Infiltrada - Operação Máfia Russa

Capítulo 73

—Adorei a pegadinha.

Falo rindo.

—Sabia que não iria levar isso a sério.

—Sem chance Nikolai.

—Eu sou um agente infiltrado.

—Não, você não é.

 —Trabalho para a KGB.

—A KGB está inativa há muito tempo.

—Não nos últimos 13 anos, depois da tentativa frustrada do golpe de estado em 1991, realmente colocaram um fim na KGB, mas ela foi reativada por Dmitri Medvedev, vice presidente do conselho de segurança, ele foi presidente da Rússia de 2008 a 2012, e reativou a KGB nesse período.

—Com que propósito?

—Dmitri sempre foi um visionário, sempre pensou a longo prazo, ele sabia que um dia iria precisar, mas houve uma mudança muito grande de como a KGB opera.

—Putin está relacionado a isso?

—Não, ele nem faz ideia que a KGB foi reativada, tanto que é um alvo, que vem sendo investigado há muito tempo, por corrupção, aliciamento a máfias poderosas que atuam dentro e fora da Rússia, há muito tempo que tentamos derrubar ele do poder, mas ele tem muitos seguidores, e não tem sido um tarefa fácil, a questão é que Ivan, responde a ele, é um seguidor fiel, que faz de tudo por Putin, Ivan não matou meus pais apenas por causa da empresa, mas sim porque meu pai descobriu muitas coisas sujas sobre ele, foi uma queima de arquivo, quando eu descobri sobre isso, fiquei louco, queria matar Ivan a todo custo, até que a KGB veio até mim, eles me contaram tudo sobre Ivan, e me recrutaram para trabalhar na agência, eu aceitei, porque era jovem e imaturo, jamais conseguiria derrubar Ivan sozinho, e desde então, eu vivo aqui, infiltrado, só esperando o momento de me vingar, e além da queda do Ivan, tiramos Putin do poder e vários outros políticos.

—Cacete, está mesmo falando sério?

Pergunto me sentando na cama, ainda chocada com tudo aquilo, mas seria mesmo verdade?

—Estou Maggie, agora que temos algo em comum, acho que posso confiar em você, ou acredite, eu jamais te diria isso, as únicas pessoas que sabem, são Annie e Serguei.

—Tá legal, é difícil de acreditar nisso.

—Por que, por que sou melhor que você em me infiltrar, você ainda está engatinhando, eu já faço isso há 11 anos, e nunca fui descoberto, você nunca saberia, se eu não tivesse te contado.

Fala ele se sentando também.

—É você até que tem razão.

—Inclusive, eu posso te dar várias dicas, se quiser.

—É, mas eu consegui te enganar, na CIA, ninguém nunca chegou tão longe, como eu cheguei, e olha que sou novata.

—É por que a CIA, tem formas um tanto quanto radicais de infiltrar seus agentes.

—Está falando sobre eu ter transado com você?

—É, você me seduziu.

—Eu não te seduzi, você que ficou atrás de mim, eu não planejei dormir com você, de verdade, isso nunca me passou pela cabeça, eu fiquei apavorada, só de saber que eu teria que tentar me aproximar de você, era só pra eu ficar de olho, observar e relatar.

—Mas não resistiu ao meu charme.

—Isso é a parte, mas por isso que você sempre teve atitudes muito suspeitas, apesar de disfarçar muito bem, eu já notei vários sinais.

—Não tão óbvios quanto os seus.

—Eu não sou óbvia.

—Você não, mas suas atitudes sim, você sempre passa um pente fino, em todo lugar que vamos, cogita todas as entradas e saídas, fica alerta se vê alguma atitude suspeita, tem um julgamento impecável, é sempre muito segura de si, você observa absolutamente tudo, não deixa nada passar, você fala 5 idiomas, somente uma agente muito boa, poderia ser poliglota

—Seis, com o Russo.

—Você fala russo?

—Eu falo, acho que português não conta, por que meu português não é muito bom e Chinês também não conta que sei só o básico, mas eu já falava esses idiomas antes de entrar para a CIA.

—Uau, estou impressionado, mas disse que não falava russo.

—É, eu disse, não queria que soubessem, talvez eu pudesse descobrir mais coisas, se pensassem que não falo russo.

—Inteligente.

—Eu fui a melhor agente que a CIA já treinou em anos, claro que sou inteligente, não tanto quanto você é claro, já que ficou infiltrado por anos, mas me fala uma coisa, a agente do Serviço de Inteligência Estrangeiro...

—Eu não matei ela, se é isso que quer saber, jamais mataria uma colega de profissão, eu a mandei para meu contato na KGB, e ela se encarregou do resto.

—A tal Yelena?

—A própria, mas como sa...você me ouviu falando com o Serguei.

—Ouvi, mas que bom que ela não fica te ligando toda hora, por que nossa, a Diana me liga toda hora.

—Ah "Gina"?

—A própria, ela é diretora-adjunta da CIA, foi quem me recrutou.

—No começo é normal, Yelena também era assim, me ligava de hora em hora, é perigoso o que fazemos.

—Mas do que adianta, como você mesmo disse, se formos descobertos, eles nem vão se importar, nos deixaram por conta própria.

—Eu disse aquilo, só pra te colocar pressão, mas hoje em dia, não é mais assim, as agências tem tido um melhor cuidado com seus agentes, pelo menos se morrermos mandam nosso corpos para a família.

—Isso é bem reconfortante, você já contou para seu contato que sou da CIA?

—Não, e nem vou contar, e também não pode contar sobre mim, não dá pra confiar em ninguém, você já sabe que tenho um informante lá dentro, quem garante que ele também não trabalha para o Ivan, ninguém pode saber, me promete?

—Prometo, relaxa, seu segredo está bem seguro comigo, como diz Caterinna Bianco, se não contar, eu não conto.