Capítulo Cinquenta e Quatro

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JOSH POV:

Escuridão.

É tudo aquilo que consigo ver quando abro meus olhos e tento enxergar algo a minha frente.

Escuridão.

Tudo não passa de um breu, um grande, vazio e denso escuro quando giro minha cabeça e tento olhar para os lados.

Escuridão.

Giro meu corpo para trás na esperança de que eu possa ver algo, qualquer coisa, porém não obtenho resposta. Estou cercado de solidão e silêncio.

Onde... onde eu estou?

Preciso dar um jeito de sair daqui, eu tenho que encontrar minha filha,  minha doce e pequena Alasca e também a minha garota, minha linda e amorosa Any.

-Papai?- ouço uma voz suave e melodiosa me chamar ao longe.

Me viro na direção do som e me surpreendo. Já não estou mais no escuro e sim em um vasto e verde campo, repleto de flores e árvores frutíferas.

Toda a áurea do lugar é diferente, aqui não faz frio e nem calor, mas posso sentir uma temperatura extremamente agradável como nunca havia sentido antes. Fecho meus olhos e deixo aquela sensação me envolver, inspiro fundo e o perfume que adentra minhas narinas é como um sopro de uma brisa de verão. Suave, refrescante, acalentador.

O sol brilha de maneira mais intensa, mas não queima de uma forma assoladora, tudo aqui parece ter sido feito da maneira certa, como se... o ser humano não tivesse tocado, não houvesse destruído.

Mas... como isso é possível?

Forço minha mente a lembrar-se dos últimos acontecidos.

Alasca nas mãos de Jack.

Alasca mordendo Jack e correndo para nós.

Aquele desgraçado iria atirar nela, mas pulei em sua frente e nós entramos em uma luta corporal.

Tiros. Sangue. Eu nos braços de Any.

Eu... eu estou morto?

Não tenho tempo de pensar em nada, pois algo me desperta de meus devaneios.

-Josh?- sou chamado por uma voz doce, porém um pouco mais grave do que a primeira.

Olho para todas as direções e não encontro nada, apenas árvores, grama e flores.

-Aqui, querido.- estreito meus olhos e quase caio para trás com o que vejo.

Meu coração bate acelerado em meu peito, minha pulsação está desregulada, meus olhos estão arregalados e quando olho para baixo, vejo minhas próprias pernas em constante movimento, mas quando eu comecei a correr?

Paro debaixo de uma enorme árvore, a maior de todo o campo e passo bem o meu olhar pelas duas pessoas que estão em minha frente.

Isso... isso é real?

-G-grace? Alysson?- pisco meus olhos e sinto algo quente rolar por meu rosto.

Lágrimas. Eu estava chorando.

-Oi, papai, eu senti tanta saudade sua.- minha primogênita diz. -Nós nunca mais brincamos de lutinha e nem de cosquinhas.

Me ajoelho no chão e a puxo para meu braços.

-Meu Deus, Aly, eu... eu não consigo acreditar que você está aqui em meus braços, eu senti tanto a sua falta, meu amor, tanto tanto tanto.- beijo seu ombro e respiro seu cheirinho. -O papai te ama demais, filha, você fez tanta falta todos esses anos.- entro em um choro copioso ainda apertando-a em meus braços.

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