Capítulo 92

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MAJU

Já passava de uns quarenta minutos que a gente estava ali na frente do palco e ali continuamos. Começou a tocar um pagode mais casalzinho e no meio daquela gente toda eu olhei pra direção da nossa mesa e lá estava o Pedro me observando de longe.

Eu chamei ele pra dançar comigo e ele deu uma risada gostosa, negando com a cabeça. Tudo bem, eu já sabia que ele não ia vim, mas não custava tentar.

Olhei pra Liz e só sabia rir dela que cantava a música numa sofrência que se eu não a conhece e a visse no rolê poderia jurar que ela tinha acabado de tomar um chifre e um pé na bunda.

Mudaram pra um pagode mais animado depois e eu estava dançando e cantando horrores até sentir alguém me abraçar. Me assustei e virei preparada pra dar um tapa no sujeito, mas suspirei aliviada ao ver que era o Guilherme mais bêbado que um gambá e cantando numa sofrência ainda maior que a da Liz.

O QUE EU TENHO QUE PROVAR PRA VOCÊ ACREDITAR QUE NADA ACONTECEU, MEU AMOR É TEU. SEM VOCÊ ACHO QUE NEM EXISTIRIA EU. — eu juro que tive muita vontade de rir quando vi que os olhos dele estavam enchendo d'água. Ele tirou o celular do bolso e começou a gravar um áudio cantando a música.

O QUE EU NÃO FARIA PRA ESSE AMOR VENCER? QUE LOUCO EU SERIA DE PERDER VOCÊ? —ele enviou o áudio cantando pra não sei quem e logo gravou outro— EU TE AMO, JULIA. EU TO BÊBADO, MAS EU TE AMO.

Eu segurei o riso o máximo que eu pude, mas quando eu vi que ele começou a chorar mesmo no meio do rolê eu explodi de gargalhar da cara dele.

Eu sempre disse pro Guilherme que quando o karma resolvesse voltar pra ele, alguém iria brincar com a cara dele igual ele brincava com a dos outros. E pelo jeito a Júlia deu o nome dela.

—Eu amo ela Maju, eu amo aquela filha da puta. —ele falou enxugando as lágrimas. A cachaça humilha né, mores.

Não vale um pão com ovo mesmo, mas era meu melhor amigo né. Não podia deixar ele na merda assim.

—Ah não... Bora beber uma água agora e me contar o que aconteceu com você e essa Júlia aí. —ri e obriguei ele a ir no bar comigo. Sentamos na banquetinha e eu pedi uma água pro Barman. —Vai, desenrola!

Ele me contou sobre a coisa toda. A tal Julia é irmã do melhor amigo dele la de Minas, mas que o irmão dela era muito ciumento e por isso ele nunca assumia pra ninguém sobre os dois. A Júlia acabou vendo ele com outra menina e concluiu que ele só estava se aproveitando da situação e decidiu que não ficaria mais com ele e agora ela tá saindo com outro garoto do colégio dela e o Guilherme tá todo mordido de ciúme.

A gente ficou mais de meia hora conversando sobre o assunto, até que ele já estava ficando melhor.

—Não sei se tem jeito mais não, o que a Júlia tem de linda ela tem de orgulhosa, mas eu amo ela. —ele falou finalizando a conversa e a gente desceu da banqueta

—É isso amigo, ou você corre atrás disso disposto assumir esse b.o ou se prepara pra ver a garota que você ama com outro. Não tem jeito! — ele suspirou.

—Obrigada pela moral, Maju. —ele me abraçou e me deu um beijo no topo da cabeça. —pela água também.

Eu ri. —Vacila como respira, mas é meu amigo. Fazer o quê?!

—Atrapalho? —a voz do Pedro chamou nossa atenção e nos afastamos quando ele se aproximou.

—Claro que não né —respondi e peguei minha garrafa d'água em cima do balcão— Esse é o Guilherme, primo da L...

‌—To ligado —Pedro me cortou e eu já senti um clima desnecessário da parte dele — A gente já se conheceu da outra vez.

‌—E aí, beleza? —Guilherme estendeu a mão pro Pedro que não fez desfeita, mas o cumprimentou de forma bem seca. —Vou ali fora ver se encontro os moleques, já volto.

‌—Ta bom! —eu respondi e o Pedro só assentiu. Assim que o Guilherme saiu eu já virei pro Pedro.

‌—Precisava disso?

‌—Eu que te pergunto! Precisava ficar dando essa moral do caralho pro maluco mesmo, Maria Júlia? —ele falou sério e eu rolei os olhos

‌—Para de graça, Pedro. Pelo amor de Deus, a gente só estava conversando.

‌—Aham. Conversando... —ele foi irônico— Não sabia que pra conversar vocês precisam ficar cheio de abraço e beijo um com outro não.

‌Suspirei meio impaciente. —Quer parar de idiotice? Ele é meu amigo e você sabe muito bem disso.

‌—Ou você é muito inocente ou você se faz muito mesmo, porque não é possível! —falou putinho e bebericou a cerveja dele.

‌Arqueei a sobrancelha e dessa vez eu que soltei uma risada irônica.

‌—É o que? —perguntei só pra ter certeza de que ele iria falar o que eu estava pensando que fosse.

‌—É isso aí mesmo ué. —deu de ombros— O cara não desgruda de você, porra. Eu já tive amigas também e sei bem como isso funciona.

‌Se tem uma coisa que eu odeio é que duvidem de mim. Perco a paciência em meio segundo.

‌—Olha aqui!!! —quando vi já estava falando alto pra cacete e apontando minha garrafa no peito dele, minha paciência tinha ido pra puta que pariu com aquela insinuação ridícula. —Não é porque você comia as suas "amigas" que eu vou fazer o mesmo com meus amigos. Você me respeita porque você não tá namorando com nenhuma vagabunda não. —falei com firmeza e ele ficou me olhando meio estático.

‌Eu já ia saindo da frente dele quando senti ele segurar meu braço e me chamar pelo nome.

‌—Maria Júlia o caralho, Pedro. Você não vem atrás de mim que eu tô sem paciência pra sua babaquice!

‌Saí puta da vida e parei onde as meninas estavam e ja chamei elas pra irem virar uma dose de tequila comigo no bar. Nós fomos no bar da parte de cima porque eu não queria encontrar o Pedro no meio do caminho.

—Você e o Pedro se desentenderam?— Liz me perguntou depois que viramos a tequila. Fiz uma careta ao sentir minha garganta queimar e rolei os olhos.

—Precisava ver a cena dele com ciúme do Guilherme. Um fogo no cu sem fim —falei e elas riram.

—O Guilherme? Sério? —Liz perguntou com deboche

—Serio amiga, conheço o garoto da minha vida inteira. Pelo amor de Deus, sem paciência pras graças dele hoje.

—Se não rolar uma treta não é vocês dois, na moral. —Priscila falou e riu.

—Ah amiga, Pedro quando quer me tirar do sério ele consegue sem esforço nenhum! Palhaçada.

—O gente, e a Morgana? Cadê? —perguntei ao notar o perdido sinistro que ela tinha dado na gente.

—Com o Guilherme não tá, porque ele tá ali com os amigos dele. —ela indicou o local com a cabeça e eu olhei pra ver. —Ele disse que eles chegaram a conversar, mas ele não tava afim de pegar ninguém.

—É, ele tá ali, mas o Hugo sumiu né.

E realmente, ele não estava juntos com os meninos lá na nossa mesa.

—Eu desisto de entender os dois.—falei— Vou curtir meu pagode que eu ganho mais.

Descemos pra perto do palco de novo e vez ou outra quando eu olhava pro Pedro ele estava me encarando de volta,
mas eu decidi não dar ideia e logo desviava o olhar.

Descemos pra perto do palco de novo e vez ou outra quando eu olhava pro Pedro ele estava me encarando de volta, mas eu decidi não dar ideia e logo desviava o olhar

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