DE QUE ADIANTA O HOMEM GANHAR O MUNDO INTEIRO E PERDER A SUA ALMA?

2 0 0
                                    

MATEUS 16.24-28: "E Jesus disse aos discípulos:  — Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe.  
Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. 
O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida. 
Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez. 
Eu afirmo a vocês que isto é verdade: estão aqui algumas pessoas que não morrerão antes de verem o Filho do Homem vir como Rei."

Veja se reconhece isto de algum lugar: "Venham! Aqui tem a bênção que você deseja! É prosperidade? É saúde? Venha no nosso culto de libertação e receba a benção que você espera!" Um embasamento totalmente feito sobre bençãos grandiosas (geralmente materiais ou físicas) àqueles que Deus ama mais. "Ele te ama! Declare que te dará o que pediu!" Uma constante manipulação do que a Bíblia realmente diz, levando muitas pessoas a terem uma visão distorcida e equivocada do Evangelho. Dizem que as boas novas são sobre triunfos e glórias enquanto se está na terra, uma vida repleta de bençãos e prosperidade, anulando e escanteando completamente o que Cristo, o alicerce, fundamento, base e motivo do Cristianismo nos ensinou ao longo de seus três anos de ministério entre nós, morte e ressurreição.

Eu entendo completamente que, em especial no momento da história em que nos encontramos, é um objetivo massivo das pessoas ter riquezas segundo os padrões mais valorizados por aqui. O dinheiro move o mundo e se revela como um grande motivação para a maioria das ações humanas, desde vitórias em jogos até a corrupções políticas. Entretanto, é este o cenário que Cristo deseja que a gente concorde? À luz das escrituras, foi viver para ganhar riquezas materiais que Cristo nos ensinou? Afinal, isso é vida?

Para responder estas perguntas, nenhum texto é mais confrontador do que Mateus 16.24-28. Enquanto muitos afirmam que servir a Cristo é sinônimo de uma vida segundo os padrões de riqueza que encontramos no mundo, Jesus nos conta que quem o segue tem de levar consigo uma... chave de carro? Uma casa própria? Não! Mas uma cruz, como o nosso senhor fez. O símbolo do Cristianismo não é nada além de um dos mais cruéis instrumentos de tortura que existem: a cruz, pesada e asfixiante; nosso Senhor se entregou por nós e nos deu paz por meio de seu penoso, porém suficiente, sacrifício. Se queremos ser seus seguidores temos de lembrar que nosso Senhor e Rei, o maior e mais poderoso de todos, se deixou morrer sofregamente na cruz e nós, como seus servos, necessitamos compreender que, assim como Cristo agiu, agiremos nós também. Tomar nossa cruz e entender que devemos a cada dia demonstrar o amor que temos a Deus por meio de nossa dedicação diária a ele é um ato que só pode ser consumado quando nos negamos, deixando-nos de lado para priorizar quem realmente importa: Cristo.

Admito não ser fácil, e nunca será, mas essa é a nossa missão de seguidores daquele que se esvaziou de si mesmo. Viver como Ele viveu, indo contra todos os estímulos que querem nos transformar em egoístas desmedidos, mas manter nossos olhos nos autor e consumador da nossa fé. Nosso foco deve estar em Cristo e naqueles que Ele ama; o Cristianismo nos ensina a sermos os últimos da nossa lista de prioridades.

E, diferente do que muitas pessoas pensam, ter de carregar a nossa cruz não significa que somos menos amados por Deus. Se fosse assim, Paulo, escritor de quase metade do Novo Testamento, seria alguém odiado pelo Senhor, pois passou por diversas tribulações, naufrágios, perseguições, açoites e desgraças, todavia, se gloriou nelas pois estava seguindo o exemplo de seu Senhor e revelando a autenticidade do Evangelho.

Além do mais, qual seria o sentido de não viver assim? Qual o propósito da vida senão viver com a mente focada em Cristo e no seu plano para nós? O problema é que muitas pessoas se iludem com uma convenção cultural que temos ao achar que com dinheiro temos riquezas verdadeiras. Elas trabalham, trabalham e trabalham mais um pouco em busca de satisfação, mas não percebem que não vale nada ganhar o mundo inteiro e perder a si, perder o rumo dos céus e a oportunidade de seguir a Cristo de verdade quando carregamos a nossa cruz, que é a demonstração de que, de fato, somos de Jesus. O mundo esquece que precisamos de um Salvador e segui-lo modifica toda a nossa vida, levando-nod a um final glorioso.

A perspectiva abordada no último versículo é apaziguadora. Ela nos lembra do retorno do nosso Mestre, onde nem dor, nem choro, nem morte existirão. A nossa cruz será recompensada com a coroa da vida eterna que Deus dará aos que forem fiéis a ele. Temos paz, pois Deus nos ama e não nos dá um fardo maior do que possamos carregar. Devemos viver na mesma expectativa que os cristãos do Séc. I; o sentimento de desejo pela volta de Cristo tem de ser uma constante em nossas vidas, uma motivação, um foco, o alvo que ao observarmos torna todo fardo leve.

Cristo pode voltar hoje, minha redenção, minha benção verdadeira se aproxima; não vou deixar minha cruz.

Afinal, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?

Não seja como eu.Onde histórias criam vida. Descubra agora