Noah Urrea.
• 28 de junho de 2022
Orange, USA.
Apartamento dos Urrea.Já passava das cinco da manhã e eu não tinha conseguido dormir nem um minuto sequer. Estava exatamente na mesma posição desde que eu e Sabina nos deitamos na noite anterior, a única diferença é que agora ela estava encolhida contra mim, completamente adormecida. Sua respiração ritmada batia contra o meu pescoço e eu apenas desejava que ela tivesse me falado a verdade quando perguntei.
Sabina se mexeu. Agora sua cabeça estava em meu peitoral e ela estava resmungando, como sempre fazia quando tinha pesadelos. A vontade de a proteger falou mais alto e eu comecei a acariciar suas costas, sentindo a mágoa aumentar enquanto ela relaxa com o toque.
— Noah… — Ela sussurrou enquanto dormia, a voz estava cheia de medo e em questão de segundos eu sentia lágrimas molhando a minha camiseta. — Noah… — De novo e dessa vez eu fechei meus olhos, sentindo a aflição em sua voz enquanto ela me chamava em seu sonho.
— Shh… — Murmurei, contendo a necessidade de a puxar para perto e a acalmar. — Está tudo bem. Eu estou bem. — Sussurrei e segundos depois ela estava mais calma.
Aquilo era sufocante e eu não conseguia mais continuar ali. Respirando fundo, a arrumei na cama com cuidado e me levantei, vendo Sabina se encolher e resmungar algo. Puxei a manta que estava na ponta da cama e a cobri, saindo do quarto e a deixando para trás. Me sentei no sofá e peguei o papel que parecia queimar no meu bolso. Passei os olhos pelo “Grávida” escrito em negrito e tentei não sentir raiva.
Acho que horas se passaram, o sol começou a aparecer através da janela da sala e eu conseguia ouvir alguns barulhos vindo dos quartos. Olhei para o relógio que estava sobre o móvel e deixei um suspiro escapar ao perceber que já passava das nove da manhã.
— Bom dia. —Levantei o olhar e vi Any e Josh, parados me observando. Dean estava nos braços da brasileira, ainda sonolento.
— Bom dia. — Resmunguei sem emoção alguma, com tanta frieza que até eu estava começando a estranhar.
— Mamãe. — As vozinhas de Matteo e Madison me fizeram virar a cabeça, observando ambos caminharem até o meu quarto.
— Matt, Maddie. — Os chamei antes que eles entrassem e acabassem acordando Sabina. Isso não podia acontecer ainda. Precisava pensar antes de a enfrentar. Os dois me olharam e vieram correndo, pulando em meus braços. — Estão com fome? — Ambos assentiram e eu rapidamente me levantei para fazer o café deles.
— Sabina não deixa eles comerem Nutella sem ter alguma fruta no café da manhã. — Any falou ao entrar na cozinha e me ver preparando as panquecas de Nutella dos meus filhos.
— Eu não me importo com merda nenhuma do que ela deixa ou não. Eles são meus filhos e eu sei do que eles precisam. — Respondi com o tom mais neutro possível e a brasileira me olhou, recuando dois passos e olhando para Josh, que parecia tão chocado quanto sua esposa.
— Cara, você não deveria passar por cima das ordens de Sabina sobre as crianças. Vocês dois são pais igualmente e isso pode fazer com que eles parem de a respeitar em algum momento. — Josh falou, sendo o único que teria coragem de me enfrentar sobre qualquer coisa. E por um momento eu realmente não me importei se eles iam desrespeitar Sabina e qualquer uma dessas merdas. Eu só sentia raiva.
— Não se intrometa nisso, Joshua. Não estou sequer com cabeça para falar com você agora e eu sei cuidar dos meus próprios filhos. Se eles querem comer a porcaria de uma panqueca com Nutella sem frutas, então eles vão comer. — Terminei de fazer o café da manhã deles e fui até a sala com os pratos, encontrando os dois pequenos sentados na mesa de jantar, apenas me esperando.
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» I Can't Love You ˎˊ˗ ࿐°
Fanfiction⁞ '✎ Tudo ia bem na vida de Sabina Hidalgo, apesar de ser filha do chefe de uma das maiores gangues dos Estados Unidos, ela nunca teve qualquer problemas, e sempre conseguiu viver como uma "adolescente normal". Até que se apaixona por Noah Urrea, o...