Noah Urrea.
• 13 de junho de 2020
New York, USA.
Hospital.Ontem foi um dia particularmente caótico. Era o casamento de Linsey e era para ser o dia perfeito da minha irmã... Mas acabou se transformando em um verdadeiro pesadelo, para todos e principalmente para Lins, Tyler e Saby. Eu ainda não sei quem invadiu o casamento, mas eu ia descobrir e ia acabar com aquelas pessoas.
Eu me culpo pelo que aconteceu ontem... Sabina ficava estranha todas as vezes em que falavam sobre o casamento ou sobre Nova Iorque, sem contar que ela me avisou que estava com um pressentimento ruim. Eu deveria ter feito algo sobre, devia ter procurado alguma falha na segurança ou devia ter ficado mais esperto. Eu deveria ter evitado isso de alguma forma.
Ouvir o desespero na voz de Sabina me quebrou por dentro, mas eu precisava que ela ficasse segura e me escutasse... Mas ela estava apavorada e ao invés de me obedecer, ela se desvencilhou de Joshua e veio correndo na direção no perigo. Aqueles homens, que eu não sei a quem obedecem ainda, sabiam ou perceberam o quão importante ela era pra mim e não pensando duas vezes antes de tentar a machucar. Naquele momento, o instinto assumiu o controle do meu corpo e me joguei sobre Saby, levando a bala que estava direcionada ao seu coração nas minhas costas. Não foi a primeira vez que acabei baleado, mas foi a mais dolorosa... Antes de perder totalmente a consciência tenho a vaga lembrança de ouvir seu choro desesperado, coberto de medo e dor... E pela primeira vez eu tive medo de morrer, tive medo de partir e a deixar sozinha para enfrentar esse mundo absurdamente cruel.
Quando enfim recobrei a consciência eu estava em um hospital e a primeira frase que eu consegui formular foi "Cadê a Sabina?". Eu estava morrendo de medo de depois que eu perdi a consciência terem atingido ela, ou que eu tenha a machucado quando me joguei sobre ela. Eu estava com dor, muita dor, mas a única coisa que vinha em minha cabeça era Sabina e como ela estava nesse momento. Ela poderia estar machucada, gravemente ferida, assustada ou... ou morta.
Eu me senti extremamente aliviado quando ela passou por aquela porta e veio correndo em minha direção. Ela estava levemente machucada e assustada, mas estava bem e viva. Eu me sentia fraco, mas no momento em que ela me tocou, eu precisei a tocar de volta para ter certeza de que ela estava ali. A observei por alguns minutos e a preocupação tomou conta, ela tinha um corte em sua sobrancelha e seu corpo parecia dolorido, isso foi o suficiente para eu tomar a decisão de chamar um médico para a examinar. E ela estava bem, ele apenas recomendou que repousasse e eu me certificaria que ela fizesse isso.
Por mais que eu quisesse, adoraria chamar ela para deitar comigo, a cama era pequena e seria desconfortável para nós dois, ainda que aquele sofá parecesse ainda pior. Além disso, logo apareceu uma enfermeira para me medicar e eu acabei pegando no sono, sem ao menos ter conversado direito com a minha namorada.
Mas durou pouco... Deveria ser umas quatro da manhã quando despertei com os familiares resmungos de Sabina. Me ajeitando cuidadosamente, sentei e olhei em sua direção. Ela dormia, os olhos apertados e algumas lágrimas caíam deles. O instinto me consumiu e eu tentei me levantar, mas os aparelhos não permitiam e eu respirei fundo, sem saber o que fazer. Meu olhar parou no botão da enfermeira e eu deixei um palavrão escapar, eu odiava ter que depender de alguém para me ajudar, ainda mais com Sabina. Mas nessas condições eu não tinha o que fazer... então suspirei e chamei a enfermeira, que apareceu alguns minutos depois.— Do que precisa, Sr. Urrea? — Perguntou ao entrar no quarto, caminhando até a cama.
— Consegue tirar esses aparelhos? — Perguntei, sinalizando para aqueles que se encontravam em meu peitoral. A mulher caminhou até o canto do quarto e pegou uma prancheta, lendo rapidamente o que estava escrito ali.
— Eu teria de esperar seu médico para isso. Ele pediu monitoração durante a noite para que pudesse te liberar pela manhã. — Explicou e eu suspirei, olhando para Sabina. Ela havia se acalmado por alguns minutos, mas logo voltou a se mexer e resmungar. A enfermeira seguiu meu olhar e eu pensei no que eu devia fazer. Meu olhar se segurou em sua mão, ela estava fechada e Sabina a pressionava contra o peito, a delicada pedra da aliança que te dei ontem chamava a minha atenção e eu fiz uma nota mental de que precisava fazer um pedido de casamento melhor.
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» I Can't Love You ˎˊ˗ ࿐°
Fanfiction⁞ '✎ Tudo ia bem na vida de Sabina Hidalgo, apesar de ser filha do chefe de uma das maiores gangues dos Estados Unidos, ela nunca teve qualquer problemas, e sempre conseguiu viver como uma "adolescente normal". Até que se apaixona por Noah Urrea, o...