capítulo 88

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Saio da garagem, o carro parecia andar sozinho, de tão leve que era dirigi-lo, o portão se abre e os seguranças vem logo atrás.

—Quando nos casarmos, pode me dar um desse de presente, eu não vou achar ruim não.

—Vou anotar na sua lista de pedidos, acho que vou ter que roubar dinheiro a mais do Ivan, para sustentar seus gostos caros.

—O que eu posso fazer se cresci em uma família rica e privilegiada, as vezes é difícil deixar o luxo de lado, ah não peraí, esse é você.

—Engraçadinha, até poderia fazer parte do seu disfarce, mas assim que saiu da personagem, seu jeito de rica privilegiada ficou, não dá pra disfarçar isso, tá sempre por dentro da moda, sabe identificar obras famosas e os valores, conhece todos os carros que tenho na garagem e os valores, sem contar seu jeito de patricinha mimada pelos pais.

—O que, me acha uma patricinha mimada pelos pais?

—Não, só seu jeito.

—Ah, mas isso é uma afronta a minha pessoa, tá legal, digamos que eu fui uma patricinha mimada pelos pais, mas na adolescência, eu ainda não tinha consciência de classe, e agora eu tenho, por ser filha única, meus pais sempre me deram tudo, mas também sempre me ensinaram a valorizar, e algumas vezes, batalhar para conseguir, graças a isso, eu recusei o emprego promissor, que eu teria no hospital que meu pai é diretor e resolvi seguir meu próprio caminho, e ganhar um dinheiro que não daria nem um terço da minha mesada, que por sinal, eu ganho até hoje.

—Ah, você ainda ganha mesada dos seus pais, que fofa!

Fala ele rindo.

—É, eu ganho, mas eu mando tudo para o Centro de apoio, então, tecnicamente falando, não fico com nada.

—Isso sim é legal, mas realmente, você não curte muito luxo, você não liga muito pra essas coisas, a não ser as roupas.

—Não curto, acho que são coisas muito superficiais, mas antes de entrar pra CIA, eu não costumava me vestir assim, só usava roupas largas, o cabelo amarrado em um coque, salto era muito raro eu usar, preferia tênis, mais confortável, a Maggie de 20 anos, que adorava roupas extravagantes e de marcas caras, teve que reaparecer para o disfarce, jamais teria me notado, se eu me vestisse do jeito que me vestia quando trabalhava na polícia de Bolonha.

—Eu sou mais interessado no que tem por baixo delas, e não na roupa em si, então, não teria feito diferença, você é linda até com uma saco na cabeça, mas por que parou de se vestir como a Maggie de 20 anos, com roupas extravagantes e de marcas caras, se me permite saber.

—Trauma, eu acho, eu e minhas amigas amávamos estar por dentro da moda, íamos para a faculdade parecendo as Kardashian/Jenner, tá exagerei, mas a gente costumava se vestir bem, bem até demais, e eu fazia pra chamar a atenção do Sebastian, as vezes um decote mais profundo, uma calça mais marcada ou uma saia mais curta, enfim, nós não éramos as únicas, a maioria das garotas se vestiam assim, principalmente porque depois da faculdade, sempre tinha uma festa legal pra ir, quando o abusador da Giulia foi preso, ele disse que ela se insinuava pra ele, com as roupas curtas e os decotes dela, que ela tava pedindo por aquilo.

—E quando foi que a roupa, virou motivo para assédio?

—Pois é, depois que eu fui entender que a roupa, não define nosso caráter, nem nos faz mais ou menos mulher.

—Óbvio que não, foi pouco você tê-lo matado, deveria ter arrancado os testículos dele, e deixado ele sangrar até a morte.

—Essa era minha vontade, mas eu com certeza teria sido presa.

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora