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completa!
Por favor, não me encare tão friamente durante esse dois segundos eternos, porque sinto que me desvenda em cada milímetro. Está lendo as minhas entrelinhas, minhas fugas e receios. Você abre as fechaduras que eu tranquei com tanto cui...
-Pelo amor de Deus, Pedro. Acorda. -Dulce me chacoalhava na cama- Pedro, levanta.
-Me deixa Dulce, não quero levantar hoje -disse na mesma posição de bruços na cama.
-Se você não levantar agora eu vou te jogar uma agua fria aí na cama mesmo -chacoalhou mais uma vez- Anda Pedro.
Depois de muita insistência e encheção de saco, eu me sentei na cama. Parecia que minha cabeça ia explodir de tanta dor, na moral.
-Chata pra caralho hein Dulce -Disse segurando minha cabeça com os cotovelos apoiados na perna.
-Olha os modos, menino -suspirei- Olha como você ta aí, olha esse quarto, que zona. -ela saiu andando pelo quarto ajeitando as coisas.
-E essa monte de garrafa de bebida, Pedro? Você não tinha parado com isso? -ela balançou a cabeça negativamente.
-Ah, não enche, Dulce. Minha cabeça ta explodindo.
-É claro que ta, encheu a cara ontem... esse quarto todo vomitado. Você tava a tanto tempo sem beber assim. -disse em tom de reprovação.
-Você sabe muito bem porque eu enchi a cara ontem... -ela suspirou-
-Ai Pedro -ela sentou do meu lado na cama- Você sabe que ela não iria querer te ver se maltratando assim né? -ela me fez um carinho nas minhas costas.
-Mas ela não ta aqui pra querer nada, Dulce. -Me levantei- Vou tomar um banho, tu pega um remédio pra mim? - ela assentiu e eu fui pro banheiro
Fui logo me enfiando debaixo do chuveiro, deixando aquela agua fria cair no meu corpo na esperança dela levar aquela ressaca braba embora e quem sabe me fazer não ficar maluco de tanto pensar na minha mãe. Não sei quanto tempo eu fiquei ali naquele banho, mas quando eu saí a Dulce ja tinha limpado meu quarto vomitado e me esperava sentada na cama com um comprimido e um copo d'gua.
-Aqui -estendeu a mão com o remédio e a agua pra mim. Tomei o remédio rápido e entreguei o copo pra ela.
-Valeu, Dulce.
-Quer conversar? - eu neguei com a cabeça e ela se levantou.
-Só me deixa aqui sozinho um pouco. Se alguém interfonar aí diz que eu não to. - ela assentiu e saiu do meu quarto. Eu acabei pegando no sono um tempo depois.
Acordei ja eram 16:00horas, minha dor de cabeça tinha passado. Eu desci pra cozinha e peguei uma heineken na geladeira. Uma ressaca cura a outra né...
-Pedro, você nem comeu nada. Ja vai beber? Almoça, pelo menos ou faz um lanche.
-Sem fome, Dulce -fechei a geladeira e fui pra sala. Me joguei no sofá, coloquei uns rap's pra tocar e fiquei bebendo ali.
Perdi a noção do tempo, eu ja tava na décima long neck quando meu celular tocou. Abaixei o som e atendi.
📱
Rodrigo: Fala lek
Eu: Fala
Rodrigo: Bora dar um rolê?
Eu: Nem rola.
Rodrigo: Hoje tem inauguração de um barzinho aqui perto de casa, pô. O lugar é bem legal. Bora.
Eu: Ja disse que não to afim, cara.
Rodrigo: Tu ja foi melhor hein. Ta em casa?
Eu: To.
(...)
Eu: falow.
📱
Rodrigo ficou mó cota me enchendo pra sair, mas não to com cabeça pra isso. Assim que eu desliguei a Dulce veio com um lanche pra mim e um suco. Sentou no sofá que eu tava e me estendeu a bandeja.
-Ja disse que to sem fome, Dulce. -bebi minha cerveja
-ja vai dar 17:00 horas e você não comeu nada. Come pelo menos isso, anda -bufei, mas acabei comendo o sanduiche.
-Pronto. Satisfeita? -entreguei a bandeja pra ela.
-Não. Te ver assim me deixa tão triste. -suspirou-
-Para, Dulce. Eu to de boa, relaxa.
-Pedro, você não pode ficar assim toda vez. Ja fez cinco anos desde que ela se foi, sua mãe ia querer te ver feliz, não afundado na cerveja no dia do aniversário dela.
-Você não sabe o que ela iria querer, Dulce e eu não to afim de discutir esse assunto com você. Valeu? - ela ia dizer alguma coisa , mas eu me levantei e fui pro meu quarto.
A Dulce é empregada aqui de casa desde que eu nós viemos morar aqui. Mesmo depois que minha mãe morreu ela continuou morando aqui comigo, mas isso não dá o direito dela se meter na minha vida ainda mais sabendo que eu não discuto esses assuntos sobre família com ninguém.
Uns minutos depois que eu subi pro quarto, o Rodrigo, meu amigo do colégio apareceu la.
-Que que tu ta fazendo aqui moleque? -cumprimentei ele com um toque
-Se Pedro não vai a Rodrigo, Rodrigo vai a Pedro. Vim te fazer companhia. -entrou no meu quarto.
-Olha, meu negócio é mulher, mano. -sentei na cama.
-Vai se fuder, Pedro. -sentou na poltrona do meu quarto e me tacou uma almofada- Eu to ligado que dia é hoje. -disse com mais cuidado e eu suspirei
-Eu não quero fal... -ele me interrompeu.
-Relaxa mano, eu não to aqui pra te encher o saco. Só vim jogar um play, filar uma bóia e te convencer a ir pro barzinho mais tarde. -riu
-Mas é um morto de fome interesseiro mermo né não?! -ele deu de ombros e riu me fazendo rir também.
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Segundo capítulo postado!!! ✔
Espero que vocês estejam gostando, não sou nenhuma escritora, mas estou escrevendo essa história com muito amor e carinho. Não deixem de votar e comentar, é muito importante pra mim. Obrigada! ❤❤❤