Capítulo 59

9K 557 267
                                    

Pedro

Chegamos lá na casa do Rodrigo, encontramos com o Hugo chegando e entramos juntos indo direto pra parte dos fundos na área de festa, onde a maioria do nosso pessoal já estava lá.

Rodrigo veio nos receber segurando uma longa neck na mão.

—Demoraram pra porra hein. — falou na esportiva e deu um selinho na Liz antes de falar com a gente.

—Sua namorada foi a que mais atrasou, bebê. — Maju respondeu

—Estão perdoados então — ele pagou pau pra Liz a gente riu

—Perdi um soldado mesmo, foi triste. —Gastei.

—Falou o outro soldado ferido. —Priscilla respondeu olhando pra mim e pra Maju.

—Viaja não, Priscilla. — Respondi e ela ergueu as mãos em sinal de rendição.

Rodrigo falou pra gente ficar a vontade e saiu com a Liz pra pegar não sei o que não sei onde.

—Ta tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas eu tenho uma raba pra rebolar. Vamos ami? —Esticou a mão pra Maju e elas saíram pro meio da pista.

Eu e Hugo seguimos até o freezer e pegamos cerveja e encostamos num canto que dava pra ter a visão do rolê todo. Ficamos conversando até a Morgana começar a dar uma moral do cacete pro Hugo enquanto dançava. Na moral, Hugo parecia até uma cachorrinho adestrado quando o assunto era a loira. Era só ela dar uma esperança que o menor já ficava de quatro por ela.

Gabi tambem ficava me encarando enquanto dançava, poderia não ser nada demais, mas depois que agente ficou na praia ela até hoje me cobra um remember. Sem contar que ela não parava de comentar no ouvido da amiga dela enquanto olhava pra mim. Ela era uma mina top, gente boa e muito da gostosa, mas eu tava de boa hoje.

—Foi muito beber contigo até agora, mas eu vou fazer o meu. — Hugo deixou a garrafa vazia num cantinho e foi atrás da Morgana.

Eu ri e fiquei ali conversando com o Rodrigo e com os outros moleques que chegaram. Aos poucos eu fui ficando alheio ao assunto dos caras porque sem querer me peguei viajando na Maria Júlia dançando. Em determinado momento ela olhou pra mim e eu encarei levantando a cerveja na direção dela, ela sorriu e negou voltando a dançar com as meninas.

Fiquei ali mó cota e depois fui na cozinha pegar mais uma cerveja. Hugo tava descendo do segundo andar da casa e logo em seguida a Morgana desceu. Dei uma risadinha pra eles, ela me deu língua e saiu pra festa, o Hugo encostou ali na bancada da cozinha.

—Fala tu. —ele tava com aquela cara de idiota e deu uma risada.

—Fala tu?! —ri— Deixa o Rodrigo saber que tu tá usando a casa dele de motel. Ele vai comer teu cu.

—Só usei o banheiro, pô. —ele riu e acabei rindo também enquanto negava com a cabeça. —E tu?

—Eu nada. Tô tranquilo! —respondi abrindo a long neck e dei um gole em seguida.

Ele franziu a testa —Gabi tava quase esfregando a bunda na tua cara e tu não pegou aquela gostosa?

—To de boa, pô. Falei. —beberiquei minha cerveja outra vez.

—É, tô levando fé no papo da Pri. Acho que o soldado tá ferido mesmo. — me gastou e eu dei um tapa na nuca dele

—Viaja, porra.

A Gabi entrou na cozinha na hora e o filho da puta do Hugo saiu da cozinha. Me desencostei da bancada e quando fui sair, ela segurou meu braço.

—Ta fugindo de mim? —ela me perguntou parando na minha frente.

—Tenho motivo? —devolvi com outra pergunta e dei mais um gole na cerveja. Ela foi se aproximando até me encostar na bancada de novo.

—Tu só fica me enrolando, fala pra gente marcar uma saída e nunca marca, poxa.
A gente podia se entender aqui mesmo...—ela apertou os lábios e beijou pescoço. Eu segurei o pulso dela e me afastei.

—Leva a mal não, Gabi. Mas hoje eu não tô no clima... A gente se tromba outra hora, valeu?! —nao dei tempo pra ela responder, só escutei ela respirar fundo e sai da cozinha. Porra, eu devo tá com algum problema pra despensar a Gabi não é possível.

Cheguei lá fora e vi a Maju sentada sozinha num canto ali perto da onde eu estava antes. Me aproximei e puxei uma cadeira pra sentar do lado dela e ela meio que assustou com o barulho.

—Foi mal. —ela riu e murmurou um "de boa" . Ela estava com o cabelo preso num coque e com o rosto um pouco suado e vermelho. —Vai? —ofereci minha cerveja.

Ela ia pegar a garrafa, mas recuou a mão e fez uma careta.—Sei lá onde tu tava com essa boca.

Eu ri fraco. —Te garanto que antes da garrafa, minha boca só encostou na sua.

Estendi a garrafa novamente, ela travou o sorriso e pegou a garrafa da minha mão bebericando em seguida.

—Salvou. —ela falou depois de beber. —tava morta de sede. —assenti e ela me devolveu a garrafa.

—Vai pra pista mais não?

—Vim tomar um ar, ali debaixo da tenda tá um forno.

—Entendi.

Meu celular começou a vibrar no meu bolso, peguei pra atender mas como era um número desconhecido eu ignorei e guardei o celular.

Menos de um minuto depois a mesma chamada, eu ignorei já puto.

—Vai atender não? —Maju perguntou e eu neguei.

—Essa porra desse número desconhecido me liga a mó tempo. Eu atendo e a pessoa não fala nada. Deve ser essas porra de clonagem ou trote, sei lá.

Foi eu fechar a boca que ele tocou de novo.

—Te pegaram pra Cristo. —ela riu e eu concordei.

—Vou atender pra tu ver que não é caô.

Eu deslizei pra aceitar a chamada e pus na orelha.

—Alô?! — assim como das outras vezes, ninguém respondeu. Mas dava pra escutar uma respiração. —Aí, na moral, eu não sei quem tá aí do outro lado, mas eu desejo do fundo do meu coração que tu vá tomar no meio do teu cu. —escutei a risada alta da Maju — Para de me ligar.

Eu já ia desligar quando escutei a outra pessoa da linha pigarrear e por um instinto louco não desliguei.

—Por favor não desliga... Filho.

Quando eu ouvi aquela voz eu me gelei inteiro. Nem senti quando meu celular caiu da minha mão e se eu não estivesse sentado, eu teria caído de tão tonto que fiquei.

Minha Melhor VersãoOnde histórias criam vida. Descubra agora