capítulo 86

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Começo a rir.

—Amor, eu tô brincando, óbvio que não vamos entregá-lo, nós vamos matar ele, e a prole dele, não vai restar um herdeiro Egorov, para contar história.

—Ah meu Deus, você em, sabe como me enganar direitinho, eu já estava me perguntando, o que foi que aconteceu com a minha Maggie, justiceira.

—Ela tá bem aqui, e não vai a lugar algum, até que Ivan esteja morto e enterrado.

—Cremado é melhor, e vivo, eu vou fazer ele sentir, o que ele fez com meus pais, e que Natasha esteja junto, portanto não podemos deixar que a CIA a pegue, se pegarem, vão levá-la para alguma prisão secreta, que nunca vamos saber onde fica.

—Eu vou, sei onde fica todas as prisões secretas da CIA.

—Eles contam isso no treinamento, para vocês?

—O que não, óbvio que não, eu invadi o sistema deles, eles tem uma lista dessas prisões e de possíveis outras que poderão usar num futuro próximo.

—É claro que você invadiu, e eles sabem?

—Não!

—Já foi pega burlando alguma parte do sistema deles?

—Já, quando eu estava em treinamento, eu roubei o celular de um civil, e fiz contato com minha família através do satélite deles, demorou uns 3 meses para descobrirem, eu fui punida e quase me mandaram embora, mas eu era a melhor agente que treinavam em anos, óbvio que não perderiam esse rostinho lindo aqui, com toda essa inteligência e destreza.

—Eu é que dei sorte, de terem enviado uma agente tão gata e tão boa, para me vigiar.

—Estava tudo perfeitamente planejado, até que...

—Nos apaixonamos, malditos olhos verdes.

—Maldito sorriso cafajeste.

—Você ama meu sorriso cafajeste.

—E você ama meus olhos verdes.

—Eu me perderia nessa imensidão de olhos verdes.

Fala ele colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, e olhando no fundo dos meus olhos, meus pelos se arrepiavam toda vez que ele fazia aquilo, era como se ele enxergasse dentro de mim.

—Por que você finge que não tem medo de nada?

Pergunta ele aleatoriamente, na verdade não tão aleatório, ele realmente parecia enxergar meus piores medos, através do meu olhar.

—Acha que eu finjo não ter medo de nada?

—Sim, você se faz de durona, mas no fundo, olhando bem no fundo dos seus olhos, eu consigo ver uma garota apavorada, sentimental e um pouco carente, as vezes você fica tão distante, como se estivesse vagando em outra dimensão, quando não está bem, você fica rindo a toa, só para tentar reafirmar, algo que não é verdade, e quando está bem, você tenta esconder ao máximo, porque acha que os sentimentos vão te deixar vulnerável.

—E consegue ver isso, só olhando no fundo dos meus olhos?

—Sim, já que é bem raro você se abrir pra mim.

—O que, mas eu faço isso praticamente todos dos dias.

Ele ri.

—Se abrir comigo, você entendeu, eu queria te entender melhor, te conhecer melhor, saber o que se passa na sua cabeça.

—Você já fez uma leitura incrível sobre mim, apenas olhando nos meus olhos, é mais do que qualquer pessoa faria, já me conhece melhor, do que pessoas que conviveram comigo a vida toda.

—Tá falando do seu ex?

—Basicamente, mas que tal se falarmos sobre você, em?

—Viu, é isso que eu falo, você não confia em mim, para me contar mais coisas sobre você, toda vez que eu tento, você se fecha, e tenta mudar de assunto, você diz que me ama, mas eu te sinto muito relutante em relação a nós, como se a qualquer momento, fosse pegar suas coisas e sumir, sem nem me dar um adeus.

—Não, eu não faria isso, eu sei como é ser deixada, sem nem um adeus ou uma explicação, jamais faria isso com alguém, jamais faria isso com você, eu te amo de verdade, como nunca amei ninguém, mas eu ainda não sei muito bem lidar com isso.

—Do que você tem medo, Maggie?

—De não ser boa pra você, tá legal, de estragar algo incrível que temos junto, tenho medo, de deixar meus sentimentos atrapalhar meu julgamento, eu estava tão obcecada pelo Sebastian, que não percebi os sinais com a Giulia, eu deixava ela de lado, e mal a ouvia, poderia ter evitado a morte dela, mas eu estava cega, vivendo por alguém que não valia o meu tempo, enquanto minha amiga estava sendo assediada por um professor de merda, eu poderia ter dado mais atenção a ela, mas ao invés disso, estava mais preocupada, em quando o irmão dela iria me buscar em casa, para passarmos o dia todo junto, da qual eu sairia destruída e humilhada, sendo usada apenas como um objeto de sexo pra ele, eu me sinto culpada, e isso não passa, Nik.

As lágrimas escorrem, ele me abraça.

—Eu te entendo meu amor, eu passei minha vida toda me culpando pela morte da minha família, mas tem coisas, que não temos como prever ou controlar, talvez pudesse ser evitado, talvez não, e não podemos mudar isso, o sentimento de culpa sempre vai existir, mas isso nós podemos controlar, para não nos afetar, tudo bem se sentir culpada, isso te motiva, te deixa mais forte, para tentar evitar que aconteça novamente, veja quantas mulheres conseguiu salvar, porque não queria que passassem pelo que sua amiga passou, a raiva e a culpa, foram suas motivações, te fizeram mais fortes, você pode se sentir culpada, só não pode deixar isso te consumir, e te privar de ser feliz, pare de pensar um pouco nas pessoas e pense em você, meu amor, só em você.

—Eu não posso evitar de me preocupar com todo mundo que eu amo.

—Não, não pode, mas também precisa se preocupar com você, com sua saúde mental, isso te afeta muito, e por mais que tente esconder, seus lindos olhos verdes me revela, olha pra mim, meu amor.

Ele segura meu queixo, e levanta minha cabeça, nossos olhares se cruzam, e eu vejo tanta ternura nos olhos dele, a paciência e a delicadeza que ele tem comigo, faz com que eu me sinta acolhida, protegida, como se nada pudesse me atingir.

—De alguma forma, você me curou, trouxe de volta um Nikolai, que estava no fundo do poço, você deu um novo sentindo a minha vida, me deixe tentar dar um novo sentido a sua, me deixe te amar, mostrar pra você, que pode ser feliz, sem culpa, sem medo, eu prometo que vou fazer de tudo para te ver feliz, mas antes precisa se permitir, eu te amo muito, e preciso que me permita demonstrar isso, se não quiser por bem, eu vou te amar na base do ódio.

Rio com lágrimas nos olhos.

—Meu coração é todo seu, ele já tá bem remendado, aos poucos voltando a ser como era, portanto se quebrar ele, ou fizer uma rachadura sequer, eu arranco o seu e jogo para os leões comerem e isso não é uma metáfora, eu arranco de verdade, e jogo junto com seu corpo.

—Isso é tão romântico, nunca ouvi nada tão romântico quanto isso.

Fala ele rindo.

—É a coisa mais romântica que vai me ouvir dizer.

—Bom, já é um começo.

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora