Behind the mask

Capítulo Trinta e Nove

JOSH POV:

-Você agora é meu papai?- seus olhinhos cheios de lágrimas me observam esperando por uma resposta.

Todo o oxigênio dos meus pulmões se esvai e tenho a sensação de que esqueci de como se respira, já que minha respiração parece estar suspensa por muito tempo.

-Filha, não é assim que as coisas funcionam- olho para Any que também está com os olhos marejados, mas noto desespero e tristeza em seu olhar.

-Por que não, mamãe?- sua voz sai baixinha e observo uma lágrima escorrer por sua bochecha -A senhora disse hoje que não precisa ter sangue para ser papai de verdade e também falou que se a pessoa ama e protege a outra, faz eles serem pai e filho e o tio Josh me ama e cuida de mim.- ela explica chorando e eu ouço tudo calado. Não consigo reagir.

Ela quer ser minha filha?

Alasca quer me chamar de papai?

Deus, eu com certeza não estava preparado para uma bomba como essa. Meu coração bate acelerado, minhas mãos estão suando e sinto meu corpo ser preenchido por uma ansiedade repentina. Eu vou ser pai novamente? Vou poder amar essa garotinha com tudo que eu sou? Para ser honesto, eu já a amo com todas as minhas forças e sou capaz de tudo por essa pequena.

Olho para Any que olha para mim.

-Eu posso?- faço essa pergunta sem emitir som, ainda não encontrei minha voz. -Por favor.

-Josh, você sabe que se nós terminarmos um dia, vocês não vão poder cortar os laços, não sabe? Pai é alguém para a vida inteira.- Any diz com a voz repleta de dor -Eu não quero o coração da minha filha partido de novo- ela chora e sei que está se referindo ao Jack.

Mas eu jamais machucaria minha princesinha, primeiro porque eu e ela não vamos terminar. Nunca. E segundo porque eu amo essa garotinha mais do que tudo no mundo.

-Eu sei que você tem medo de que ela possa acabar machucada nessa história, mas quero deixar claro que eu amo a Alasca mais do que tudo no mundo, Any- observo de soslaio os olhinhos da pequena se arregalarem -Nós não vamos nos separar e caso acabe acontecendo, eu jamais me afastaria dela porque nossa história terminou, a história que eu e ela construímos juntos é diferente e eu sei que o que eu sinto por ela é o tipo de amor puro e que não acaba nunca. Por favor, diga sim, amor.- faço uma súplica com os olhos e tenho a noção de que ela está tendo uma visão do meu rosto banhado de lágrimas.

Observo Any morder o lábio e alternar os olhares entre mim e a pequena sentada no meu colo.

Eu sei que ela está refletindo no que é melhor para Alasca, mas eu quero tanto ser o pai dela, eu quero tanto estar aqui quando o primeiro dente de leite cair e ter o privilégio de ver um sorrisinho banguela todos os dias, quero estar aqui para ensiná-la a andar de bicicleta e quero poder beijar seu joelho ralado quando ela levar a primeira queda também. Eu quero ir às apresentações da escola no Dia dos Pais, quero ficar com cabelos brancos quando ela estiver na fase rebelde e não quiser mais me dar ouvidos, quero bancar o pai ciumento e assustar todos os garotos quando ela começar a namorar, quero chorar como uma criança no casamento dela e quando ela me contar que eu serei avô. Eu só quero amar essa pequena com todo o meu ser.

Meu peito se enche de alegria quando vejo a cacheada assentir positivamente para mim.

-Obrigada- me estico um pouco e beijo seus lábios sentindo o gosto salgado de nossas lágrimas.

Enxugo meu rosto o máximo que consigo e baixo meu olhar para a princesinha que estava de cabeça baixa chorando baixinho em meu colo.

-Alasca?- minha voz sai fanha devido ao choro.