• ꒰ Chapter 7 • Don't want to be the first꒱ ˎˊ˗ •

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Noah Urrea.
06 de agosto de 2019
Los Angeles, USA.
Colégio Interno.

Era engraçado o poder que eu tinha sobre as pessoas, principalmente quando elas estavam com medo. Não precisa de nenhuma bola de cristal para saber que Fernando Hidalgo não costumava ligar para filha, o que até faz sentindo partindo do pressuposto que a relação deles não era a melhor. Mas depois daquele pequeno aviso que lhe dei, o Hidalgo pareceu ter ficado bastante amedrontado, a ponto de ligar para Sabina, que não ficou muito feliz com a ligação dele.
As paredes daqueles quartos pareciam ser extremamente finas, pois logo que a Hidalgo começou a conversar com o pai, ouvi sua voz ressoar pelo corredor e me aproximei da porta para ouvir melhor. Ela parecia irada, mas logo que desligou, tenho a sensação que ela começou a chorar. Depois disso não a vi mais, nem mesmo para jantar. Ouvi suas amigas comentando que ela havia ficado chateada, Joalin parecia até mesmo preocupada, mas ignorei.
Em partes, o modo como Sabina é afastada do pai é ótimo para mim. O remorso vai ser ainda maior. Ele se culpará ainda mais pela morte dela. Pensaria que a abandonou em um colégio interno, e que agora havia perdido a filha pela falta de responsabilidade e consideração com ela. Seria simplesmente incrível ver ele ajoelhado por piedade, implorando que eu não mate a pequena dele, então irei atirar, várias vezes, proporcinando uma morte demorada e dolorosa para ela, enquanto seu pai vê tudo. Seria a vingança perfeita, e fui dormir pensando nisso na noite anterior.
Quando despertei pela manhã, devia ser pouco mais de seis e meia, e quando sai do quarto tive a visão de Sabina entrando no elevador, mas ela não tinha a mesma animação de todos os dias. Ela tinha olheiras e os olhos expressavam uma tristeza que eu não podia descrever. Além da aparência cansada, a Hidalgo parecia estar levemente abatida, expressando uma palidez anormal para uma adolescente saudável de quase dezessete anos.
Nossos olhos se encontraram antes da porta fechar, e por algum motivo eu senti que devia ir atrás da garota. Por mais que ela me odiasse e eu a odiasse, eu ainda era seu monitor e a menina realmente não parecia bem para sua corrida matinal.
Suspirando, troquei de roupa rapidamente, saindo do quarto e indo até o elevador. Não demorei para a encontrar, ela corria na área externa, de maneira ritmada e cansada. Me aproximei lentamente, vendo quando ela se encostou em uma árvore, as mãos trêmulas enquanto passava a mão no cabelo. Extremamente pálida.
Precisei correr ao ver seus olhos se fecharem, a segurando antes que caísse no chão.

— Ah, droga! — Murmurei, a pegando no colo de uma maneira em que ela ficasse o máximo confortável possível, passando meus braços por de baixo de seus joelhos e por suas costas, a puxando em direção ao meu peito. Sabina era magra. Não precisava de grande esforço para a sustentar, era até fácil de mais, o que era preocupante diante da situação de que ela devia ter um peso extremamente baixo para sua idade e altura. Como seria diferente? Seu pai não devia passar mais de dez minutos com ela, o que era tempo insuficiente para notar a perda de peso.

Sem pensar duas vezes, corri com ela em meus braços na direção da enfermaria. A médica do local estava sentada em uma cadeira estofada, jogando Candy Crush no computador 
Cocei a garganta e ela levantou a cabeça, seu olhar caiu de mim para Sabina, a fazendo se levantar da cadeira em um pulo.

— Ponha ela aqui. — Ordenou, me indicando uma maca. Obedeci, observando a mulher examinar Sabina e negar, em seguida virou-se para mim. — Você é o novo monitor, certo? — Confirmei.

— Sou sim. — Respondi, sentindo uma preocupação estranha com a Hidalgo se espalhar por meu peito.

— A Srta. Hidalgo jantou na noite anterior? — Questionou e eu neguei.

— Não. Segundo as amigas, ela estava deprimida. A última vez que a vi comer algo foi no almoço. — Falei e ela suspirou.

— Nada muito fora do comum... — A mulher murmurou, ajeitando um travesseiro debaixo da cabeça da aluna, se virando para pegar algo em um gabinete que havia no canto da sala. — Ela teve uma queda de pressão devido a falta de alimentação. — Explicou, cobrindo Sabina com uma manta fina. — Isso é mais comum do que parece, Sr. Urrea. Ela não costuma se alimentar bem e costuma fazer muito exercício. Eu sempre peço para os monitores que já cuidaram da turma dela se atentarem a isso, mas todos praticamente me ignoram. Sabina pode acabar desenvolvendo algum distúrbio, ela precisa de ajuda e suporte para isso não voltar a acontecer. — Falou.

» I Can't Love You ˎˊ˗ ࿐°Onde histórias criam vida. Descubra agora