head or heart ;; njh

vinte e quatro

Acabei de guardar mais uma pilha de livros nas prateleiras. Voltei para a mesa em que o Lucas tinhas deixado os livros para guardar para pegar mais uma pilha.

-- Eu odeio quando deixam trabalho para nós. -- a Carrie saiu de um corredor de prateleiras, suspirando e passando uma das mãos pelo rosto. -- Estou com dor de cabeça.

Ela choramingou.

-- O pior é que não trago remédio comigo... -- falei, olhando-a um pouco preocupada.

-- Tudo bem... estamos... acabando. -- ela suspirou mais uma vez.

A biblioteca já tinha fechado, mas a Sra. Donney tinha pedido para eu e a Carrie ficarmos e terminarmos de colocar os livros no lugar. Peguei mais uma pequena pilha de livros e a Carrie pegou a outra. Eram as últimas. Mal podia esperar para ir para casa , tomar um banho quente e dormir. Se bem que eu ainda tinha que estudar, então não sabia se queria tanto chegar em casa.

Ouvi a porta da frente batendo. Dei um olhar confuso. Não podia ser a Carrie indo embora, ela me avisaria e ela ainda tinha a pilha de livros dela para guardar. Além daquilo, os funcionários sempre saíam pelas portas dos fundos.

-- Carrie? -- eu gritei, mas não tive resposta. Ela nem devia ter ouvido.

Coloquei os livros no chão e fui até a frente da biblioteca devagar. A plaquinha indicava "fechado". Não entendia quem entraria lá àquela hora.

Olhei cuidadosamente pela borda da prateleira e a pessoa, ou melhor, o Niall segurava a porta enquanto girava a chave na fechadura desesperadamente. Dei um olhar confuso.

-- O que você está fazendo aqui?! -- eu sussurrei para a Carrie não ouvir nada.

Ele se virou assustado, ainda segurando a porta.

-- Me desculpa. -- ele falou passando a mão pela lateral do rosto dele, com um olhar assustado, também sussurrando. -- Eu... estava vindo falar com você... já que você não têm respondido minhas mensagens e... meio que... comecei a ser perseguido.

Ele respirou fundo algumas vezes para recuperar o fôlego enquanto olhava para a porta e para mim, depois novamente para a porta como se ela fosse se destrancar sozinha e todas as fãs entrariam lá. Não sabia se tinha muita gente lá fora, porque as paredes abafavam o barulho que vinha de fora. Esperava que elas não tivessem tomado o quarteirão inteiro ou que não resolvessem entrar pelas janelas.

Ele respirava pesado e se apoiava nos joelhos, passando a mão pelo cabelo toda hora para deixá-lo no lugar.

-- Você...

-- Estou bem... -- ele fez um gesto para que eu não me preocupasse.

Eu me aproximei dele.

Ainda estava impressionada que ele tinha se arriscado daquele jeito para ir falar comigo. Não esperava que ele fosse falar comigo, mesmo que eu não estivesse respondendo às mensagens dele.

O problema era que eu não estava deixando de responder de propósito. Normalmente, eu lia as mensagens e deixava o celular de lado para voltar a estudar e depois, eu acabava esquecendo completamente de responder.

Depois que as minhas aulas na universidade tinham começado para valer, eu realmente entendi porque a Hills não tinha tempo de falar com ninguém, nem responder mensagens. Era horrível. Nem para os meus pais eu estava conseguindo ligar. Às vezes, ficava semanas sem conseguir falar com eles, só por algumas poucas mensagens.

-- Me desculpa por não responder às mensagens. -- eu suspirei e soltei meus braços do lado do meu corpo, já sabendo do que ele tinha vindo falar comigo. -- Eu estou tão cansada, Niall... e eu sei que o beijo da Katy Perry é a oitava maravilha do mundo. Sim, você deixou isso claro nas entrevistas. Já entendi.