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completa!
Por favor, não me encare tão friamente durante esse dois segundos eternos, porque sinto que me desvenda em cada milímetro. Está lendo as minhas entrelinhas, minhas fugas e receios. Você abre as fechaduras que eu tranquei com tanto cui...
—Porra... Que gata. —sorri ao ouvir o elogio do Pedro e desviei minha atenção do espelho na minha frente para olha-lo escorado na batente da porta do quarto, me observando colocar o brinco.
—Bobo. —ele se aproximou e eu aproveitei pra roubar um selinho dele.— O que que você tá me aprontando hein, bonitinho?!— arqueei a sobrancelha, curiosa.
Pouco tempo depois de desligar a chamada de vídeo com a Liz, eu já estava de pijama quando o Pedro, do nada, falou que a gente ia sair pra jantar não sei onde, porque até então ele não quis me dar detalhes.
—Bonitinho?!— forçou uma indignação na voz —o pai nessa estileira toda pra tu me chamar de bonitinho?! Lamentável...
Ele ajeitou a barra da calça dele e eu ri do seu convencimento. E mesmo sabendo que era brincadeira, ele não deixava de ter razão, tava um gato mesmo.
—Você tá lindo, amor.— me virei pra ele, cruzando meus braços no seu pescoço e ele aproveitou pra segurar minha cintura colando mais nele. — Deus abençoe! — ele riu e deu um cheiro no meu pescoço me causando arrepios.
—To só o básico, gostosa. —deu um tapinha na minha bunda e me soltou.
—Hmm, e você não vai mesmo me dizer aonde a gente vai?! —ele negou e eu suspirei feito criança— Pedro, se você me levar nesses restaurantes de gente chique e esnobe, eu vou te bater. Tenho nem roupa pra isso hein.
Ele riu.
—Confia, pô. —esticou a mão pra mim e eu a segurei. Ele me puxou e me deu um selinho demorado. —Bora?! -assenti.
Já era lá por volta das 23:35 quando a gente chegou no restaurante. Sim, saímos bem tarde e a culpa era do Pedro de não ter falado nada antes e ter me pegado de surpresa. Eu demorei a me arrumar e não me importei de demorar, se não quisesse sair tarde ele que tivesse me avisado sobre o jantar mais cedo.
—Amor, eu não sei nem comer num restaurante desse, cara. —fiz bico e dei um tapa na mão dele por cima da mesa, ele riu.
—Relaxa, tá bom?! Eu só escolhi aqui por causa da comida, da vista e porque a ocasião merece... Quero que se dane essa gente elitizada e nariz em pé que tá aqui dentro.
Eu concordei.
De fato, a comida era realmente de ótima qualidade, o atendimento era ótimo e a vista panorâmica do restaurante de frente pro mar era perfeita.
—Ta querendo me embebedar, é?! —Perguntei depois que o garçom serviu mais vinho na nossa taça, a pedido do Pedro, e saiu.
Ele deu de ombros e olhou pro relógio de pulso dele. — Meia-noite e dez, amor. Agora tu já pode! —piscou e eu sorri. Já era meu aniversário, finalmente os dezoito anos chegaram.
Eu neguei rindo e nós brindamos de novo, dessa vez ao meu aniversário. Aproveitei pra atualizar meu insta com a foto que eu tirei antes de sair.
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