capítulo 56

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Pedro

Parti pra casa depois de deixar Maju na casa dela, era fim de tarde, por volta de umas 17:20. Era o tempo de tomar um banho, comer alguma coisa e ir pra casa do Rodrigo. Fiquei de ir ajudar ele com as paradas da social de aniversário amanhã. Se pá, iria cair por lá mesmo.

Estacionei na garagem e abri a porta de casa, me surpreendi ao ver a Sofia sentada no sofá de casa. Ela parecia tensa e relaxou um pouco quando me viu entrar na sala.

—Oi Pê — ela levantou do sofá e veio andando até a mim. — Que bom que você chegou.

Ela me abraçou, mas eu me afastei.

—Eu te disse que não quero papo contigo, Sofia. Na boa.

Coloquei a chave em cima da mesinha da sala e fui até a cozinha buscar um copo d'água sendo seguido por ela.

—Pedro??? É sério que você vai fingir que eu não existo?!

— Você que tá fingindo que nada aconteceu, porra.

Despejei a água no copo e bebi

—Eu já pedi desculpa, Pedro. Você quer que eu faça mais o quê?? -ela quase gritou- Quer que eu suba num palanque e peça desculpa pra ela de joelho? Não ferra, tá?!

Dei um riso nasal.

—Parar com a ironia já é um começo. —ela rolou os olhos— Tu sabe que aquele pedido de desculpa na sala do teu pai foi mó forçado.

— Forçada é ela que aceitou minhas desculpas pra hoje chegar uma carta de intimação lá em casa. Aquela sonsa vai me processar, Pedro. Pro-ces-sar. Tem noção?!

—Consequencia, ué. Tu aprontou pra cima dela e vai pagar por isso. Eu também fui intimado pelo acidente do ano passado e sobrevivi, você também consegue. — Guardei a garrafa na geladeira e vi de soslaio ela me observar meio sem reação.

Eu não queria ser grosso com ela, mas porra, eu já não sou fácil de lidar e ela não colabora.

—Eu vim aqui na intenção de ver o Pedro do início do ano. Da gente beber, fumar ou fazer qualquer porra junto pra esquecer os problemas, igual a gente fazia antes. —olhei pra ela e vi uma lágrima rolar pelo rosto dela e eu desviei o olhar começando a me sentir culpado.—Mas tô vendo que eu perdi meu tempo. Perdi o Pedro também, porque eu não tô te reconhecendo.

—Voce me disse, lá no seu quarto, que apesar de tudo a gente seria amigo. E você mentiu. — Ela completou

—Sofia eu não menti em relação a isso... —tentei explicar, mas ela me cortou.

—MENTIU!!! —gritou e bateu a mão na ilha da cozinha. — Tudo isso por causa daquela piranha sonsa da Maria Júlia.

Bufei

—Não começa, caralho!

—To falando... é só tocar no nome da piranha que você se ofende. Eu odeio, ela Pedro. Depois que ela chegou nada entre nós dois foi igual.

—Sofia, tu sabe que a gente não tava dando certo, mano. Cê tava se envolvendo e eu não queria.

—Teu cu, Pedro. Teu cu!!! Porque com ela você tá se envolvendo que é uma beleza né?!

—Quê?!

Ela deu uma risada nervosa.

—Postando foto junto, story na praça, dormindo com ela na barraca daquela merda de excursão... Eu vi a porra toda, mas engoli achando que era só uma diversão. Até você sair comprando as brigas dela e grudando na garota do mesmo jeito que você diz odiar grudarem em você.

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