MAJU
Uma semana depois...Quando passei de carro em frente ao colégio, minha mente voou novamente ao dia em que tudo aquilo começou a acontecer.
Sim, "começou"! Porque eu ainda não tinha noção de quando nem de como iria terminar. Ao longo dessa semana que se arrastou eu realmente fui suspensa de assistir e de apresentar meu seminário. E apesar de eu ser uma ótima aluna, a nota do trimestre dependia daquilo e eu estava na merda.
A Sofia insistia em sustentar a versão dela sobre os fatos e por conta disso eu saí como uma grande desequilibrada que sai batendo em mulher por causa de macho e continua com o macho.
A Sofia também não tinha voltado ao colégio, mas por questão de saúde. Acabou que fizeram uma bateria de exames nela no dia e descobriram uma anemia bem braba nela eu até fiz transfusão de sangue pra ela porque no dia o hospital estava sem bolsa de sangue compatível com o dela e quando eu soube que o meu tipo de sangue era ideal pra ela receber, eu doei.
Àquela altura do campeonato eu nem queria ter raiva dela, eu tinha dó. Porque eu me recusava a acreditar que ela faria o que fez se não estivesse com algum transtorno emocional ou de comportamento. Não faz o menor sentido pra mim.
Eu só sentia raiva disso tudo numa situação com essa de agora, onde eu passei pelo colégio que eu não podia entrar ainda e nem sabia se poderia voltar depois, e por levar a fama de algo que eu não fiz. Isso me mata de raiva, mas o lado bom disso tudo, se eu posso tirar, é que o Pedro, os meus amigos e a minha família ficaram do meu lado e isso me alivia muito.
No meio de tantos pensamentos perdidos , eu mal notei quando o Pedro encostou na minha rua pra me deixar em casa.
—Ei... —chamou minha atenção e eu me virei pra ele. —Ta tudo bem? Tá com pensamento longe... —pegou minha mão levando mais pra ele.
—To né?! —sorri involuntariamente quando ele beijou meu dedo por cima da aliança. —Chato isso de não saber se eu vou poder voltar, se vou ser expulsa... Tá quase no final do ano, que colégio que vai me aceitar agora? Ainda mais com duas brigas no histórico —ri fraco negando com a cabeça.
—Relaxa, pô. A gente vai dar um jeito! —falou na maior paz do mundo.
As vezes eu acho até graça desse jeito do Pedro de não levar as coisas a sério.—Que jeito, amor? —ri— O jeito era a Sofia dizer a verdade né, mas pelo jeito não vai rolar.
— Se o Edgar te expulsar eu saio do colégio também e nós fica o resto do ano viajando, ano que vem a gente forma e é isso. —piscou e fez um joinha como se tivesse acabado dar a melhor ideia do mundo e eu acabei rindo daquela cara idiota dele.
—Ah, se fecha Pedro! —dei um se liga na testa dele. —Ta esquecendo que você precisa se formar esse ano e entrar na agência da sua mãe ano que vem como estagiário ou teu "tio" vai tomar a empresa toda pra ele?!
Nesse rolê todo, depois da morte do pai do Pedro, a Dulce pegou o testamento que mãe do Pedro tinha deixado pra ele, que assim que ele se formasse no colégio aos 18, ele entraria como estagiário na agência e teria que conciliar o estágio com a faculdade e ao final do curso, assumiria a empresa. Mas como o tio dele era sócio nisso tudo e nunca fez questão de ter contato com o Pedro, ele estava tentando de todas as formas provar que o Pedro não era capaz de assumir uma empresa daquele porte e assim passar a empresa definitivamente pra ele, antes que o Pedro entrasse pra agência.
—Ih! —estalou a língua e coçou a cabeça.—Tinha até esquecido desse filho da puta do meu tio, papo reto.
—Te garanto que ele não esqueceu de você, meu amor. Tá doidinho pra te dar uma rasteira.
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Minha Melhor Versão
Teen Fiction+14 completa! Por favor, não me encare tão friamente durante esse dois segundos eternos, porque sinto que me desvenda em cada milímetro. Está lendo as minhas entrelinhas, minhas fugas e receios. Você abre as fechaduras que eu tranquei com tanto cui...