capítulo 104

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Nikolai

Esses dois meses longe da Maggie, foram uma tortura, eu sentia muito a falta dela e queria estar com ela o mais rápido possível e assim que surge uma oportunidade eu vou, assim que a vejo, quase morro de tanta felicidade, eu sou apaixonado nessa mulher, nunca pensei que me apaixonaria tanto assim.

Estar com ela me fazia tão bem, eu esquecia de absolutamente tudo, ela me traz uma paz que eu nem sei descrever, a risada dela, era como música para meus ouvidos, o abraço dela me acalma, ela é tudo o que eu precisava em uma pessoa só.

Os dias que passamos juntos no Brasil, foram incríveis, mas apesar de tudo, de sempre estar rindo, de tentar me divertir, eu sentia que havia algo de errado com ela, ela andava mais pálida, se cansava rapidamente, e estava comendo muito mal, coisa que era difícil de acontecer, Maggie sempre foi de comer muito bem, toda vez que eu perguntava se tinha algo de errado, ela desconversava, ela ficava tensa e desconfortável, por isso eu sempre deixava de lado, mas eu sentia que tinha algo de muito errado, e não poderia voltar para Nova York com isso martelando na minha cabeça, então resolvo insistir, e ela me responde, mas aquilo me atingiu em cheio.

—Não é nada demais, só uma mancha no cérebro, que provavelmente é uma sequela do meu afogamento, mas nada preocupante, já estou tratando, antes isso do que eu ter morrido né, é um pequeno preço a se pagar.

—Uma o que?

Pergunto espantado.

—Uma mancha no cérebro, nada demais.

—Vo...você está doente?

—É basicamente isso, pode me matar, mas também posso viver mais muitos anos, sem sequelas.

O coração se aperta de uma forma horrível.

—Ah meu Deus, e como pode dizer isso de forma tão natural, como se não fosse nada?

—E não é, já aceitei meu destino seja ele qual for.

—Há quanto tempo isso vem acontecendo, e por que só está me contando agora?

—Eu descobri pouco antes de irmos para a Rússia, não achei que fosse viver tempo o suficiente para te contar.

—Seus pais sabem?

—É a única pessoa para quem contei, da minha família, mas Dianna sabe.

—E veio para cá, para morrer sozinha?

—Eu vim atrás de um tratamento, mas sabia que isso poderia acontecer, mas deixei instruções claras de que se eu morresse, para que entregassem meu corpo para minha familia e tem uma carta para cada um, e um vídeo meu dizendo adeus, e o acesso a minha conta bancária, ainda tem a possibilidade de eu morrer, porém só saberá dessas cartas se eu partir dessa pra melhor e...você está chorando, e eu nem morri ainda.

Não pude evitar ir às lágrimas.

—Por que você é tão cruel assim, por que não me contou nada, e mesmo sabendo que poderia morrer, nem se despediu de mim, dos seus pais.

—Eu já disse, odeio despedidas, não quis me despedir, porque sempre acreditei em uma recuperação, se eu me despedisse, era como se eu estivesse aceitado a minha morte e que não voltaria viva para vocês.

—E agora já aceitou isso numa boa, e nem se importa se vai viver ou morrer, se as pessoas que te amam vão sofrer, eu morreria se te perdesse, e sem nem ao menos saber como, se você sofreu ou não, imagina como seus pais ficariam, não pensou em nós?

—Eu pensei e justamente por isso é que vim pra cá, as chances de me recuperar, eram as mesmas de eu morrer, eu tive que arriscar, você acha que foi fácil pra mim tomar essa decisão, eu tive medo, medo de morrer aqui sozinha, sem ninguém que eu amo comigo, mas por outro lado, não queria que sofressem ao me ver morrendo.

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora