o que está esperando?

—Nada.

—Ótimo, então comece agora, isso é uma ordem.

—Sim senhor!

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora