MAJU ❣
Estava saindo do colégio junto com a Liz quando ela me chamou pra ir na praia com ela, mas eu disse que não ia dar por causa da ONG. Falei visivelmente desanimada e de cara fechada.
Liz: Que cara de cu é essa, Maria Júlia? Nunca te vi desanimada assim pra ir pra Ong.
Maju: Nem te conto
Liz: Ih pronto, solta a bomba. - ela disse ajeitando a mochila nas costas
Suspirei e contei pra ela sobre o mais novo ajudante da Ong. Ela, claro, riu da minha cara e disse que aquilo era coisa do destino. Por dois segundos eu me arrependi amargamente por ter falado sobre o Pedro com ela.
Maju: Destino... rum, ta mais pra castigo isso sim. - fiz uma careta e ela riu
Liz: Falando em castigo, amiga... - ela disse super receosa e eu já vi que tava vindo algo pesado
Maju: Hum... - ela desviou o olhar o meu e olhou pro chão. Eu parei de andar e chamei ela, ela me olhou.
Maju: Fala logo. O que ta rolando, Liz? - ela me puxou pra continuar andando e então falou super rápido
Liz: Ocadumemandoumensagemperguntandoporvoce
Maju: Que? - perguntei sem entender nada. Ela parou na minha frente, suspirou e disse
Liz: O Cadu, amiga. Ele mandou mensagem perguntando sobre você e ainda disse que quer falar contigo.
Eu fiquei completamente atônica ali na frente dela, Uma sensação horrível subiu pelo meu corpo e meu coração apertou, me deixando um pouco tonta.
Liz: Ei, ei, ei, Amiga pelo amor de Deus - ela me amparou e me ajudou a atravessar a rua e sentar num banquinho da praça, perto de casa. Ela correu no bistrô e voltou com uma garrafa d'agua.
Ela abriu a garrafa e me estendeu
- Toma, amiga.
Eu peguei e bebi quase a metade de uma vez.
Liz: Desculpa amiga, por favor, eu não devia ter falado dele com você. Mas eu não queria te esconder isso. - ela suspirou preocupada.
Eu passei a mão pelo meu cabelo, e me virei pra Liz
Maju: Amiga - ela me olhou - Você não me deve desculpa, ta tudo bem. -disse tentando acreditar naquilo, claro que eu não tava bem, mas o Cadu realmente não vai me abalar mais, ele não tem esse direito.
Eu e Liz ficamos conversando por mais alguns minutos, ela me disse ele mandou mensagem perguntando sobre meu endereço porque precisava conversar comigo. Claro, que como minha amiga ela não passou meu endereço, mas só o fato dele ter conseguido o numero da Liz sei lá como, depois de tanto tempo já era o suficiente pra me deixar receosa. Fiquei ali conversando com ela, processando aquilo e depois eu fui pra casa e tomei um banho bem demorado, me arrumei, almocei, passei um perfume e fui pra ONG.
PEDRO ⚡
Por algum motivo bem louco, eu cheguei na ONG primeiro que a dona certinha. Ela passou por mim sem revirar os olhos, bufar, se irritar ou qualquer outra coisa dessa que ela sempre faz e eu acho graça. Na real, ela nem me olhou. Se fosse só comigo, eu teria entendido, mas ela mal falou com o Daniel e a Patrícia, que são os fundadores daqui e foi direto pra sala. Pela cara deles, ela não era disso.
Entrei na sala e as crianças abraçavam ela com mó carinho, e ela retribuía, mas tinha uma certa tristeza.
Eu fiquei enrolando la no cantinho da sala, enquanto ela fazia lições de reforço com as crianças com a maior paciência do mundo, nem parecia aquela coisinha estressada de sempre. Eu tava distraidão olhando pro nada e senti uma bola de papel bater no meu ombro.
Pedro: Ow - olhei pra Maju, que tinha acabado de me tacar aquilo - Qual seu problema?
Maju: Você.
Pedro: É o que? - franzi o cenho.
Maju: Você parado aí... Você ta aqui pra ajudar ou pra fazer cosplay de estátua da praça, meu filho? Levanta a bunda daí e trata de me ajudar com as crianças, se não quiser que eu dê um mal relatório sobre você pro Daniel. - Bufei e fui em direção a ela
Pedro: Vejo que a velha Maria Júlia está de volta - ela me olhou sem entender- chegou aqui tão de boa, que nem parecia você - ri e ela revirou os olhos juntando uns brinquedos. - Que foi? Brigou com o namoradinho? Ah esqueci que tu não tem - ri
Maju: Cala a sua boca e toma conta da sua vida, idiota. - ela me empurrou e foi pro pátio buscar as crianças. Eu ri, adoro ver ela boladinha.
Logo depois ela retornou pra sala com aquela turminha e me olhou com um olhar de " Vai ficar parado aí mesmo?" Como eu dependia do relatório dela também, me levantei e fui até as crianças.
Pedro: E aí molecadinha, bora jogar bola? - perguntei e todos pularam animados.
Maju: Não ta na hora de recreação, eles acabaram de voltar.
Pedro: Deixa de ser chata - falei só pra ela escutar e ela me fez um olhar mortífero.- eles querem jogar comigo po. Né não galera? - Eles concordaram com um "siiiim" e nós fomos jogar. Acho que ela não gostou muito, mas também não disse mais nada. Eu estranhei, com certeza ela falaria alguma coisa.
A hora de ir embora chegou e eu tava cansado pra caralho, aquelas crianças me deram mó trabalheira, mas não foi assim tão terrível. Lembrei da minha infância, das brincadeiras... me deu uma puta sensação boa. Entrei no carro e ofereci carona pra Maju, que tava indo a pé, por um milagre hoje ela aceitou.
Ela foi o caminho todo em silêncio, olhando pra janela, realmente ela não parecia "normal".
Pedro: Chegamos, ta entregue. - Ela me olhou como se tivesse acabado de se dar conta que estava em frente de casa, estava distraída pra porra. Ela me agradeceu enquanto tirava o cinto pra sair.
Pedro: Ei, ta tudo bem? - Decidi perguntar depois que destravei a porta ao ver que ela tava meio pensativa.
Maju: Ta. - não me convenceu, mas também não insisti. Ela abriu a porta, saiu e bateu a mesma - Obrigada, até amanhã!
Eu assenti e arranquei com o carro.
Quando cheguei em casa, coloquei meu celular pra carregar e fui pro banho. Jantei, assisti tv e meu celular tocou. Mais uma vez, um numero privado. Atendi querendo saber quem era e o que queria comigo, mas aconteceu o mesmo: Ninguém falava nada, eu só conseguia ouvir uma respiração do outro lado da linha. Fiquei puto pra caralho com aquela palhaçada, falei umas merdas e desliguei logo.
Que merda é essa de me tirar de otário toda hora? Num fode, po.

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Dla nastolatków+14 completa! Por favor, não me encare tão friamente durante esse dois segundos eternos, porque sinto que me desvenda em cada milímetro. Está lendo as minhas entrelinhas, minhas fugas e receios. Você abre as fechaduras que eu tranquei com tanto cui...