Capítulo 1

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Maju

Domingo, estava num soninho delicia aproveitando meu ultimo dia de férias quando acordei ao som de toques na porta do meu quarto

- Maju, acorda e vem tomar café que o dia hoje vai ser longo

"fala sério, mãe" pensei enquanto rolava na cama lutando contra toda a minha preguiça matinal. Tateei meu colchão até pegar meu celular pra ver as horas.

8h00 da manhã. Devia ser crime acordar antes das 10:00, sério. Desbloqueei meu celular para ver algumas das várias mensagens no meu wpp. Esse povo de grupo não dorme, como pode tanta mensagem assim já cedo cedo? Visualizei a maioria, respondi algumas mais importantes. Sentei na beira da cama, prendi meu cabelo num coque e arrumei a cama.

- MARIA JÚLIAAAA - minha mãe gritava da cozinha

-JA VOU, MÃE - respondi e fui saindo do quarto de pijama mesmo porque quando ela me chama de Maria Júlia é que ela está ficando nervosa. Ainda mais que hoje é inauguração do bistrô dos meus pais ... ta todo mundo uma pilha aqui em casa, eles principalmente.

Fui no banheiro lavar o rosto e escovar os dentes antes de chegar na cozinha onde os pais e meu irmão, Marcelo, estavam sentados na mesa tomando café da manhã.

- Noooosaa, me gritaram tanto pra vir logo e nem me esperaram pra tomar café, que legal hein - me fiz de triste enquanto dava um beijo no rosto dos meus pais

Bom dia pra você também, Maria Júlia - Marcelo falou e eu lhe mostrei a língua - Vou comer mais um pão só pra te fazer companhia - riu

- ata, Marcelo - me sentei ao lado dele - Ata que tu vai comer SÓ pra me acompanhar- nós rimos e ele me abraçou de lado e me deu um beijo na testa.

- Não sabe o irmão parceiro que você tem, minha filha?- meu pai disse ironicamente e nós rimos

Ficamos falando sobre a inauguração do bistrô e meu pai logo desceu pra adiantar as coisas.

-Hum -minha mãe se levantou- Vou descer pra ajudar ele, quando acabarem desçam pra ajudar também - ela disse dando um último gole no café e colando a xícara na mesa depois.

-Claro, mãe- Marcelo respondeu e eu só assenti enquanto acabava com meu pão.

A minha mãe desceu pro espaço comercial que fica abaixo da nossa casa, onde vai ser o bistrô. Acabei meu café, guardei as coisas na geladeira. Escovei os dentes, troquei de roupa e desci com o Marcelo pra ajudar a arrumar o bistrô.

Tava morta de cansaço quando demos uma pausa pro almoço. Tava largada na cadeira do bistrô tomando um suco de laranja e dando um tempo do almoço, quando senti um abraço por trás de mim, ja reconheci o perfume da Liz antes mesmo dela falar comigo.

-Boa tarde gostosa da minha vidaaaa

-Boa tardiii. - respondi fazendo um carinho no braço dela.

-Boa tarde Dinda, boa tarde dindo, boa tarde insuportaveeel - ela cumprimentou meus pais e meu irmão e eles responderam.

Ela sentou na cadeira ao meu lado com um sorriso enorme na cara

-Quem foi o macho? - perguntei a ela com um olhar desconfiado

- Hã? - se fez de desentendida

-Não vem fazer a egípsia pra cima de mim, Liz. Essa sua cara ... quero o nome. Anda - brinquei com canudo no meu suco antes de dar um gole.

Ela deu um risinho e gargalhou no final denunciando que eu estava certa

- Não da pra te esconder nada né? que saco - riu- Foi o Gabriel, amiga.

Quase cuspi meu suco pro copo de novo ao ouvir aquele nome.

- O embuste mor? Ah, Pelo amor de Deus, Eliza. -Revirei os olhos e balancei a cabeça negativamente

O que o Gabriel tinha de bonito ele tinha de filho de puta. O "namoro" conturbado dos dois se arrastava  a 3 anos cheios de idas e vindas. Mesmo namorando e dizendo que ama a Liz, o Gabriel nunca abriu mão realmente da sua vida de solteiro. Fazia ela de trouxa com uma torcida do Brasil e ela não acreditava porque é cega por ele.

As vezes em  que eu mostrava provas das traições dele, ela descia o barraco e eles terminavam. Ela ficava num mal fodido e quando tudo melhorava ele vinha atras dizendo que ia mudar,  prometendo mundos e fundos ... ata. A besta sempre acabava voltando. Como se não bastasse, ele  queria mandar nas roupas dela, nas amizades, nos rolês e no que mais ele achasse que tinha direito. Além de ser um doente ciumento. Nojo !!!

-Amiga, não fica assim comigo. Eu amo ele demais -ela abaixou a cabeça

-E se ama de menos né Liz? Porra, vocês estão nisso a tanto tempo e ainda não perceberam o quanto isso é toxico? - ela suspirou e ficou quieta.

Depois de alguns segundos de silêncio, ela fez menção pra falar alguma coisa, mas a minha mãe chegou agitando pra gente terminar aquela arrumação toda e eu agradeci mentalmente por não ter que ficar falando do Gabriel. Primeiro porque  tava cansada de tentar abrir os olhos da Liz em relação aos dois e segundo porque meu ranço por ele já é tão grande que falar sobre ele me embrulhava o estômago.

-Então, que tal? - meu pai perguntou depois de tudo pronto

- Eu sou uma suspeita pra falar, maaas ... TA A COISA MAIS LINDAAA - me empolguei pulando e batendo palma ao mesmo tempo. Minha mãe, e meu irmão concordavam igualmente felizes

-Sério dindo, ta massa demais. - A liz disse.

- Vai ser lindo hoje, pai. Hoje e sempre- Marcelo disse pro meu pai e o abraçou em seguida.

Eu tava tão feliz por aquela conquista do meu pai, sério. Ele e minha mãe sempre deu o maior duro para dar o melhor pra mim e pro meu irmão, mesmo com um grana curta. Ver o sonho deles se concretizando fez meus olhos marejarem de tanto orgulho.

Eu não podia ter sido escolhida por uma família melhor que essa.  Eu sinto que cresci no lar onde eu deveria crescer, nada é por acaso. Eu acredito nisso.

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