Capítulo 30

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MAJU

- Pra onde tu quer ir? - ele perguntou assim que entramos no carro dele.

    Dei de ombros

- Tanto faz, só não quero ficar aqui. - ele assentiu e deu partida no carro saindo em seguida. Àquela altura eu ja tinha até me esquecido da Líz, só mandei mensagem pra ela dizendo que tive um imprevisto. Não tava com cabeça pra ficar digitando muita coisa.

    Fui o caminho todo em silêncio, escutando o som que o Pedro colocou no carro e olhando pela janela. Hora ou outra limpava uma lágrima que insistia em cair pelo meu rosto. Devíamos estar rodando a uns 15 minutos quando ele desviou do asfalto e entrou numa estrada arborizada que eu não conhecia

Minha cara deve ter me denunciado meu estranhamento, porque ele me olhou e deu uma risadinha.

    —Só confia, ta? Não vamos cometer nenhum crime, então desfaz essa cara de quem ta indo pra forca. -riu e eu relaxei um pouco.

    Uns minutos depois ele parou o carro e retirou os cintos. Eu ainda me encontrada imóvel no banco da sua land rover enquanto ele descia do carro numa numa estrada que parecia de trilha.

    -Vai ficar parada aí? Vem logo. -ele disse fora do carro enquanto segurava uma sacola.

    Sério que ele me trouxe pra fazer trilha??? Quando eu disse "tanto faz" não era bem de uma caminhada que eu estava falando, mas que escolha eu tinha? Pelo menos o lugar é bem bonito. Soltei o cinto e sai do carro, bati a porta e alarguei os passos até alcançar aquela versão Dora Aventureira do Pedro bem na minha frente.

Caminhamos em silêncio por uns dois ou três minutos até ter a visão de um mirante lindo onde dava pra ver parte da cidade logo abaixo. Sorri admirada pela descoberta daquele lugar e olhei pro Pedro, ele não disse nada, mas deu aquele sorriso de lado que era quase uma marca registrada dele e pra mim já bastou.

    Nos sentamos na grama debaixo de uma árvore ainda em silencio. Ele abriu a sacola e retirou um pacote de biscoito recheado e duas garrafas d'agua.

    - Ta melhor? - ele perguntou depois de se sentar ao meu lado e esticar a garrafa de água pra mim.

     Assenti, peguei a agua e sorri.

- Obrigada. - disse depois de um gole e voltei a observar a paisagem. Ele me ofereceu biscoito, mas eu não neguei - Sem fome, valeu.

    - Qual foi, tua mãe nunca te disse que é falta de educação fazer desfeita? - ele riu e eu ri tbm.

    - Desculpa, não é desfeita não. Só não consigo comer nada agora - suspirei

    - Relaxa, to te gastando só. - fiz uma careta e ele riu. - Vai me contar o que rolou ou vou ter que ir atras daquele maluco saber na marra? - Perguntou fitando a cidade la do alto

PEDRO

    -Ele é agressivo, ele. - ela disse debochada e eu ri. O silêncio se instalou e eu vi que ela não tava muito afim de ter aquele papo, então não insisti. Afinal eu não gostaria que insistissem se fosse comigo. Ela deu um gole longo na água e suspirou pesado ainda olhando pra frente, parecia um pouco mais relaxada e então quebrou o silêncio.

    - Ta com tempo? A historia é longa e não sei se tu vai ter paciência - riu nasalado.

    - Fala aí, não sou bom conselheiro, mas me disseram que sou um bom ouvinte, ou ja fui... - dei de ombros e ela suspirou acho que tentando arrumar um jeito pra começar a falar.

    - Sabe aquele telefonema que eu te pedi pra atender e que eu disse que era do meu ex? - assenti - Então... - ela deu mais um gole na água e pôs a garrafa na grama- Era ele. Aquele que eu tava estapeando quando você chegou - riu - Eu comecei a namorar com ele quando tinha 14 anos e ficamos até os 15, ele era um cara super incrível comigo sabe, eu era bem capaz de pôr a mão no fogo por ele. Ele era engraçado, atencioso, um papo maneiro... enfim, ele me fazia bem. Eu, ingênua, achava que ele nunca pisaria na bola comigo...

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