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Pedro foi o caminho todo em silêncio enquanto seu cunhado dirigia até o hospital.
Ele não conseguia demonstrar o misto de sentimentos e confusão que aquela situação trazia pra ele. Apesar do seu esforço em se manter assim, seu corpo encontrava um jeito de aliviar sua tensão fazendo com que ele não parasse de balançar a perna durante todo o caminho.
Era difícil pra ele ter que lidar com uma situação dessa depois de tanto tempo, depois de tanta mágoa guardada. E era ainda mais difícil pra ele entender o motivo pelo qual ele não conseguia ser indiferente àquela situação, assim como seu pai foi indiferente a ele por tantos anos.
Como é possível que ainda assim se sentisse na obrigação de ir vê-lo, de se preocupar, Mesmo depois de jurar pra si mesmo que jamais seria capaz de perdoa-lo?!
Maju respeitou o silêncio do namorado, não tocou no assunto e foi o caminho todo fazendo um carinho no dorso da mão dele que estava entrelaçada à sua. Ela sabia que não era o momento de falar, sabia como era importante pro Pedro ele ter o seu tempo pra digerir as coisas e isso era uma das tantas coisas que Pedro gostava nela. Mesmo sem palavras, ela dava a ele a calma e a paz que ele precisava.
Assim que chegaram no hospital a recepcionista informou que o Roberto e a Laura, sua mulher, tinham entrado na sala de cirurgia e indicou um lugar ali pela recepção para que aguardassem mais notícias pelo médico.
—Amigo, vou ter que ir. Estourei minha hora já e minha mãe tá maluca que eu não vou em casa desde ontem. —Priscilla disse pro Pedro abaixando na sua frente.
—Vai lá, pretinha! Tá tranquilo. Brigadão pela moral de ficar aqui até agora, nem precisava.
—Até parece, eu hein! —ela disse abraçando ele. —Se precisar de alguma coisa já sabe né? —eles se afastaram e ele assentiu.
—Vou levar ela em casa e vou dar um pulo lá na academia pra resolver umas pica que deu lá. Quando eu sair, passo aqui pra ver vocês, jaé? —Marcelo falou cumprimentando o Pedro que assentiu— Fé.
Priscilla e Marcelo também se despediram da Maju antes de caminharem em direção a saída do Hospital. Pedro continuava silêncio, com a pernas batendo no chão e com o pensamento longe. Maju se sentia absurdamente impotente ao ver ele daquele jeito, e só então resolveu quebrar o silêncio.
— Ei, — o chamou e ele a olhou. — Vai ficar tudo bem, eu tô aqui com você ta bom? Pra tudo.
Ele assentiu ainda em silêncio. Ela deu um selinho nele, passou o braço pelo seu ombro e ele descansou a cabeça no seu pescoço.
Eram exatamente 20:47h quando o médico veio dar notícias sobre os pacientes. A cirurgia tinha sido muito complicada e delicada e apesar de ter sido bem concluída, o Roberto ainda estava na UTI sobre total observação e cuidado, pois a qualquer momento ele poderia voltar pra sala de cirurgia por conta de alguma possível complicação.
O caso de Laura era um pouco mais delicado, já que ela foi induzida ao coma por causa do inchaço na cabeça em consequência de um traumatismo craniano.E no meio disso tudo ainda tinha as duas crianças: Arthur, filho da Laura e o Miguel, filho da Laura e do Roberto, portanto o irmão que Pedro ainda nem conhecia. Por um milagre divino as crianças tinha sofrido apenas ferimentos mais leves. Arthur quebrou um braço e Miguel sofreu um corte mais profundo no supercílio, levando dez pontos e alguns hematomas pelo corpo.
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Minha Melhor Versão
Teen Fiction+14 completa! Por favor, não me encare tão friamente durante esse dois segundos eternos, porque sinto que me desvenda em cada milímetro. Está lendo as minhas entrelinhas, minhas fugas e receios. Você abre as fechaduras que eu tranquei com tanto cui...