Capítulo 53

9.5K 527 190
                                    

MAJU

-Meus dotes culinários são muito limitados, então acho que tu vai ter que me ajudar nessa parada de brigadeiro. -Pedro disse escorado no balcão da cozinha.

Meus pais estavam no bistrô e o Marcelo estava trabalhando, eu não queria ficar sozinha porque é nessas horas que minha mente começa entrar em parafuso com tudo que rolou, então
arrastei o Pedro pra minha casa depois do almoçarmos no bistrô mesmo.

Eu acabei rindo do que ele falou e fui ensinar ele a fazer brigadeiro.

-Pedro, se você não mexer vai queimar!

-Fica pronto nunca? - reclamou.

Mexi um pouco e dei pra ele terminar, desliguei o fogo e ele despejou o brigadeiro num prato. Passei a mão na borda e provei.

-Serve nem pra fazer um brigadeiro, meu pai. -Falei só por implicância mesmo.

-É? -ele passou o dedo no brigadeiro e passou no meu nariz.

-PEDRO!!! -limpei meu nariz, mas o engraçadinho riu e passou mais - Isso ta quente, cara.

-Po, foi mal. -Ele passou o dedo pra limpar, mas escorreu a mão pra minha nuca.

Ele me encarou poucos segundos antes de me encostar na parede e selar nossos lábios. Entrelaçou a mão no meu cabelo e sugou meu lábio com urgência, sua lingua pediu passagem pra dentro da minha boca e ele desceu a mão pra minha cintura me impedindo de sair dali. Ele me deu uns selinhos durante o beijo e eu não era capaz de pensar
em mais nada a não ser em como aquilo era bom.

-O que você ta fazendo comigo, Maju? -ele perguntou baixinho ao partir o beijo e abriu os olhos me encarando com o rosto quase colado ao meu. Ele analisava meu rosto com certa confusão no olhar e balançou a cabeça negativamente antes de soltar minha cintura e se afastar. -Acho melhor a gente ir escolher o filme lá.

-Que foi? Tu ficou estranho do nada.

-Deixa pra lá, ta legal? Não tenta me entender não. -disse antes de me contornar e ir pra sala.

Eu fiquei meio minuto tentando entender que porra que passa na cabeça desse ser humano, mas não cheguei a conclusão alguma, então só peguei o brigadeiro e fui pra sala também.

Ele ja estava esparramado no sofá-cama quando eu me sentei e pus o brigadeiro entre nós dois e peguei o controle pra logar na netflix. A gente ficou uns vinte minutos procurando um filme qualquer e não chegamos a consenso nenhum, por fim eu desisti de tentar agradar o bonito e dei play num clichê adolescente, mesmo contra a vontade dele que reclamou horrores.

Eu que não sou pouco abusada, ainda deitei minha cabeça no meio de um monte de almofada e guiei a mão do Pedro pro meu cabelo pra ganhar um cafuné.

O que é um peido pra quem ta cagado né mesmo?!

-Mas tu ta pouco folgada né? - De início ele começou meio sem jeito, mas depois o cafuné foi ficando gostosinho do jeito que eu gosto - não bastou me pôr
pra cozinhar e me forçar a assistir esse filme clichê pra caralho não? -ele falou com uma indignação na voz que me fez rir.

-Não fala isso porque eu esperei um ano pra ver Lara Jean e Peter de novo. -ele rolou os olhos- Agora cala a boquinha e continua.

-Perdi a moral mesmo, né possível.- resmungou. E por incrível que pareça ele calou a boca e continuou o cafuné.

Pedro ficou mais tempo olhando pra mim do que pro filme, mas eu não me importei com isso. Notei quando ele sorriu ao me ver rir das cenas e frases engraçadas e como ele franziu a testa e tentou segurar o riso quando eu quase chorei no final.

Minha Melhor VersãoOnde histórias criam vida. Descubra agora