Capítulo Trinta e Seis

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ANY POV:

-Eu amo você.- sua voz sussurra baixinho, como uma confissão.

O mundo para por alguns instantes e meu corpo perde a função da respiração automática. Tudo ao meu redor parece desaparecer e eu não faço a mínima ideia do que fazer ou como reagir.

-Você o quê?- pergunto em um fio de voz.

-Eu amo você.- sua fala sai mais firme do que antes -E isso me assusta pra caralho, você não faz ideia de como eu estou com medo agora.

-Do que você tem medo exatamente?- sinto minhas mãos tremerem enquanto afago a sua cabeça.

-De tudo, Any, eu tenho medo de tudo- seu corpo desgruda do meu e ele começa a andar pelo quarto e passar apressadamente as mãos por seus cabelos.

-Tudo o quê, Josh?- ele para de rodar pelo quarto e olha no fundo dos meus olhos.

-Você não ouviu nada do que eu te disse agora há pouco?

-Ouvi, mas- sou interrompida por sua voz alterada.

-Então, porra, todas as pessoas que eu já amei na vida foram tomadas de mim. Toda e qualquer ideia que eu já tive sobre o amor foi arrancada à força do meu peito, Gabrielly. Eu nunca soube como que é amar alguém e essa pessoa ficar, eu nunca pude saber como é passar mais de cinco anos com a mesma pessoa ao meu lado. TUDO ISSO PORQUE EU SOU A PORRA DE UM HOMEM FODIDO QUE NÃO PODE AMAR NINGUÉM.

-Josh- tento dizer algo já com lágrimas nos olhos, mas ele não permite. E chorando ele volta a falar.

-Não, me deixa terminar- levanta sua mão e eu assinto -Eu estou amedrontado para caralho, porque eu amo você e eu nem sei se você me ama também e mesmo se você me amar, como eu vou dormir à noite sabendo que a qualquer momento eu posso receber um telefonema dizendo que você e Alasca se envolveram em um acidente e morreram também?- ele vê meus olhos surpresos e continua -Eu não sei porquê você está surpresa, não é óbvio que eu sou fodidamente rendido por ela também? Não está na cara que eu a amo mais do que a mim mesmo? Ela me tem nas mãos e é exatamente por isso que eu não posso me dar ao luxo de ceder às vontades do meu coração. Você precisa entender que eu estou fadado a ficar sozinho, porque todas as pessoas que se aproximam de mim, despertam sentimentos em mim, acabam morrendo. O meu amor é tóxico, você não vê?- observo a enxurrada de lágrimas que caem do seu rosto -Eu não posso me deixar iludir e achar que tudo vai ser diferente dessa vez e depois de um tempo perder vocês duas por minha causa também. Ter que deixar vocês vai doer como uma faca cravada no meio do meu peito, mas é necessário. Eu vou embora- ele disse e ia sair do quarto, mas eu não permiti.

-VOCÊ NÃO VAI A LUGAR NENHUM- grito e não tenho vergonha de estar chorando como uma criança. -Você acha que pode me dizer todas essas coisas, falar que me ama, que ama a minha filha e ir embora sem que eu diga nada? AS COISAS NÃO FUNCIONAM ASSIM, CARALHO. ENTÃO VOCÊ VAI FICAR E VAI OUVIR TUDO QUE EU FALAR.

-Any- levanto a minha mão e não permito que ele diga mais nada.

-Como você acha que eu me sinto, ahm?- avanço em sua direção e ponho o dedo sobre seu peito -Você chegou na merda da minha vida com a porra desse seu sorriso lindo- bato meu dedo em seu peitoral com força e gritando -Me comprando flores, me levando café, me dizendo coisas bonitas e ficando com a droga dessas suas bochechas lindas coradas,  fazendo de tudo para minha filha sorrir- bato novamente -Você fez a porra do meu mundo parar de girar, minhas mãos tremem quando você se aproxima- bato mais forte dessa vez -E meu coração? Meu coração parece o caralho de uma escola de samba dentro do meu peito- pego sua mão e faço ele sentir meus batimentos acelerados -Eu não consigo respirar direito quando você está por perto, todo o meu corpo grita e queima por ti, você não pode me fazer te amar e de uma hora pra outra me dizer que vai embora.

Behind the mask Onde histórias criam vida. Descubra agora