» I Can't Love You ˎˊ˗ ࿐°

• ꒰ Chapter 39 • Did you miss me?꒱ ˎˊ˗ •

Sabina Hidalgo.
• 09 de fevereiro de 2020
Orange County, USA.
Hospital.

Faziam quatro dias que eu estava acordada, e as coisas pareciam estar andando devagar. Nos dois primeiros dias eu permaneci na UTI e não conseguia fazer qualquer coisa que não fosse chorar. Minhas emoções estavam uma bagunça, eu não queria comer, não queria ver ninguém e não queria que os médicos sequer se aproximassem de mim. A dor amenizava aos poucos, mas as lembranças continuavam me atormentando. Todas relacionadas ou ao sequestro ou ao momento em que descobri que Maven não havia resistido. 
Em um dos dias eu acabei tendo um pequeno surto, a dor de ter perdido meu bebê era enorme, algo que quase ninguém entenderia. E sim, mesmo que eu tivesse tido um surto nos últimos dias, eu sabia que os médicos não tinham culpa. Eles fizeram o possível, mas o dever deles era me estabilizar, estabilizar quem estava vivo e não o bebê. E eu sabia que a culpa era das pessoas que fizeram isso comigo… Das pessoas que me espancaram e me largaram no chão sujo, apenas para uma hora sofrer ainda mais. Me pergunto o que teria acontecido se Noah e os seus homens não tivessem vindo, eu provavelmente estaria amarrada como aquelas outras mulheres apenas esperando o momento em que tudo ficaria ainda pior. 
Ontem foi um dia um pouco melhor que os outros… Fui transferida para o quarto, o que era ótimo pois eu me sentia literalmente sufocada na UTI, com médicos entrando e saindo o tempo todo, e consegui dormir bem quase o dia inteiro, o que provavelmente significava que eles haviam me dado calmante. Quando acordei Any, Josh e Collin estavam aqui, e eu me senti tentada a simplesmente ignorar, mas duvido que isso ia me ajudar a voltar para a minha normal, porque sim, alguma hora eu teria de voltar para a minha vida normal. Descobri que Any e Josh vão casar e isso me deixou feliz, o que deixou o Noah feliz e me garantiu um beijo maravilhoso. E depois eu descobri que Collin pode ser meu irmão, isso me deixou feliz também. Nunca tive um irmão, ou sequer um membro da família presente, a perspectiva de poder ter isso com Collin me animava e eu desejava que ele realmente fosse meu irmão. E eu queria ter ficado acordada para esperar o resultado do exame, mas acabei pegando no sono.
Hoje eu acordei depois das dez da manhã, com uma fisgada no braço. Abri os olhos lentamente e olhei para o médico, que abriu um sorriso e soltou delicadamente meu braço. Me ajeitei e sentei, olhando para Noah, que estava capotado no sofá. Percebi também que eu estava sem nenhum medicamento e olhei confusa para o homem ao meu lado, que ainda não havia falado uma palavra sequer. 

— Você vai ser liberada. — Ele falou, ajeitando a minha coberta. — Vamos fazer apenas alguns exames e iremos te liberar. — Falou e eu assenti, abrindo um sorriso fraco.

— Eu… Eu queria pedir desculpas pelo outro dia… Eu sei que vocês só fizeram o trabalho de vocês. Eu só…  — Murmurei, o olhando. Ele negou, pegando minha mão. 

— Sabina… Você passou por um trauma. É normal se estressar ou não conseguir controlar suas emoções. — Falou, me observando. — Nós entendemos tudo pelo que você passou. E estamos cuidando de você da melhor forma que podemos. — Falou.

— Bom dia. — Ouvi a voz sonolenta de Noah e me virei para o olhar. Ele andou até nós e beijou minha testa, olhando o médico. — Aconteceu algo? — Perguntou, preocupado. 

— Nada grave. Vamos fazer alguns exames e então vamos liberar ela. — O médico falou, olhando para Noah.

— Isso é ótimo. — O Urrea sorriu, apertando cuidadosamente meu ombro.

— É sim. Mais tarde eu e a outra doutora vamos conversar com vocês sobre as recomendações e afins. — Ele falou e nós confirmamos, observando ele se retirar.

— Qual foi o resultado do exame de sangue ontem? — Perguntei para Noah, ele sorriu.

— Você e Collin são irmãos. — Falou e eu abri um sorriso. Ele acariciou meu rosto. — O que você vai querer fazer quando sair daqui? — Perguntou, sentando na cama. Dei de ombros.