Capítulo 66

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Maju

O dia estava correndo normal, apesar de eu receber alguns olhares de julgamento pelo colégio, o saldo final foi positivo.

Era hora do intervalo e como de costume eu e as meninas estávamos sentadas no banquinho do pátio. A Liz estava deitada com a cabeça na minha perna conversando com a Morg e a Pri estava sentada do meu lado, conversando com alguém pelo celular. A Priscilla é a pessoa mais alto astral que eu conheço então é muito fácil identificar quando ela tá meio pra baixo.

—Amiga! —chamei baixinho e ela me olhou — o que aconteceu? Você ficou quieta do nada.

—Meus pais. —ela suspirou e bloqueou o celular, deixando ele sob a perna. —Minha mãe acabou de me mandar mensagem avisando que teve um imprevisto na construtora e eles vão ter que viajar pra Washington na semana do meu aniversário por conta do trabalho.

—Poxa amiga! —respondi— mas porque você não vai com eles então?

—Eles querem que eu vá mesmo, mas você não tem noção do que é meus pais quando estão trabalhando. Eu vou acabar passando o dia enfiada num quarto de hotel e sozinha a maior parte do tempo, de qualquer jeito. Prefiro passar aqui mesmo, que pelo menos eu vou poder sair e curtir com vocês.

—Entendi. Mas seu aniversário é só no final do mês, amiga. As vezes até lá eles já resolveram o que tem pra resolver.

—É —ela deu de ombros— Pode ser.

Assim que a Pri me respondeu, eu escutei a voz da Sofia me chamando. Olhei pra frente e vi ela se aproximando da onde a gente tava.

—Ihhh, hoje não hein Sofia. — A Priscilla já foi falando quando ela parou na minha frente, a Liz levantou do meu colo e se virou também na direção da loira.

—Relaxa! —ela ergueu as mãos em sinal de rendição. —Vim na paz. —respondeu e olhou pra mim. —Posso falar com você ou você vai me agredir de novo? —ela me perguntou com humor, mas deixando o sarcasmo às claras.

—Não me orgulho disso, mas não agrido ninguém sem um motivo forte. —respondi— Fala aí.

—Ok. Eu só vim te pedir desculpa pelo que eu te fiz passar, eu não deveria ter feito tudo aquilo com você. Foi uma brincadeira de mal gosto, mas eu tô super arrependida.

Enquanto ela falava a minha vontade de virar os olhos aumentavam drasticamente. Não me passava um pingo de verdade, mas deixei que ela continuasse.

—Se ela vier com papo de que quer ser uma pessoa melhor, eu vou vomitar. —Liz disse baixinho pra eu escutar enquanto a Sofia ainda falava.

—Eu não tô aqui falando que eu sou santa, mas tô te pedindo desculpas, de coração. Isso vale pra vocês também, meninas —ela olhou pra elas— porque eu sei que em algum momento eu errei com vocês também, mas eu tô cansada de ser evitada pelas pessoas.

Parecia um textão ensaiado e decorado pra me dizer. Eu juro que se eu conseguisse enxergar sinceridade ali eu levaria na boa, eu perdoaria a palhaçada que ela me aprontou. Mas eu conseguia ver a falsidade de longe.

—Voce não vai falar nada?! —ela perguntou com uma leve arrogância no tom.

—Se ela não falar, eu falo. —Priscilla se adiantou e falou antes de mim— Não gosto de você, não sinto verdade em você. Acho você, sim, incoerente, você está onde te convém em todos os seus jeitos, falas, andados, posicionamentos e etc.

A Morgana cuspiu o suco dela no chão de tanto rir e a Liz gargalhou alto me fazendo segurar o riso. A Sofia rolou os olhos e se virou pra Priscilla.

—Acabou, amor? —perguntou pra Priscilla.

—Na verdade não. —ela continuou— Acho você uma falsa, acho você extremamente grossa com as pessoas, extremamente soberba! Pronto, agora eu acabei. —sorriu forçado e a Sofia suspirou.

—Eu juro que tô tentando ser legal, mas tá difícil. —ela resmungou e olhou pra mim em seguida —E você, vai fazer alguma piada também?!

—Não, Sofia. —respondi— a única coisa que eu tenho pra te falar é que eu realmente não sinto verdade em você, tenho que concordar. Mas se você não mexer comigo, pra mim vai ser como se você não existisse. Não vou te destratar, não vou ficar alimentando rivalidade contigo. Por mais clichê que pareça ser, o que você vai ter de mim é reciprocidade, e que você saiba lidar com ela.

—Hm.—ela não pareceu muito satisfeita com a minha resposta, por um minuto eu pensei que ela quisesse que eu armasse o barraco com ela e se frustou — É isso, então. Eu espero que a gente possa se dar bem algum dia.

—Não depende só de mim. — respondi e ela assentiu, saindo de perto. Acompanhei com o olhar ela ir até a Bruna e entrarem no corredor, sumindo do meu campo de visão.

—Que bizarro! —Morg falou— Tem alguma chance dela estar falando sério?

Eu dei de ombros e a Priscila negou com a cabeça. —Não!

—Pelo amor de Deus, quem é que pede desculpa "de coração" —Liz fez aspas com as mãos— com esse ar arrogante? Só quem tá agindo por conveniência mesmo. Ja dizia Rafa Kalimann.

—Que bom que não foi só eu que senti isso. —eu falei.

—Mas sabe o que eu tiro disso? —Pri perguntou— que eu sou muito rancorosa. Se ela faz comigo o que ela fez contigo e depois vem sonsa pra cima de mim eu ia dar logo um bandão nela pra ficar esperta.

Eu ri. —eu tô de boa, amiga. Até o momento que ela me deixar em paz, da minha parte ela vai ter paz em dobro!

—Aleluia, arrepiei! —ela respondeu e a gente acabou rindo.

—Aleluia, arrepiei! —ela respondeu e a gente acabou rindo

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