Infiltrada - Operação Máfia Russa

Capítulo 71

Chegamos a mansão de Nikolai, descemos do carro, e entramos na casa.

—Ah meu Deus, o que houve com vocês?

Pergunta Annie assim que nos vê.

—É uma longa história Annie, depois te contamos.

Nikolai me leva para o quarto.

—Tome um banho, vou pedir para Annie trazer algo pra você comer.

—Vo...você pode ficar aqui?

—Eu posso? Claro que posso, vou ficar bem aqui, vou pegar uma toalha e uma roupa quente pra você.

—Tá bom, obrigada.

Tiro o casaco e entro no banheiro, ele leva a toalha e a roupa e depois sai, entro no chuveiro, e enquanto a água caía sobre minha cabeça, as lágrimas rolavam por meu rosto, choro de soluçar, até que sinto as mãos dele em meu ombro, ele me vira e eu o abraço tão forte, que é como se todos os meus medos, fossem sumir apenas com aquele abraço, ele passa as mãos pela minhas costas e meus cabelos, me acalentando, e sem dizer uma única palavra.

Aquilo era tudo o que eu precisava, eu nunca havia me sentindo tão acolhida como naquele momento, eu me sentia segura nos braços dele, como se nada, pudesse me machucar e me atingir, naquele momento, era como se Nikolai, fosse o que eu sempre estive procurando, e que eu estava deixando escapar pelos dedos, talvez aquela forma de me apaixonar por ele, não fosse uma das mais convencionais, mas o que eu posso fazer, se me apaixonei justo pelo meu alvo, não tem como mandar no coração, e o meu escolheu Nikolai para amar, mas Nikolai escolheu me odiar, por eu ter enganado ele, é como dizem, as vezes, nem tudo o que queremos, realmente será do nosso jeito.

—Tudo bem, está segura agora, olha pra mim.

Ele segura meu queixo e levanta minha cabeça.

—Ninguém mais vai te machucar, ok, eu prometo.

Balanço a cabeça concordando, ele ainda estava vestido.

—Tudo bem, se eu tomar banho com você?

Concordo novamente, ele tira a roupa, e me ajuda a lavar os cabelos, logo terminamos, nos vestimos e saímos do banheiro.

Ele estava sendo tão incrível comigo, cuidando de mim, como seu eu fosse o ser mais frágil do mundo, e aquilo me fazia ficar mais apaixonada por ele, apesar de tudo, ele insistia em ser gentil comigo, e nem parecia o mesmo Nikolai de horas atrás, que estava me tratando de forma fria, sem um pingo de empatia e compaixão.

Assim que me sento na cama, ele se senta atrás de mim, e penteia meus cabelos, e com uma delicadeza surreal, e ele não dizia uma palavra, ele sabia que eu precisava daquele tempo, e era isso que eu mais admirava nele, ele me conhece, como se tivesse me conhecido a vida toda, sabia respeitar meus momentos, quando eu não estava afim de papo, sabia meus gostos, apesar de ter mentido sobre minha verdadeira identidade, eu nunca deixei de ser eu mesma, tudo sobre meus gostos, minha personalidade, permaneciam os mesmos, tudo bem que criei todo uma personagem, mas eu jamais poderia deixar de ser quem eu era, tanto que não abro mão dos meus valores e minhas crenças, e ter ajudado a família Salvattore fugir, fazia parte disso.

Ele termina de pentear meu cabelo, olho para ele sorrio e agradeço.

—Vou trazer algo pra você comer, deve estar faminta.

Balanço a cabeça concordando, ele se levanta e sai, me deito na cama e logo ele volta com a comida, ele se senta ao meu lado e come comigo.

—Está se sentindo melhor?

—Estou, obrigada.

—Assim que pegarmos o filho do Christoff, vai poder ir embora, prometo não te prender mais.

—Não foi ele.

—Não, então quem foi?

—Natasha.

—A Natasha, tem certeza, por que ela faria isso?

—Aparentemente, eu estou no caminho dela, em sua falha tentativa de te conquistar.

—Impossível ela ter feito isso, só pra tentar ficar comigo.

—Você não sabe o que uma mulher rejeitada é capaz de fazer, ela tem recursos, é poderosa, e quase conseguiu me matar, provavelmente ela está obcecada por você e não vai parar até conseguir o que quer.

—Que mulher louca.

—Ou talvez, ela já sabe minha verdadeira identidade, mais um motivo para tentar me matar.

—Não, ela faria questão de esfregar na cara do pai dela, que sempre esteve certa ao seu respeito.

—É, pode ser.

—Mas em breve, não vai mais precisar se preocupar com isso

—Pelo contrário, se tornou pessoal pra mim, ela tentou me matar, não vou deixar isso barato, eu vou fazer ela se arrepender de ter cruzado o meu caminho e de tentar traficar minha amiga.

—De tentar o que, do que está falando?

— Bom já sabe tudo sobre mim mesmo, mas se lembra de quando eu disse que havia perdido minha amiga?

—Claro, foi quando fugiu, com a desculpa de ficar sozinha e depois descobriu que tudo não passou de um mal entendido.

—Sim, realmente uma mulher negra, que estava com os documentos da minha amiga, foi encontrada morta no rio Hudson, e ela estava sumida, já tinha uns três dias, eu surtei, mas me recusei a acreditar que era ela, então eu investiguei e fui atrás, fui parar em uma companhia de táxi, eles me apagaram e me levaram para o píer 17, fui colocada em um container com várias mulheres, dentre elas meninas menores de idade, a Sophia estava entre elas, então nós planejamos a fuga, eles me levaram para o iate e de lá me comuniquei com a CIA, havia uma mulher lá, que comandava tudo, na hora eu nem me atentei, mas depois liguei os fatos, quando você disse que ela traficava mulheres, e quando vi ela no outro dia, na casa do Ivan, a reconheci, eu deveria ter matado aquela vadia.

—Mas salvou as meninas?

—Sim, o FBI mandou todas elas de volta para suas famílias.

—E sua amiga?

—Ela também.

—Que bom, você tem ela nas suas mãos.

—Tenho, mas antes de entregá-la, quero dar um surra nela, agora me fala, como me encontrou?

—Tinha um rastreador no relógio, e no colar que eu te dei.

—Colocou um rastreador em mim?

—Foi útil, não foi?

—Sim mas...

—Mas se eu não tivesse chegado a tempo, teria morrido.

—E por que me salvou, por que não me deixou morrer, tinha todos os motivos pra isso.

—Você não entende, não é mesmo.

—Não, eu não entendo, estava me tratando igual um nada mais cedo, já deixou claro que me odeia e...

—Não, eu não te odeio, Maggie.

—Ah não, não foi o que pareceu...

—Maggie, eu te amo porra, é tão difícil você enxergar isso?