Capítulo 45

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MAJU

Alguns dias se passaram desde que eu e Pedro ficamos no carro dele, depois daquele dia não rolou mais nada, mas sempre que estamos sozinhos eu tenho que fazer um esforço monumental pra não cair na lábia dele, porque ele joga super pesado comigo. Ta sempre de indiretinha e papo sugestivo, mas até que eu to me saindo bem. E apesar desse jogo de morde e assopra a gente tem se aproximado bastante e brigando menos.

Nesses dias que passaram, eu passei mais tempo com o Gui até o dia que ele teve que voltar pra Minas e eu fiz ele prometer que não demoraria a vir de novo. A Liz ta cada dia mais coladinha com o Rod, apesar de agora ela viver com os dois pés atras quando o assunto é homem. E a Priscilla ta dando uma canseira no meu irmão, ela gosta dele, mas ama a liberdade dela, e o Marcelo quer levar ela a sério.

O dia na ONG foi uma correria sem fim, consegui parar pra beber água só na hora de ir embora mesmo. Dispensei as crianças, saí da sala de dança e tomei um banho na ONG mesmo porque eu tava podre. Vesti uma calça e um tênis porque tava meio friozinho e eu tava começando a ficar resfriada, vesti uma blusa do Marcelo -sim, eu amo vestir blusa de homem- e saí do banheiro. Me despedi do Dan que estava na recepção e saí dando de cara com um ventinho gélido de início de noite.

Hoje eu saí mais tarde porque tive que repor algumas aulas e nem carona com o Pedro eu consegui, porque ele saiu beeeem mais cedo que eu. Hoje eu queria me dar o luxo de voltar de uber pra casa, mesmo sabendo que a distância até minha casa era de exatos 15 minutos à pé. Eu ainda tinha que arrumar minhas coisas pra excursão do colégio pra mata atlântica no litoral, a gente passaria três dias acampados lá e eu ainda não tinha arrumado nada.

Pedi o carro pelo aplicativo e ainda faltava cinco minutos pra ele chegar quando eu escutei uma buzina. Eu reconheci o carro vermelho do Pedro e ele baixou o vidro me dando certeza que era ele. Ele fez sinal pra mim e atravessei indo até ele.

—O que você ta fazendo aqui?! — Perguntei apoiando na janela do carro. Ele tava vestido com roupa de treino de futsal.

—To indo treinar, resolvi passar pra te dar uma carona, po. Entra aí. —ele destravou a porta

—Hmm, ja que você insiste... —brinquei— vou cancelar o uber aqui. —Entrei e cancelei o pedido pelo app.

Fomos conversando o caminho e rapidinho chegamos, peguei minha bolsa e o Pedro começou a reclamar feito uma velha dentro do carro enquanto digitava no celular.

—Deu ruim? —perguntei de intrometida

—Cancelaram a porra do treino hoje — ele disse meio puto e afundou no banco. Eu quis rir. —O que tu vai fazer agora? —ele me perguntou

—Comer porque eu to morrendo de fome e arrumar minha mala pra amanhã.

—Tenho uma proposta melhor. —ele me olhou como se pedisse minha permissão pra continuar, eu ergui a sobrancelha e isso foi o suficiente pra ele continuar —Se liga, semana que vem é aniversário da Dulce e eu queria comprar uma parada pra ela, mas não tenho menor jeito pra isso. Já que eu perdi a viagem e já estamos perto do shopping tu podia ir la comigo me ajudar a escolher um presente pra ela. De quebra ainda te pago um lanche.

Pensei e repensei, mas acabei topando.

—Ta, bora logo. —prendi o cinto de segurança de novo e Pedro sorriu antes de arrancar com o carro.

(...)

—Uma touca de crochê Pedro? Isso é sério? —eu perguntei desacreditada enquanto ele pegava a touca na arara da loja. Eu simplesmente não conseguia levar a sério as escolhas dele. Ele só podia estar me zoando.

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