Capítulo 41

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MAJU

O dia passou tão corrido que quando eu vi ja era noite. Fiquei sentada numa mesinha na área externa do bistrô onde batia um ventinho gostoso e fiquei conversando com as meninas pelo whats.

Senti alguém tampando meus olhos com as duas mãos e logo senti um cheiro muito gostoso de perfume masculino, eu passei as mãos tentando adivinhar quem era, mas no fundo eu ja sabia só pelo perfume.

—Nossa, tu é muito ruim nisso. — a voz do Pedro soou atras de mim, ele tirou a mão dos meus olhos e eu olhei pra ele por cima do ombro

—Ihhh, que foi hein? Deu saudade? —fiz graça e ele contornou a mesa pra sentar na cadeira a minha frente

—Poxa, como tu descobriu?! Ta muito espertinha. — ele respondeu cheio de sarcasmo

—Idiota! —ri

—Po, tu não cansa de me chamar assim não? —perguntou pegando o cardápio que tava em cima da mesa

—Hmm —fingi pensar e olhei pra ele —Não!

Ele sorriu. Puta sorriso lindo!

—Ta fazendo o que aqui? -perguntei e ele ergueu o cardápio balançando-o de forma óbvia

—Ah ta que você saiu la da barra e veio até aqui só pra comer! Melhor assumir que veio me ver.

—Ih alá, se acha. — ele riu e chamou a Marlene pra atender ele. Fez o pedido e ela saiu assim que acabou de anotar.

O lanche do Pedro chegou e eu acabei pegando um suco também, só pra acompanhar ele. Ele notou a parede de fundo do Bistrô que era toda com uma arte de grafite e ficou viajando nela.

—Gostou?

—Porra, —ele limpou o molho no canto da boca com um guardanapo— Foda! Muito Foda! Eu viajo nessas parada de grafite.eu sorri

—Meu pai que fez.

—Na moral? —ele perguntou curioso e eu concordei com a cabeça

—Sério, qualquer dia desses eu te mostro uns desenhos dele. Tem um monte espalhado pela cidade também!

—Porra, que foda!

—É, ele é mesmo! — eu disse cheia de orgulho. Pedro ficou me analisando e eu fiquei meio sem graça

—Que foi?

—Tu é amarradona no teu pai ne?— Ele perguntou e deu um gole no suco

—Sou. Ele é o cara mais foda que eu conheço!

o canto direito da boca dele se curvou num meio-sorriso e ele ficou brincando com o guardanapo da mesa.

—Você...—ele cortou o que estava prestes a falar, se ajeitou na cadeira e me olhou, e então continuou— Você perdoaria seus pais biológicos se encontrasse eles um dia?

Ele perguntou do nada e eu fui pega totalmente de surpresa.

—Desculpa, se não quiser responder tudo bem, mas é que essa porra não entra na minha cabeça. Não consigo aceitar quem abandona o próprio filho.  Isso é tão... -ele respirou fundo e desacelerou um pouco- Isso é covarde!

—Não, tudo bem. —ri fraco —Provavelmente sim. Eu não guardo rancor deles, pode parecer idiota, mas apesar dos meus questionamentos internos sobre o abandono e a adoção, eu tenho uma certa gratidão.

—Gratidão?! —ele franziu o cenho quase juntando uma sobrancelha na outra—Ninguém deveria ser grato por ser abandonado assim, Maju. —ele falou mais baixo

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