capítulo 102

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Dois meses depois

Dois meses se passaram desde que vim para o Brasil, e nesses dois meses, não tinha um dia que eu não falasse com Nikolai, mas há uma semana, que ele não ligava, não respondia minhas mensagens, nem nada, Annie disse que ele havia ido pra Rússia, e que também estava sem notícias dele, eu chorava todos os dias imaginando que ele estaria morto em algum lugar e que jamais encontraríamos o corpo dele.

Não achei que eu duraria tanto, mas o tratamento tem dado resultados, e agora eu tenho esperança de passar por isso e ter uma nova chance de ser feliz com Nikolai, mas se ele morresse, nada faria sentido, meu sacrifício de me afastar dele para me tratar, teria sido em vão, e eu perdi a chance de passar mais tempo com ele.

Na semana anterior a que ele sumiu, ele estava estranho, como se estivesse se despedindo, ficava toda hora dizendo que me amava, que estava morrendo de saudades, e que era pra eu ficar bem, eu tentava não me desesperar, mas o sumiço dele, e a falta de notícias estava me matando, eu tentava manter minha rotina para auxiliar o tratamento, então corria todo dia pela manhã na praia de Ipanema, havia alugado um apartamento com vista para o mar, amava ficar observando o nascer e o pôr do sol da varanda, sempre era um espetáculo.

Hoje é sábado e eu não iria trabalhar, o trabalho da CIA em conjunto com a Agência Brasileira de Inteligência, era bem tranquilo, com meu histórico de invasão de sistemas, análise de dados precisos, me deixaram trabalhar com os analistas, Dianna lamentou, porque disse que eu estaria desperdiçando meu potencial como agente de campo, mas eu precisava de tempo pra mim, para me tratar, e estava sendo bom, trabalhava pouco e tinha tempo de sobra pra mim, e não precisava me arriscar, se bem que eu adorava uma adrenalina correndo por minhas veias.

De sábado eu não costumava caminhar, mas adorava ir para a praia, então levanto, vou ao mercado, volto, tomo café e vou, fiz algumas colegas no trabalho, e ficava vendo elas jogar futevôlei, as vezes eu arriscava, mas era péssima.

Assim que acabam de jogar, tomamos um banho de mar, e decido ir embora, uma colega iria me levar a encomenda de algo que comprei.

Assim que chego em casa tento ligar para o celular de Nikolai, mas só cai na caixa postal, como das outras vezes, então ligo para meus pais, converso com eles um pouco e depois vou fazer do almoço.

Enquanto fazia a comida, sinto um aperto no peito, ele acelera e começa a bater mais rápido, fico preocupada, e tento ligar para Nikolai de novo, sem sucesso, as lágrimas escorrem por meu rosto, eu estava com muita saudades, e temia o pior, então alguém bate na porta, limpo as lágrimas rapidamente, deveria ser Raquel minha colega, vou até lá, a abro, mas não tinha ninguém, havia apenas um buquê de rosas no chão e uma caixa de chocolates dos que eu mais gostava, meu coração acelera mais ainda, era dele, tinha que ser.

Me abaixo para pegar o buquê e os chocolates, quando alguém para na minha frente.

—Gostou das flores, vida?

Me levanto rapidamente e ele sorria.

—Nik!

Ele solta a mala que segurava, e me abraça.

—Ah meu Deus, meu amor!

Abraço ele apertado e não queria mais soltar.

—Eu senti tanto sua falta, amor.

Fala ele.

Começo a chorar.

—Ei, não chora, eu tô aqui.

—Eu pensei que...que não te veria mais.

Ele levanta meu queixo.

—Eu também pensei que não te veria mais, foram dois longos meses, mas agora eu tô aqui, tá bom.

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora