Capítulo 48

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MAJU

No dia seguinte eu estranhei ao perceber que estava dormindo abraçada no Pedro e com a perna entrelaçada na dele, estranhei mais ainda ao sentir o cafuné desajeitado dele no meu cabelo enquanto ele achava que eu ainda estava dormindo.

Continuei de olhos fechados porque sabia que quando ele percebesse que eu estava acordada ele iria parar de mexer no meu cabelo. Demonstração de carinho não é o forte dele, mas as vezes ele faz e fala umas coisas que me balança de um jeito surreal, tipo esse cafuné desajeitado que ele ta fazendo em mim.

Pensar nisso me fez suspirar e como eu pensei, ele parou de me fazer carinho assim que percebeu que eu estava "acordando". Cocei os olhos e me sentei pra fazer um coque no meu cabelo.

-Dormiu bem? - perguntei quando o olhei.

-Não. Tu ronca demais! - ele disse sério coçando o olho, mas riu quando me viu encarando-o com olhos serrados

Incrível como a unica diferença dele quando acorda é a voz rouca e o olho apertadinho. Eu deveria estar péssima.

-Ja te falaram que você é ridículo? -rolei os olhos

-Ja perdi as contas, boladinha.

O assunto foi cortado quando o Rodrigo chegou batendo na lona pra trocar de barraca comigo antes que alguém acordasse.

Depois do café da manha, nós fomos fazer uma trilha e eu dei razão ao meu irmão por me chamar de sedentária porque eu estava a ponto de pedir pra alguém me levar no colo, sem condição nenhuma de andar cinco quilômetros, ainda mais subindo morro.

-Eu só quero saber quem foi o corno que deu ideia dessa trilha dos infernos! - Priscila exclamou exausta enquanto caminhávamos

-No caso foi o professor mesmo ta, linda?! - Morg respondeu bem plena porque aquela era rata de academia - Voces que lutem.

-Morgana eu to te odiando tanto agora. -eu disse quase morrendo e ela riu da minha cara -Pelo menos esse tormento ta acabando -disse quando escutei o barulho da cachoeira aumentar um pouco.

-Chegamos!! - Fábio disse tirando a mochila das costas e a colocando no chão enquanto os alunos se aproximavam fazendo uma rodinha para ouvir as próximas instruções.- Aos alunos reclamões: fala pra mim se não valeu a pena?

ele abriu os braços indicando a queda da cachoeira que realmente era linda e mais uma vez o meu cansaço estava sendo compensado por aquela vista maravilhosa

- Olha que lugar FODA!!! -ele disse "foda" só por leitura labial, e a gente acabou rindo. Apesar de ser professor, ele era bem liberal, bem maluco mesmo e a gente adorava.

-Professor, nunca te critiquei!!! -Priscila falou e ele a olhou desconfiado

-Você? Deve ter me xingado no mínimo umas dez vezes ate chegar aqui. Mas eu te perdoo. - Ele levou na esportiva e ela fez um coração pra ele com as mãos.

Durante o caminho ate chegar ali nós fomos fazendo alguns registros com o celular, algumas anotações e então acabamos discutindo o assunto. O Fábio era um professor incrível e deu uma aula pra gente ali mesmo. Explicou melhor sobre cada planta que tínhamos registrado e isso levou mais ou menos uma hora meia. Depois ele nos liberou pra aproveitar a cachoeira e explorar a mata ali por perto.

PEDRO

Rodrigo foi buscar uma agua na mochila dele e me deixou ali com a liz.

-Ue, cade sua amiga? -perguntei me referindo a Maju

-Ela disse que ia la na parte das pedras com a Pri. Maju tem um pouco de medo de cachoeira -ela riu parecendo se lembrar de algo- desde criança.

Eu ri -Caô.

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