vinte e sete

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Assim que nós vimos a Hills saindo na área de desembarque, não consegui me segurar. Eu e a Phely corremos até ela e eu não sei como nós três não caímos no chão. Abracei-a primeiro, fazendo-a soltar as malas que ela carregava. Ela me abraçou forte e então eu senti a Phely abraçando nós duas.

Comecei a rir e a chorar ao mesmo tempo. Não estava conseguindo acreditar que a Hills estava lá depois de ficar sem vê-la por mais de um ano. ABracei-a o mais forte que pude, como se ela fosse sumir a qualquer momento.

-- Não acredito! -- ela se soltou de nós duas e secou as lágrimas, rindo de felicidade. -- Vocês vieram.

Nós três rimos e eu e a Phely secamos as lágrimas também. Abracei-a mais uma vez, quase começando a chorar de verdade, mas me segurei. APhely piscou algumas vezes para não deixar as lágrimas escorrerem pelo rosto dela.

Peguei uma das malas da Hills e a Phely pegou as outras duas. Passei meu braço pelo ombro da Hills e puxei-a para perto de mim. Ela me abraçou pela cintura e nós andamos juntas até a saída do aeroporto enquanto ríamos e tentávamos não chorar de felicidade.

Esperamos um táxi chegar, porque nenhuma de nós estava a fim de andar de metrô até a casa da Phely. Colocamos as malas da Hills no porta-malas e entramos juntas no banco de trás. Fizemos a Hills sentar no meio. A Phely passou o endereço do apartamento dela para o taxista e ele acelerou o carro.

Tínhamos combinado de ficar um tempo no apartamento da Phely e um tempo no meu. Eu e ela ainda não tínhamos decidido sobre dividirmos um apartamento.

Demorou um pouco para nós chegarmos, mas eu não ligava, porque tínhamos tanta coisa para conversar, que era até bom o táxi demorar.

-- Você ainda precisa me explicar exatamente por que veio para cá. -- eu falei. -- A Phely não sabe explicar.

A Hills riu quando a Phely reclamou comigo.

-- Bom, a minha universidade mandou alguns alunos para cá para participarem em uma pesquisa na University College London na área de embriologia. -- ela explicou. -- E eu fui uma das escolhidas para trabalhar com os melhores pesquisadores do mundo!

-- Desculpa, então! -- a Phely falou, fazendo-nos rir.

Quando chegamos, a Hills jogou as malas delas em um canto do apartamento da Phely e nós três saímos novamente para almoçar. A Phely nos levou para o mesmo restaurante perto do apartamento dela que ela tinha me levado uma vez.

-- E como as coisas estão indo com o Niall? -- a Hills perguntou com um sorrisinho no rosto.

-- Essa cretina! Foi na festa de aniversário do Niall e nem contou pra gente! -- a Phely falou antes que eu pudesse falar alguma coisa, mas fiz um gesto para ela calar a boca, porque ela estava gritando na rua. Ainda bem que ela percebeu o que tinha feito e olhou assustada para os lados.

A Hills começou a rir e eu dei um empurrão de leve na Phely. Ela tinha ficado toda vermelha.

-- As coisas vão bem, então? -- a Hills perguntou novamente.

Eu assenti, sorrindo. -- Vou falar para ele que você está aqui. Talvez ele consiga ir no meu apartamento para nós nos encontrarmos.

A Hills sorriu, mas foi mais um sorriso de piedade do que outra coisa. Sabia que aquele sorriso significava que ela sentia muito que meu relacionamento tinha que ser daquele jeito. -- Não precisa, sério... ele nem deve se lembrar de mim.

-- Ah, para com isso. Claro que ele lembra.

-- Chegamos!

***

head or heart ;; njhOnde histórias criam vida. Descubra agora