-Ela era sua filha?
-Sim, me perdoe por ter mentido pra você, eu nem ao menos sei porque eu menti, me perdoe, eu não... não...
-Ah meu amor, eu sinto muito, não, não precisa se explicar, teve seus motivos e tá tudo bem, não tenho o que te perdoar, é algo pessoal seu, e só você sabe o quão doloroso é, eu sinto muito meu amor!
Abraço ele, que desaba a chorar no meu ombro.
-Eu não consegui salvá-la, não salvei a minha garotinha, ela morreu nos meus braços.
Claro que eu já estava chorando com ele, eu sentia a dor dele, não por também já ter perdido um filho, mas pelo jeito que ele estava destroçado naquele momento.
Não digo mais nada, apenas ouço o choro dele, uma coisa pelo qual me apaixonei por Nikolai, ele não tem a masculinidade frágil, nenhum pouco, do tipo de dizer que homem não poderia chorar, ou demonstrar seus sentimentos, ele é muito transparente quanto a isso, e eu o admirava por isso, e me apaixonava por ele cada dia mais, mas tem um lado sombrio dele, que ele não me permitia ver, como quando me proibiu de ir com ele encontrar o assassino de Jasmine, ou o filho do Christoff, apesar dele dizer que nunca fazia o trabalho sujo, eu sei que fazia.
-Meu amor, me...me perdoe, não queria que me visse assim.
Fala ele me olhando.
-Para com isso, eu não ligo, tá tudo bem.
Digo limpando as lágrimas dele, ele beija minha mão, e limpa minhas lágrimas também.
-Vem, deita aqui.
Nikolai
Era muito bom estar com Maggie de novo, depois de três dias sem vê-la, estar com ela, era tudo o que eu precisava, mas ao saber que teria que ficar mais tempo longe dela, meu coração se aperta, e agora não seria apenas três dias, e sim seis meses, não sei como aguentaria tanto tempo longe dela, mas eu prefiro ela longe e segura, do que correndo risco de vida, não suportaria perdê-la.
A viagem a Rússia vem muito a calhar, iria ficar uma semana com ela, sem me preocupar com nada, depois de uma longa viagem, já faço o que tenho que fazer, para aproveitar os dias que nos restam juntos, eu não ia querer me desgrudar dela.
Depois de um dia longo, chego no apartamento cansado e um pouco irritado, por conta de tudo o que tive que fazer, mas ser recebido com o sorriso da Maggie e o carinho dela, fazia todas as minhas preocupações, minha irritação e canseira desaparecer, ela era meu combustível, eu poderia ter um dia de merda, Maggie sempre fazia com que ele melhorasse em 100%, só com o abraço caloroso que ela me dava.
Estar ali onde nasci, praticamente cresci e onde enterrei meus pais e Anika, era muito doloroso, por mais que eu quisesse ignorar, eu não podia, meu coração se apertou, apenas de pisar os pés em Moscou, fazia muitos anos que não voltava lá, em um momento de descuido, acabo soltando algo que não deveria, ou melhor, que eu não estava preparado para falar, quando percebo já é tarde demais, e não havia outra saída, a não ser contar a Maggie, que Anika era minha filha e não minha irmã.
Ela foi super compreensiva e me consolou, depois de chorar tudo que estava entalado a tanto tempo, me deito a cabeça na perna de Maggie, e ela afaga meu cabelo.
-Você quer falar dela pra mim, se não se sentir confortável tudo bem.
Resolvo falar sobre Anika, eu precisava falar sobre ela com alguém, e esse alguém, só poderia ser a Maggie.
-A mãe dela era um ano mais velha que eu, eu tinha treze anos na época, mas me achava maduro demais pra essa idade, os meus colegas já não era mais virgens, eu era o único do grupo, Aysha e eu estávamos nos conhecendo, era só pra ser uma paquerinha de adolescentes, e então, nós perdemos a virgindade juntos, três semanas depois, ela me contou que estava suspeitando que estava grávida, eu entrei em desespero, me achava maduro, mas não para ser pai, confesso que no começo, eu fui um idiota, um babaca, assim como o pai do seu filho, não queria assumir a responsabilidade e achava que ela queria meu dinheiro, ainda mais por ela não estar no mesmo "nível" que eu - Falo fazendo aspas no nível - Era o que eu dizia, Aysha era bolsista na escola, e a família dela não tinha muita coisa, bom, pra resumir, ela confirmou a suspeita da gravidez, e eu tive que contar para meus pais porque não sabia o que fazer, meu pai disse que eu teria que assumir a responsabilidade, e que não poderia deixar ela criar nosso filho sozinha, fomos falar com os pais dela que ficaram possessos de raiva, quiseram me denunciar por abuso a filha deles, o que obviamente não aconteceu, meu pai fez eles verem que isso não nos levaria a lugar algum, eles queriam que ela abortasse, e ela concordou, mas minha mãe propôs dela levar a gravidez adiante e depois entregar o bebê para nós, o pai dela se aproveitou disso, e pediu muito dinheiro para a filha dele continuar a gravidez.
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Infiltrada - Operação Máfia Russa
RomanceDepois de perder a melhor amiga, para uma injutiça terrível, Maggie se torna policial, para tentar impedir que outras jovens passe pelo que sua amiga passou, mas depois de perceber que seus esforços, não estavam adiantando, Maggie resolve fazer just...