dezesseis

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-- Cadê o meu ingresso, Liesel?! -- a Phely gritou do quarto dela.

-- Está aqui! Eu falei para você que está aqui! -- eu gritei da sala, revirando os olhos e soltando uma risadinha. -- Vai logo!

Ela apareceu correndo na sala, pegou uma das minhas mãos e me puxou para fora do apartamento. -- Vamos logo! Nós não podemos chegar atrasadas!

-- Eu que digo, né?! Espera, me deixa fechar a porta. -- eu falei tentando segurar tudo ao mesmo tempo: os ingressos, minha bolsa, a chave do apartamento e ainda tentava trancar a porta. -- Segura os ingressos e a minha bolsa, senão não consigo fechar a porta...

Ela riu e pegou tudo da minha mão. Assim que eu tranquei a porta, nós descemos correndo os quatro lances de escada até sairmos na rua. Paramos na beira da calçada para poder pegar um táxi. Era bem mais rápido ir de táxi, mas demorou um pouco para um realmente parar para nós. Eu já estava ficando nervosa. Quando um táxi virou a esquina, a Phely quase foi no meio da rua para fazer o taxista parar.

Nós duas entramos rindo no táxi e o motorista nos perguntou aonde ele deveria nos levar. A Phely teve que pegar o celular dela para ver o endereço, porque nós não fazíamos ideia de onde era. Ela mostrou o endereço para o motorista e ele assentiu, acelerando o carro e voltando para o tráfego.

-- O Niall me mandou uma mensagem mais cedo... disse que era para eu esperar para ir embora quando a entrevista acabasse.

-- Você acha que ele vai... sei lá, te levar para algum lugar?

-- Não... ele não pode fazer isso. -- eu suspirei um pouco desanimada. -- Talvez ele só queira me levar para casa. Se bem que eu não ia reclamar se ele me levasse para o apartamento dele...

Eu não estava falando frequentemente com o Niall. Nem mesmo depois de ele ter viajado. Ele não me mandou mensagem sobre como as coisas estavam com a família dele e eu também não perguntei. Talvez ele nem quisesse que eu perguntasse, então preferi não correr o risco de ficar no vácuo ou receber uma resposta grosseira. Na verdade, nós não nos falávamos quase nunca. Estava praticamente como antes de nos encontrarmos de novo. Apenas algumas poucas mensagens.

-- Acho que ainda não estamos com tudo resolvido... Não faço a mínima do que ele quer. -- eu falei.

-- Esse menino é complicado demais, meu deus... -- a Phely falou franzindo as sobrancelhas e abrindo um pequeno sorriso. -- Depois falam que nós somos as complicadas.

Eu ri.

***

-- Seus ingressos, por favor. -- o homem que estava na porta falou assim que a nossa vez na fila chegou. Ele esticou uma das mãos na nossa direção esperando que nós entregássemos os ingressos para ele.

Eu dei o meu e o da Phely juntos. Ele colocou na leitora e em seguida nos liberou. A Phely olhou onde eram nossos lugares enquanto seguíamos algumas placas e passávamos por alguns poucos corredores. Assim que nós chegamos no lugar em que a entrevista aconteceria, eu e a Phely corremos para os nossos lugares.

As pessoas ao nosso redor foram chegando também e o barulho das conversas enchia o lugar antes da entrevista começar. Não parava de entrar gente naquele lugar.

Eu já estava ficando impaciente de tanto esperar. Eu e a Phely nem tínhamos mais o que conversar, mas as meninas que estavam do nosso não calaram a boca por um minuto e elas não conversavam normalmente, elas estavam praticamente gritando.

A Phely olhava com uma raiva para elas, que eu achava que a qualquer momento ela ia levantar e começar a bater nelas. Tinha que estar preparada para segurá-la se ela pulasse em cima das meninas.

head or heart ;; njhOnde histórias criam vida. Descubra agora