A visita na cadeia foi horrível, seu rosto e provavelmente seu corpo estava todo machucado. A sensação de inutilidade vinha a cada vez que a olhava.
Eu queria ter dito tanta coisa, ter feito tanta coisa. Mas naquele momento só consegui encarar seu rosto machucado com uma dor enorme em meu peito. E o pior não é vê-la assim, e sim ter que deixá-la ali, desprotegida. Podendo levar outra surra ou até ser morta.
Assim que sai daquele lugar quase surtei. Eu queria ter tirado ela dali, mais isso está além dos meus desejos. Eu sei que tô amando ela, mesmo achando que é cedo demais pra amar alguém, eu sinto que a amo. Ao mesmo tempo que me faz feliz saber que estou amando de novo, também me deixa mal saber disso. Eu queria tanto esquecer a Emma, tira ela do meu coração e recomeçar minha vida, sem qualquer pretensão de um outro amor. Mas não posso escolher o momento certo ou a pessoa com quem eu vou amar. E isso torna tudo ainda mais difícil pra mim.
Eu estou destruído novamente, mais não porque ela me magoou ou porque ela está gostando de outro. Mas sim porque não vejo minha vida sem ela, e sei que a cada minuto, hora e dia que ela passa lá, ela pode não sobreviver. Eh isso me deixa com medo, e completamente ansioso e nervoso. A única coisa que quero na vida e tira ela de lá, e não sei se viverei se ela continuar presa.
Não consegui dormi a noite e o pouco que cochilei, tive horríveis pesadelos. Mal amanheceu e meu coração começou a aperta com um pressentimento muito ruim. Ligo pro advogado procurando alguma notícia, e ele me avisa que ela ligou. Na mesma hora, sai do quarto de hotel onde estava e fui até eles. Sem nem mesmo ter trocado de roupa ou lavado o rosto.
Quando chego, á uma reunião acontecendo entre eles, eu não entendo nada do que estão dizendo mais me intrometo pois quero saber da ligação.
- O que ela disse?? - pergunto nervoso.
- Somente três palavras. - Benício informa.
- E o que era???
- Visita íntima hoje. - diz e acho que ouvi errado. Ele disse "visita intima"??
- O que????? - Pergunto não entendendo.
- Também não entendi. Mas quando eu for lá saberei o que ela quer, e se posso ajudar. - diz o advogado ao lado de Benício. Seu olhar mostra realmente suas intenções.
- Você não vai porra nenhuma em uma visita íntima com a minha mulher. - Falo ignorando completamente a presença dos outros advogados.
- Mas ela ligou pra mim, pedindo que eu fosse. - Justifica sorrindo. E eu estou louco pra quebra a cara dele.
- Não importa. Eu vou. - O respondo, e ele se cala na mesma hora. Eu iria quebrar ele se continuasse tentando ir nessa visita íntima.
- Peter precisamos conversa sobre isso. - Benício diz me levando pra um canto afastado. - Concordo que pode ser íntimo demais essa situação, mas também ela pode querer pedir ajuda. Um de nois pode ajudá-la melhor, já que conhecemos bem esse caso e os direitos dela.