-- Uma carnificina? -- a Lisa perguntou ansiosa do meu lado, amarrando o avental dela atrás das costas.
Estávamos esperando do lado de fora da ala de emergência do hospital com o Dr. Canes, o residente responsável por nós duas e mais três internos, à nossa frente. Ele deu um olhar reprovador para a Lisa. Os outros internos se juntaram à nós duas do lado de fora, esperando as ambulâncias com os feridos por causa de um acidente entre um ônibus e um carro chegarem. Não sabíamos qual seria o estado dos passageiros, mas tinha certeza de que teríamos muito a fazer.
O barulho das sirenes aumentavam. Meu coração acelerou. Já tinha trabalhado na emergência diversas vezes, mas não era sempre que acidentes como aquele aconteciam, em que havia um grande número de feridos e outros em estados piores. Três ambulâncias chegaram, estacionando e abrindo as portas imediatamente. Uma paramédica desceu com uma prancheta nas mãos, puxando a maca.
-- Elizabeth Lethin, 34 anos, ECG oito, pressão sanguínea 100 e pulso nos 120. Deformidades na tíbia e fíbula direita.
Um homem ajudou-a tirar a maca de dentro da ambulância. O Dr. Canes se aproximou rapidamente da maca. -- Parece ter problemas piores que uma perna quebrada. Turin! Walliby! Levem-na para a sala de trauma dois! Chamem o Dr. Lonny! Agora!
Brincava com meus dedos nervosamente enquanto dois internos próximos de mim correram até a maca e a acompanharam para dentro do hospital. A paciente estava entubada e desacordada. A outra ambulância já removia outra maca com um paciente ensanguentado. Uma mulher saiu da ambulância em que a Sra. Lethin tinha acabado de ser removida, chorando. Os nós das mãos dela estavam sangrando, bem como o nariz dela. Havia um corte próximo da sobrancelha direita, o sangue seco naquela região a deixava com uma aparência medonha. -- Ela bateu a cabeça no vidro! Os airbags... Os airbags não...
-- Senhora... -- o Dr. Canes a segurou, impedindo que ela fosse atrás da maca. Ela soluçava nos braços dele e se recusava a manter a calma. Ele olhou ao redor e fez um sinal para que uma enfermeira se aproximasse. -- Leve-a para um dos leitos e cuide dos ferimentos, por favor.
-- Troyan Slythorne, 37 anos, bateu o peito contra o volante e a cabeça contra a estrutura do carro. Era ele quem dirigia.
-- Heindens! Dougmut! -- o Dr. Canes fez um gesto na minha direção e na do Evan, outro dos internos do Dr. Canes. -- Roisen, espere a próxima ambulância e leve o paciente para dentro! Chame a Dra. Marin!
A Lisa assentiu. O Dr. Canes nos acompanhou para dentro da ala de emergência. Dos três feridos que haviam chegado, aquele parecia estar no pior estado. A lateral de sua cabeça sangrava, bem como o nariz e os lábios, além de haver uma marca terrível abaixo da linha do pescoço, aonde ele teria batido contra o volante. Levamos o paciente até a sala de trauma três, a fim de estabilizá-lo.
-- A pupila está apática. -- o Dr. Shepherd comunicou a equipe médica da sala. Mordi meus lábios. Não era um sinal bom e podia indicar coma, já que a pupila não respondia aos estímulos quando iluminada. -- Dr. Dougmut, leve-o para a radiologia, por favor.
-- Heindens, procure pela enfermeira com a paciente que acompanhava a Sra. Lethin na ambulância. A polícia chegará logo e depoimentos serão necessários. -- o Dr. Canes se dirigiu à mim.
Assenti e saí da sala de trauma, um pouco perdida e confusa com toda a correria na ala de emergência.
-- Estamos perdendo-o! -- ouvi o Dr. Vallois na sala de trauma um. Vi que a Lisa e a Dra. Marin o acompanhavam e quando vi quem estava na maca, senti meus batimentos cardíacos no ouvido. Era um garoto. Não devia ter mais do que dez anos.
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head or heart ;; njh
Fanfiction[SEQUÊNCIA DE GOT YOUR VOICE IN MY HEAD] não, eu não tinha a mínima ideia do que estava fazendo ao ir atrás do niall. © 2014 expectohoran #136 in Fanfiction #809 in Teen Fiction