cinco

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-- Quer ir no aeroporto comigo? Os meninos chegam em algumas horas.

-- Hm... -- aquela pergunta tinha me pegado de surpresa, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a Phely continuou a falar do outro lado da linha.

-- Sei lá, talvez você quisesse ver o Niall... -- ela falou. Eu queria ver o Niall?

-- Eu vou. -- eu disse, determinada. Eu precisava ver aquele garoto. Ele podia ter quebrado o meu coração, mas eu ainda gostava dele. Eu não conseguiria ignorá-lo. Ele era o tipo de pessoa que eu poderia odiar com todas as minhas forças, mas os meus sentimentos por ele eram muito mais fortes que o ódio.

-- Ok, então, eu vou sair em meia hora e podemos nos encontrar na estação do metrô perto do seu apartamento.

-- Mas você vai vir até aqui? -- eu perguntei um pouco impressionada com a boa vontade dela. -- Não quer ir direto para o aeroporto e eu te encontro lá?

-- Não, relaxa. Eu vou até aí. -- ela deu uma risadinha. -- Ok, até daqui meia hora.

-- Até.

Eu tinha passado a manhã inteira estudando. Ainda estava de pijama. Na verdade, estava com uma blusa do Niall que eu tinha pegado para mim e que ainda estava com o cheiro dele. Falando a verdade, eu estava em um estado terrível, porque eu nem tinha feito a higiene, estava toda descabelada, nem tinha tomado café da manhã direito e o meu apartamento estava uma bagunça, com livros espalhados por todo lugar e roupas largadas no sofá. Eu precisava arrumar tudo aquilo. Eu nem tinha percebido toda aquela bagunça até eu perceber o meu estado naquela manhã e olhar ao meu redor.

Fui até o quarto para trocar de roupa, escovar os dentes e arrumar o meu cabelo. Peguei uma calça jeans e a primeira blusa que eu vi no guarda-roupa, que era um suéter cinza e simples. Peguei uma bolsa pequena só para poder guardar o meu celular. Deixei a bolsa em cima da cama e fui escovar os dentes e dar um jeito no meu cabelo. Ele estava mais enrolado que o normal nas pontas e aquilo só dava mais trabalho.

O meu celular começou a tocar quando eu estava saindo do prédio para ir para a estação de metrô. Eu soltei uma risadinha, revirando os olhos. Tinha que ser a Phely me ligando.

-- Diga. -- eu atendi a chamada.

-- Cadê você? -- ela meio que gritou. Eu sabia que a Phely ia me perguntar onde eu estava. Eu tinha demorado muito para me arrumar.

-- Eu já estou indo. Estou na rua.

-- Vem logo.

-- Já estou indo, calma. -- eu falei e ela me mandou um beijo, encerrando a chamada.

Eu guardei o meu celular rapidamente e fui andando enquanto observava a rua e a paisagem. Não era feia. Era tudo calmo e a rua tinha muitas árvores, o que fazia tudo ser mais bonito. Os prédios eram antigos e a maioria era de tijolos. Nem muitos carros passavam na rua, que era um pouco estreita por causa da quantidade de carros estacionados dos dois lados. Nada a reclamar.

Quando fui me aproximando da estação de metrô, o movimento de pessoas aumentou, mas nada que fosse ruim. Como não vi a Phely na rua, desci as escadas da estação para ver se ela estava me esperando lá dentro.

-- Lisy! -- eu reconheci a voz dela no meio de toda aquela movimentação de pessoas e de trens.

Olhei para trás e a Phely vinha na minha direção. Ela me abraçou forte e eu retribuí o abraço. Eu tinha sentido muito a falta dela. Mesmo que nós já tivéssemos nos visto alguns dias antes naquela semana, eu ainda não tinha matado toda a minha saudade. A Phely tinha ido me visitar no meu apartamento no início daquela semana e eu tinha ficado extremamente feliz de poder vê-la, mas o tempo que passamos juntas não foi suficiente para matar toda a saudade.

head or heart ;; njhOnde histórias criam vida. Descubra agora