Capítulo Vinte e Cinco

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JOSH POV:

Já rodei a empresa inteira e não encontrei nenhum sinal da Gabrielly, já deixei inúmeros recados em sua caixa postal, mas ela nem me atende e não retorna minhas mensagens e ligações. Estou cogitando a ideia de que ela tenha ido embora. Eu não devia ter gritado com ela, eu deixei meus nervos falarem mais alto. Se ela soubesse o quanto eu me arrependo.

E se ela não quiser mais falar comigo? Estava demorando até demais para que eu perdesse mais uma coisa importante para mim, pelo menos ela ainda está viva, dessa vez não vou precisar sofrer por anos a morte de mais alguém.

Eu sou um apaixonado pelas estrelas e  pela lua, acho que é por isso que me apaixonei por ela, porque eu tenho essa tendência suicida de sempre querer o que eu nunca poderei ter.

Decido procurá-la no último lugar que ainda não fui, o terraço. Espero do fundo da minha alma que eu possa encontrá-la e pedir desculpas por ter agido daquela maneira. Pode parecer bobeira, mas ela merece estar próxima de pessoas que dêm o melhor de si para ela, que a tratem como a mulher maravilhosa que ela é, alguém que se sinta privilegiado apenas por poder dividir o mesmo ar que ela.

Pego o elevador e vou até o último andar, em seguida procuro a escada que dá para a saída de incêndio e subo degrau por degrau ensaiando o pedido de desculpa perfeito.

Quando abro a porta de saída, tenho uma visão privilegiada, e olha que eu nem estou falando vista da cidade, na verdade me refiro a Any sentada próximo ao batente que fica na beirada do prédio. O vento está batendo em seus cachos, seu rosto está virado para o lado e posso perceber que ela chorou, meu coração se aperta com essa informação. Odeio ver ela sofrer, ainda mais quando eu sou o causador de seu sofrimento.

-Any- chamo seu nome e ela se vira para mim, me observa por um tempo e em seguida volta sua atenção para os carros transitando na cidade abaixo de nós.

Não acho que ela me queria por perto, mas isso também não foi uma expulsão, tomo o seu silêncio como um convite e me aproximo até estar sentado do seu lado.

-A vista daqui é linda, não é?- ela pergunta assim que eu me sento.

-Sim. É perfeita.

-Eu sei- um silêncio cai entre nós e eu decido que esse é o momento para expressar minhas desculpas.

-Gabrielly, me desculpa por ter gritado com você hoje mais cedo, eu não queria ter feito aquilo, quer dizer eu realmente queria gritar e bater em alguém naquele momento, mas essa pessoa não era você, nem nunca vai ser. Eu só quero deixar claro que eu vou entender caso você decida que merece um amigo melhor e que não grite com você quando está puto- digo e ela dá uma risada fraca.

-Josh, se você soubesse como soa irônico eu querer acabar com a nossa amizade porque mereço alguém melhor somente pelo fato de você ter gritado comigo.-

-Como assim?

-Nada, deixa para lá- Any dá de ombros.

-Nada disso, eu preciso saber se você me desculpa, não quero que você fique brava e nem magoada comigo pelo meu grito.

-Quando saí da sua sala eu estava com muito ódio, confesso, mas depois meu sangue esfriou e eu só fiquei magoada mesmo. Acredite: eu estava disposta a passar um bom sem falar com você, mas quando eu senti seu cheiro e percebi que você tinha me encontrado, toda mágoa deu lugar a um sentimento muito estranho de saudade. O que eu não consigo entender é porque eu senti isso.- ela diz e deita a cabeça no meu ombro.

-Me desculpa- digo e vejo ela inclinar um pouco a cabeça para cima e olhar em meus olhos.

-Já passou, não acho que eu conseguiria te ignorar por muito tempo- ouço ela rir e a sensação é de que um elefante foi tirado das minhas costas. -Eu só estou preocupada com aquele psicopata solto por aí, ele pode querer machucar você, Josh.

Behind the mask Onde histórias criam vida. Descubra agora