Infiltrada - Operação Máfia Russa

capítulo 103

—Mas esse informante sabe das escutas?

—Não, o oficial de inteligência também desconfia dele, então deixa ele meio de fora, em se tratando do caso dos colombianos.

—Menos mal, porque se ele souber e falar para os colombianos a chance de pegá-los é zero, mas o Brasil tem alguma influência sobre outros países aqui da América?

—Sim, principalmente quando também envolve criminosos brasileiros, os colombianos tem usado o porto de Fortaleza para levar armas para a Europa.

—Tem alguma forma de saber se é mesmo Ivan que vai se encontrar com o Colombianos, se é que já não se encontrou.

—Sim, agora que existe essa possibilidade de ter um criminoso russo, procurado pela Interpol rondando a América do Sul, ficarão mais atentos e eu vou investigar melhor.

—Você gosta de trabalhar na agência, quero dizer, sem ter que sair pra campo?

—Gosto, é mil vezes mais tranquilo, não tem toda aquela adrenalina de ter que fingir ser quem não é, de correr perigo, mas é legal, e eu gosto de invadir computadores, ouvir telefones grampeados, analisar dados, acho que no momento estou na minha vibe mais tranquila e pensar que quando me tornei policial, eu queria ir pra campo o quanto antes, e agora eu quero ficar mais de boa.

—Você é boa em tudo, então qualquer coisa que fizer será perfeito, eles deram sorte de ter você na equipe.

—É o que sempre me dizem.

Falo rindo, ele ri também.

—Mas me fala, Ivan já sabe sobre você?

—Não, mas acho que tá desconfiado, por isso não sei do paradeiro dele, ao que parece, Natasha conseguiu fazer a cabeça dele contra mim, e disse que eu havia escondido você, a verdade é que no momento, ele não sabe em quem confiar...

Conversamos sobre Ivan e várias coisas, depois do almoço, colocamos a conversa em dia sobre eu ter me adaptado ao Brasil e coisas aleatórias, enquanto eu o ajudava a guardar as roupas no closet, ele realmente só trouxe roupas de frio, então saímos comprar algumas coisas.

O dia foi bem legal, depois voltamos para casa e a noite pedimos uma pizza.

—Fala sério, a pizza daqui é a melhor que eu já comi na vida.

—Sim, é melhor até que dá Itália, mas não viu nada, os brasileiros melhoram as comidas típicas de outros países em 1000%, precisa comer o hot dog daqui, ele vem cheio de coisas deliciosas, e o lanche então, se comer um daquele, ele diminuí uns dois anos do seu tempo de vida.

Ele ri.

—O que é um lanche e por que diminuí o tempo de vida?

—Lanche é o tradicional hambúrguer, tem um que eu como que eles chamam de x infarto, tem tanta coisa boa bacon, queijo, ovo, presunto, tudo que imaginar, é comer um daquele e adquirir gordura no sangue, mas é tão bom que na hora você nem pensa em nada.

—E você gosta desses lanches de rua?

—Não é de rua tem toda uma estrutura, uma lanchonete, mas o hot dog, é no trailer do seu José, mas ele é bem higiênico, e o cheiro te enlouquece, é tudo muito bem preparado e com todos os cuidados higiênicos, eles são até mais higiênico que a maioria desses restaurantes chiques que tem.

—E que você não curte muito.

-Não, a comida que servem não dá nem pra tampar o buraco do dente, como diz a dona Maria.

—Fez amigos aqui?

—Vários, inclusive na semana passada eu fui na casa da Dona Maria no Vidigal, ela é mãe da minha amiga Raquel, nós almoçamos no Bar Lacubaco, ele é bem famoso por aqui, e a comida é divina, eu te levo lá se quiser, é em uma favela.