• ꒰ Chapter 14 • Good Night꒱ ˎˊ˗ •

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Fernando Hidalgo.
• 22 de setembro de 2019
Los Angeles, USA.
Residência dos Hidalgo.

“Eu estou com medo de você”. Essas palavras martelavam em minha cabeça desde o momento que saí do quarto de Sabina. Eu nunca quis que minha própria filha sentisse medo de mim. Isso é errado. Sou seu pai, eu devia passar segurança para ela, não medo. Nunca medo.
Enquanto estava sentado na mesa de jantar, esperando ela descer para almoçarmos juntos, só conseguia me lembrar das lágrimas caindo de seus olhos e de como fui um idiota com ela. Minha filha havia acabado de descobrir que eu fazia parte do mundo do crime, eu sabia que isso uma hora ia acontecer, só não esperava que fosse assim.  
Eu, como seu pai, tinha que ter ficado calmo e tentado contornar a situação sem a assustar, mas pelo contrário. A tratei como se ela fosse um inimigo e eu precisasse a silenciar, é óbvio que ela ficaria com medo. E agora eu precisava arranjar um jeito de arrumar isso, arranjar um jeito de mostrar para ela que eu nunca a machucaria e que ela estava segura comigo.

— Senhor? — Despertei dos meus pensamentos com a voz da minha empregada e me virei para ver o que ela precisava. — A Srta. Sabina ainda não desceu, posso levar o almoço dela no quarto? — Perguntou e eu suspirei, assentindo.

— Pode sim. Fique com ela até ela terminar de comer. — Pedi e a mulher assentiu, indo até a cozinha fazer o prato de Saby.

Observei ela atravessar a sala e subir as escadas, parando em frente a porta do quarto de Sabina, que era a primeira do andar de cima. Suspirei, começando a me servir com as comidas que estavam na mesa, Ramirez, que estava sentado ao meu lado, fez o mesmo, se virando em seguida para mim.

— O que vai fazer? — Perguntou e eu suspirei, olhando na direção da porta de Saby. A empregada ainda estava parada lá, segurando o prato de comida e esperando minha filha abrir.

— Ela está com medo e assustada… — Respondi, me virando para frente. — Preciso fazer que ela perceba que eu não a machucaria. — Ele apenas mexeu a cabeça e respirou fundo.

— Mas ainda sim, para ela ter descoberto, alguém precisa ter contado. — Falou e foi a minha vez de respirar fundo, passando a mão no cabelo.

— Eu sei. Ela se recusa em dizer, mas tenho as minhas suspeitas. — Comentei, mexendo na comida em meu prato.

— Quem? — Questionou.

— Preciso ter certeza antes, mas acredito que há um infiltrado da gangue do Urrea na escola. — Falei e ele arregalou os olhos.

— O que faremos então? — Perguntou e eu dei de ombros.

— Jogar o mesmo jogo. Quero um infiltrado nosso lá. — Ele assentiu, começando a comer.

— Em quem pensou? — Se levantou, indo até um móvel que havia na minha sala, com bebidas, e pegando dois copos, os enchendo com whiskey e voltando para a mesa, estendendo um dos copos da minha direção. O peguei de bom grado, apoiando na mesa de vidro.

— Ryan Keefe. — Respondi e ele pareceu ficar confuso.

— O garoto novato? Podemos confiar nele? — Questionou e eu dei de ombros.

— Vai ser uma boa chance de ele provar sua lealdade a nós, e se algo acontecer e alguém dos Urrea descobrir ele lá, não vai ser uma grande perda. Pelo menos não pra mim. — Respondi de maneira fria, pegando o copo e o levando em direção a boca. Mas antes que eu conseguisse beber, ouvi um barulho de algo caindo e olhei em direção ao quarto de Sabina, a empregada ainda estava parada ali na frente, esperando minha filha abrir a porta. Levantei em um pulo, correndo até o andar de cima. A mulher se afastou da porta e eu tomei seu lugar. 

» I Can't Love You ˎˊ˗ ࿐°Onde histórias criam vida. Descubra agora