Capítulo 68

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—Não chore mais querida, vamos descer para tomar café.

—Não quero Annie, não quero olhar pra cara dele.

—Não pode ficar fugindo pra sempre, tem que enfrentar isso.

—Ele pode me matar a qualquer momento, e me enterrar no quintal, ninguém nunca vai encontrar meu corpo.

—Não diz isso, Nik jamais faria mal a alguém.

—Diz isso pra Dimitri, Nikolai basicamente me obrigou a matá-lo, depois de tê-lo espancado muito.

—Mataram Dimitri, o irmão do Ivan?

Concordo com a cabeça.

—Meu Deus, se Ivan souber ele vai ficar uma fera.

—Ele vai ter desejado matá-lo antes, depois que souber que o irmão transava com a filha dele.

—Dimitri e Natasha, não!

—Sim Annie, e eu tenho a prova, mas isso não vem a o caso agora.

—Tudo bem querida, mas vamos descer pra comer, se não descer, Nikolai vai subir.

—Eu duvido que ele se importa.

—Está sendo injusta querida, lembre-se que você que enganou ele, e não o contrário.

—É, eu sei, mas não quero vê-lo, e não quero comer nada Annie.

—Eu trago algo pra você aqui então, pra não ter que descer.

—Não Annie, não precisa, eu não quero que se incomode com isso, e Nikolai também não vai deixar que se incomode.

—Eu vou trazer e ponto, eu volto logo.

Nikolai

—E então, ela vem, Annie?

Pergunto assim que ela aparece na mesa do café.

—Não, e está tão pra baixo tadinha, não para de chorar, descobriu que você havia me contado sobre ela, achou que eu a odiava.

—Não caía no teatro dela Annie, ela é boa em fingir.

—Não acho que ela esteja fingindo querido, os olhos estão vermelhos, como se tivesse chorado a noite toda, aquela jovem alegre, engraçada e de bem com a vida, sumiu, o brilho nos olhos dela, está apagado, ela parece muito mal com tudo isso, nem quer comer, quando foi que essa garota recusou comida, desde que chegou aqui, a única vez, foi quando pensou que a melhor amiga havia morrido.

—É só fingimento, eu já disse, quer tentar comover todo mundo, mas não caio mais nessa.

—Meu amor, sei que está profundamente chateado, mas precisa entender o lado dela também, ela só estava fazendo o trabalho dela, não esperava que fosse se envolver, muito menos se apaixonar por você.

—E você acredita Annie?

—Pra ser sincera sim, e você mais do que ninguém entende isso, só não quer enxergar as coisas, porque está com o orgulho ferido, mas dê tempo ao tempo, e tudo vai se resolver.

—Eu duvido Annie, eu vou subir e tentar fazer ela vir comer, não quero que me acuse por cárcere privado e de deixar ela morrer de fome.

—Ela não quer te ver.

—As vezes nem eu quero me ver, mas ela não tem escolha.

—Eu disse que levaria algo pra ela comer.

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora