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Maju—Lembra quando eu te contei que eu quase cometi o mesmo erro comigo, mas graças a Liz não aconteceu o pior? —perguntei sentindo meu estômago revirar por me lembrar do ocorrido.
—Lembro. —Pedro respondeu baixo e desviou o olhar pra baixo.
—Então... —segurei a mão dele e entrelacei nossos dedos ganhando sua atenção em mim novamente. — quando isso aconteceu comigo eu não pensei no quanto eu amava a minha mãe, meu pai e o Marcelo e nem no quanto eles iriam sofrer sem mim. Por mais egoísta que seja, eu estava tão perturbada emocional e psicologicamente que eu só queria dar um fim no meu sofrimento. Entende?! —ele assentiu— E nesse tempo que você me conhece você acha que eu não amo eles e que eles não são importantes pra mim?
—Não, pô. Tu é amarradona neles... Já te disse que eu acho foda a relação de vocês. —eu sorri e eu juro que vi um sorrisinho minúsculo querendo aparecer naquela carinha linda.
—E se alguma coisa tivesse acontecido comigo, você acha que eles teriam alguma culpa?—Ele negou novamente— Então porque você acha que teve culpa nisso ou que você não era importante o suficiente pra ela?
Ele ficou quieto e meio pensativo. Eu segurei o queixo dele e fiz com que ele olhasse pra mim.
—Você não teve culpa de nada, Pedro. —soltei seu rosto e ele continuou me olhando, mas agora com o olho brilhando d'água. — Não carrega um fardo que não é seu. É pesado demais.
—Eu sei que é. —ele passou a mão pelo olhos —é que as vezes eu entro nessa pilha.
—Hoje eu tenho outra cabeça em relação a tudo isso, mas eu demorei a entender o que estava acontecendo comigo e a entender que eu precisava de ajuda profissional e como é necessário falar sobre esse assunto. Talvez sua mãe nem tivesse se dado conta disso porque se depressão hoje em dia é tratado como frescura e falta do que fazer imagina a seis, sete anos atrás...
ele assentiu. —To ligado.
—Ela te amava, Peu. Então se perdoa desse sentimento ruim, ele não tem que estar aqui. —toquei no peito dele com o dedo indicador — Até mesmo em relação ao seu pai. Quem fez as escolhas erradas foi ele, você sempre esteve aqui. Quem perdeu foi ele!
—Perdeu o quê? Um moleque todo perturbado que vive dando defeito? —ele perguntou de forma irônica, mas com certo humor na voz e riu fraco
—Eu não te vejo assim, Pedro. Só te vejo como alguém que passa tempo demais se esforçando pra que ninguém consiga te enxergar através dessa máscara de cara fechado e descubra que na verdade você tem seus medos e fragilidades assim como todo mundo, e que além disso é uma pessoa de um coração enorme. —falei e observei ele me escutar com atenção, então continuei—Assim como seu pai, vão aparecer outras pessoas na sua vida que intencionalmente ou não poderão acabar te machucando, mas se elas não servirem pra te deixar algo bom, pelo menos vai te deixar mais forte!
Quando eu terminei de expôr a minha opinião eu achei que o Pedro falaria um monte pra cima de mim porque ele não sabe lidar muito bem com sinceridade e o bichinho sabe ser grosso quando quer. Mas pra minha surpresa ele deu aquele sorrisinho de canto que me faz derreter mais que manteiga na pipoca.
—Tu foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida nesses últimos anos, sabia? —ele falou e eu senti meu coração pulsar mais forte— Chega ser estranho eu ter passado 17 anos sem te conhecer porque eu não sei o que seria de mim agora se você não tivesse aqui comigo.
Puta merda, eu sou apaixonada nesse homem.
—Assim eu vou acabar acreditando, tá?!
—sorri meio sem graça—É pra acreditar mesmo. —ele foi me puxando pelo pulso pra perto dele. —Tu sabe que eu não falaria isso se não fosse verdade. Tu é foda, Maju! —ele me deu um selinho e eu me aninhei em seu peito. E eu juro que não tem nenhum outro lugar no mundo onde eu queria estar.
Logo a gente ouviu umas batidas na porta do quarto e a Dulce apareceu chamando o Pedro pra conversar. Ele aceitou meio a contra gosto e a Dulce desceu na frente.
—Vou lá falar com ela rapidinho, tá bom?—eu assenti—Dorme aqui comigo hoje?
—Hmm, tá ficando muito mal acostumado. —brinquei e dei um selinho nele que se transformou num beijo curto.
—Isso é um sim? — ele perguntou com um sorrisinho depois de partir o beijo
—É, seu folgado. —me dei por vencida e o sorriso dele aumentou de tamanho —Vou mandar mensagem pra Priscilla pedindo pra ela segurar meu irmão lá na casa dela.
—Santa Priscilla!!! — ele fez um sinal com mão como se estivesse agradecendo aos céus e eu ri. —Ja volto.
Eu assenti ele me deu um selinho e desceu pra falar com a Dulce. E eu fui mandar mensagem pra Priscilla pra ela me salvar mais uma vez!
Maratona concluída com sucesso cheeeeck ✔️
Espero que vcs tenham gostado! ♥️
Não esqueçam de votar e comentar no capítulo por favorzinho.
Até logo 😘♥️
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Minha Melhor Versão
Teen Fiction+14 completa! Por favor, não me encare tão friamente durante esse dois segundos eternos, porque sinto que me desvenda em cada milímetro. Está lendo as minhas entrelinhas, minhas fugas e receios. Você abre as fechaduras que eu tranquei com tanto cui...