capítulo 47

1.5K 191 35
                                    

—E o que isso significa?

—Que eu gosto de você, mais do que deveria, mais do que eu poderia.

—É recíproco!

Fala ele.

—Que ótimo, você ainda alimenta as minhas falsas esperanças.

—Não precisa ser falsas.

—Pra mim, é!

—Só porque seu ex te deixou, e partiu seu coração, não significa que todos os homens vão fazer isso, você é uma mulher incrível, qualquer homem daria tudo, para ter você como esposa, e mãe de seus filhos, inclusive eu!

Levanto a cabeça novamente e olho pra ele, aquilo me pegou desprevenida.

—O que, pensou que eu jamais iria querer me casar, e ter filhos?

Na verdade não era isso que eu pensei, mas não quero que ele volte o foco em mim.

—Baseado na vida que você leva, digamos que sim.

—É um argumento válido.

Me debruço sobre ele.

—Sonha mesmo em ser pai?

—Acho que qualquer homem sonha em ser pai, mesmo alguns não tendo vocação nenhuma, porque não vão saber dar valor aquele pequenino ser, mas depois que a Nika nasceu, eu tive vontade de ser pai, eu quero sentir como é, ter um mini eu, correndo por aí, gritando, quero ouvir ele me chamar de papai, quero que ele me veja como um herói, bom, quero sentir todas essas coisas, mas e você, sonha em ser mãe?

—Pra ser sincera, eu nunca parei pra pensar nisso, meus pais são loucos para serem avós, mas não sei se eu tenho maturidade, para criar uma criança, não tô falando maturidade de idade, mas não sei, educar uma criança, não é algo fácil, imagine educar uma mini eu, eu era terrível, quando era criança, deixava os meus pais loucos, pulava o muro, para nadar no lago, subia em árvores, para pegar frutas, infernizava a vida de uns garotos, uma mini versão minha, seria difícil de controlar.

Ele ri.

—Mas aposto que ela ou ele seria lindo.

—Disso eu não tenho dúvidas.

—Mas só se eu fosse o pai, é claro.

Fala ele rindo.

—Engraçadinho, seus filhos terão muita sorte, em ter você como pai.

—Mais sorte ainda terão, se tiver você como mãe.

—A verdade é que, eu não quero filhos!

—Não tem problema nenhum, é um direito seu, escolher se quer ou não gerar uma vida, mas poderia me dizer por que, não, não precisa me dizer, é uma coisa pessoal sua, e não é da minha conta!

—Eu perdi um bebê, foi uma experiência tão assustadora, e desagradável, que eu não pretendo passar novamente.

—Eu sinto muito, eu não sabia.

—Não tinha como você saber, foi bem no começo do meu relacionamento, eu tinha tinha 20 anos, fiquei apavorada quando descobri, contei para minhas amigas, e minha cunhada, a que morreu, que era minha melhor amiga, me falou pra contar para o irmão dela, para passarmos por isso juntos, ele ficou furioso, disse que isso não poderia ter acontecido, e que ele não iria se responsabilizar, e que iria terminar comigo, eu era obcecada por ele, perguntei pra ele, se eu abortasse, ele ainda ficaria comigo, ele disse que poderia pensar, então, eu contei para meus pais, eles conversaram muito comigo, disseram que a escolha era minha, achei que meu pai iria ficar furioso, mas ele me apoiou em todos os momentos, me levou para ver um amigo dele médico, que me explicou os riscos de um aborto, depois eu parei para pensar, e percebi que essa era a idéia mais absurda, que já tinha me passado pela cabeça, ainda mais pelos motivos, porque eu queria fazer aquilo, era uma vida, eu decidi levar a gravidez adiante, eu tinha o apoio dos meus pais, era o que importava, achei que tudo bem, eu terminar com o meu namorado, mas não ficou tudo bem, eu fiquei muito mal, e acabei perdendo o bebê, quando ele soube ele se sentiu muito culpado, ele era um escroto comigo, depois disso começou a ser muito carinhoso, gentil e adivinha!

Infiltrada - Operação Máfia RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora